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Produção industrial no azul, puxada por segmentos no Amazonas

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A produção industrial do Amazonas retornou à trajetória de crescimento em agosto, após o baque de julho, e levou o resultado do acumulado ao terreno positivo pela primeira vez no ano. Os números regionais ficaram bem acima dos nacionais, mas a bonança só foi sentida por metade dos segmentos industriais listados pelo IBGE. Os dados estão na pesquisa mensal do órgão, divulgada nesta terça (8).

Em relação a julho, o incremento no ritmo da atividade industrial chegou a 7,8% – contra a queda de 6,2% no levantamento anterior. O número levou o Estado à primeira posição, secundado por Pará (+6,8%) e São Paulo (+2,6%). No sentido contrário, Rio Grande do Sul (-3,4%), além de Espírito Santo e Santa Catarina (-ambos empatados com 1.4%) amargaram os piores índices. A média nacional foi de 0,8%.

No confronto com o número de agosto de 2018, o aumento foi ainda maior e bateu nos 13%, percentual bem superior ao do mês anterior (+0,3%) e ao registrado pelo restante do país (-2,3%). O Amazonas ficou em primeiro lugar nessa lista também e foi seguido por Pará (+12,8%) e Rio de Janeiro (+4,5%). Os piores desempenhos ficaram no Espírito Santo (-16,2%), Bahia (-9,3%) e Pernambuco (-9,2%).

A indústria amazonense também finalmente saiu do negativo na variação acumulada de 2019 e avançou 1% – contra os -0,6% de julho –, alcançando a sexta posição do ranking nacional. Os melhores desempenhos nesse comparativo – que pontou retração de 1,5% para o Brasil – vieram novamente do Paraná (+6,5%), Rio Grande do Sul (+4,9%) e Santa Catarina (+3,2%). Os piores voltaram a ficar com Espirito Santo (-12,8%), Minas Gerais (-5%) e Mato Grosso (-4,3%).

Combustíveis e motocicletas 

Cinco das 11 atividades da indústria local levantadas pelo IBGE tiveram bom desempenho na comparação de agosto de 2019 com igual mês do ano passado: máquinas e equipamentos (+34,9%), derivados de petróleo e de biocombustíveis (+15,4%), outros equipamentos de transporte (+7,2%), indústrias extrativas (+2,7%) e indústrias de transformação (+0,9%). Em sentido contrário, impressão e reprodução de gravações (-52%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-18,8%), produtos de borracha e material plástico (-5,2%), bebidas (-3,4%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-3,1%) e produtos de metal (-0,6%) recuaram.

Entre as linhas de produção do Amazonas com desempenho positivo em agosto, os destaques vieram de condicionadores de ar de todos os tipos, gasolina, óleo combustível, gás e gás natural, além de motocicletas e suas peças. Os resultados negativos ficaram nas linhas de produção de discos de vídeo DVDs, alarmes, terminais de autoatendimento, televisores, celulares e máquinas automáticas, condutores, barbeadores e garrafas plásticas.

Em sua análise para o Jornal do Commercio, o supervisor de disseminação de informações do IBGE-AM, Adjalma Nogueira Jaques, ressalta que agosto mudou um quadro em que a produção industrial do Amazonas vinha apresentando acumulados anuais negativos desde janeiro, sinalizando uma “sensível melhora” no desempenho do braço local do setor.

“No mesmo sentido, o indicador mensal que compara o mês atual com o mesmo período do ano anterior vem apresentando desempenho superior, nos últimos cinco meses. Isso demonstra que a produção industrial 2019 está sendo superior à de 2018. Resta, então, a expectativa de retomada da produção, principalmente daquelas atividades que ainda estão em baixa, para que em dezembro tenhamos um quadro positivo na indústria local”, ponderou.

Tributação e empregos

O presidente do Cieam (Centro da Indústria do Estado do Amazonas), Wilson Périco, destacou que o desempenho do setor em agosto deve ser comemorado e mostra a força da indústria no Estado, que é uma das oito unidades federativas superavitários do país, em termos de recolhimento de tributos federais, comparado com o repasse compulsório que recebe. 

“O desempenho nos leva a pensar que, para esse mês, o repasse será ainda maior. No ano passado, recebemos R$ 4 bilhões e arrecadamos mais de R$ 14 bilhões, pagando à União mais de R$ 10 bilhões. Por conta da inovação tecnológica na manufatura, necessária para a produção, ainda não observamos o crescimento de empregos. O nível de automação é maior e elevou o valor agregado dos produtos, fazendo com que o faturamento aumente sem refletir nas contratações”, finalizou.

 

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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