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Empresários vislumbram cenário mais pessimista na economia

De acordo com os dados divulgados pela FGV, constatou-se que o ICI (Índice de Confiança da Indústria) caiu 11,7% em outubro com relação a setembro, ao passar de 120,2 para 106,1 pontos, na série sem ajuste sazonal, variação bastante atípica para esses meses do ano. Ao se considerar a série com ajuste sazonal – divulgada somente para os meses de janeiro, abril, julho e outubro –, o ICI recuou 15,5 pontos entre julho e outubro (de 120,8 para 105,3 pontos), atingindo o menor nível desde janeiro de 2006 (99,1 pontos). Esse resultado bastante negativo refletiu tanto uma piora da avaliação dos empresários quanto ao andamento atual dos negócios como um maior pessimismo em relação à atividade econômica nos próximos meses.
Dos componentes do ICI, observou-se que, em outubro frente a julho, o ISA (Índice da Situação Atual) passou de 127,5 para 109,4 pontos (dados dessazonalizados), uma queda de 18,1 pontos que resultou, sobretudo, da piora da avaliação dos empresários industriais em relação ao nível atual de demanda. Segundo a sondagem da FGV, a proporção de empresas que avaliam a demanda como forte caiu de 29,1% para 16,6%, e a parcela delas que a avaliam como fraca aumentou de 2,7% para 11,9%, sempre para os meses de julho e outubro, respectivamente. Por sua vez, o IE (Índice de Expectativas) recuou 12,6 pontos entre esses mesmos meses, ao passar de 114,1 para 101,5 pontos. As expectativas mais pessimistas decorrem do menor percentual de empresários (40,4%) que prevêem uma melhora dos negócios nos próximos meses e do maior percentual (10,1%) dos que nutrem expectativas de piora.

Queda brusca

O ICC (Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da Fundação Getulio Vargas também apresentou uma queda brusca em outubro. Na comparação com o mesmo mês de 2007, o ICC recuou 10,1%, maior queda nessa comparação observada pelo menos desde setembro de 2006. Esse resultado refletiu a redução da parcela dos consumidores que avaliam a situação econômica local como boa (16,9% para 10,1%) e o aumento da proporção dos que a avaliam como ruim (de 34,2% para 48,2%), entre setembro e outubro, bem como a piora das expectativas em relação aos próximos seis meses: caiu a parcela dos que esperam melhora da situação econômica local (de 31,3% para 23,1%) e cresceu a dos que prevêem piora (de 13,1% para 30,6%), também entre setembro e outubro.

Mudanças no consumo

Deve-se ter presente as consequências dessas mudanças no consumo e no investimento. Se há a percepção do consumidor de que será inevitável uma piora significativa proximamente, pode-se dizer que deverá ocorrer uma diminuição rápida de sua decisão de consumir bens duráveis – que exigem alguma forma de endividamento. Quanto ao empresário, normalmente uma piora em sua confiança na economia deve ser confirmada por um certo período de tempo (alguns meses, como três ou quatro meses) para que sua decisão de investir se retraia. Assiste-se a uma situação especial, pois a crise internacional e seu impacto sobre a economia brasileira é vista pelo empresário brasileiro como sendo graves e de difícil reversão. Isso significa que já neste último trimestre do ano deverá ocorrer uma grande retração das decisões de investir em toda a economia brasileira. Em suma, a brusca e intensa queda das expectativas de consumidores e empresários em outubro já deve estar causando significativas reduções no consumo de bens duráveis das famílias e de novos investimentos por parte de empresários. Uma única condição bloquearia esses acontecimentos: uma solução rápida, integral e inquestionável da crise, o que, infelizmente, sequer está no rol de possibilidades dos desdobramentos próximos do atual momento econômico internacional.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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