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Produção do cimento deve crescer 10% em 2008

O mercado de cimento da região Norte ainda não foi afetado pela onda de pessimismo externo ocasionado pelo sobe e desce das bolsas de valores, da valorização cambial e o aumento das taxas de juros. É o que garante o diretor-executivo da Itautinga Agro Industrial, Marcílio Brotherhood, ao ressaltar que o produto está saindo bem no mercado, apresentando alta de 10% este ano em relação a igual período de 2007.
O dirigente acredita que o quadro de recessão vai afetar o setor da construção civil no próximo ano, o que é motivo de preocupação para a fabricante do cimento Nassau, a Itautinga, que produz mensalmente 1,4 milhão de sacas. O produto é comercializado para os Estados da região Norte, entre os quais o Amazonas, Roraima, Rondônia e o Acre.
Segundo Marcílio Brotherhood, Manaus é o maior mercado consumidor de cimento na região por conta das oportunidades econômicas decorrentes dos incentivos fiscais oferecidos pelo modelo ZFM (Zona Franca de Manaus), que congrega em torno de 500 empresas, entre pequenas, médias e grandes. “A boa performance da indústria do PIM (Pólo Industrial de Manaus) propicia excelentes negócios no ramo de moradia”, disse.
Brotherhood não tem dúvidas de que as construções em andamento serão executadas. A grande dúvida é com relação aos novos projetos, previamente anunciados, que deverão ficar na fila de espera até que a crise de crédito mundial seja recuperada. “Os investidores vão pensar duas vezes antes de lançar um empreendimento comercial ou residencial por conta da escassez de crédito por parte dos bancos que estão temerosos a uma possível inadimplência”, comentou o executivo.
Ao ser questionado sobre os motivos que acarretaram a alta do cimento, cuja saca passou de R$ 20, em 2006, para R$ 27, neste ano, conforme levantamento da Comissão de Defesa do Consumidor da Assembléia Legislativa do Estado do Amazonas, Marcílio Brotherhood respondeu que o insumo foi o que menos subiu neste período. Ele apontou que alguns produtos tiveram alta de preço superior a 200%, a exemplo do ferro, muito usado na construção civil. “Enquanto o cimento subiu 26% em seis anos ”, assinalou o dirigente da Itautinga.
Na opinião de Brotherhood o custo da construção civil, como um todo, sobe mais do que o cimento e outros insumos utilizados pela indústria do setor, que está cautelosa com a crise que está abalando os grandes mercados internacionais.
Ao comentar o assunto, o empresário da construção civil Pauderley Avelino disse que o incremento no setor ocorre por conta do aumento no preço dos insumos, principalmente do ferro, cimento e aço. Outro componente que subiu muito neste ano, conforme o construtor, são os terrenos, que estão sendo negociados a preços exorbitantes em Manaus, principalmente em áreas nobres, além da mão-de-obra por conta da demanda aquecida. “O setor vive atualmente uma época de plena empregabilidade em algumas áreas como pedreiro, servente, etc”, disse.
O empresário também acredita que a crise internacional, de alguma maneira, vá afetar todos os setores da economia no próximo ano pela falta de crédito. “Mesmo que o crédito apareça, será escasso num primeiro momento”, concluiu.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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