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“Procuramos um caminho seguro, transformador”

Dando sequência à série de entrevistas com os prefeituráveis de Manaus, o Jornal do Commercio, conversou com Marcelo Ramos, candidato a prefeito pela coligação “MUDANÇA PARA TRANSFORMAR”. O ex-deputado estadual entra na disputa com o apoio de oito partidos: PR, PTdoB, PTC, PEN, PPS, PSD, PROS, DEM. Compondo a chapa como vice está o deputado estadual Josué Neto (PSD). Marcelo Ramos começou sua carreira política militando no PCdoB, partido pelo qual se elegeu vereador de Manaus. Ele assumiu uma cadeira na Câmara Municipal de Manaus em 2007, quando era suplente de vereador, e se reelegeu em 2008. “Fui 16 anos do PCdoB e quando o partido foi para o lado de quem eu sempre combati, eu sai e fiquei com a minha história e com a minha coerência”, relembrou inclusive o caso emblemático da antiga EMTU, atual SMTU. Em 2010 já no PSB, Marcelo Ramos se elegeu deputado estadual. Hoje está na disputa do cargo mais cobiçado da prefeitura de Manaus, pelo PR com a proposta de transformar a cidade, em quatro anos, de forma colaborativa onde os governos estadual e federal estarão sempre presentes.

Jornal do Commercio: Em 2014, o senhor foi candidato a governador do Amazonas pelo PSB, hoje é candidato a prefeito de Manaus pelo PR e conta com o apoio do atual governador José Melo (PROS), qual foi a sua motivação para entrar nessa disputa?
Marcelo Ramos: Primeiro eu não vi nenhuma declaração de apoio do governador à minha candidatura, pelo contrário, a declaração que eu ouvi do governador foi de que ele não se envolverá na campanha do primeiro turno por conta das responsabilidades que ele tem e do período de crise que o Estado vive e que exige dedicação total dele. Agora, penso que a relação entre o prefeito e o governador, e o presidente da República independente de quem estiver no poder, tem que ser uma relação em que os interesses republicanos e federativos estejam acima das disputas políticas eleitorais. A união entre a prefeitura, governo do Estado e governo federal pode resolver a vida de muitas pessoas.

JC: Sobre essa questão da sua candidatura ter o apoio do governo do Estado, é porque ele compõe a sua chapa através do partido PROS. Mesmo assim o senhor não conta com esse apoio?
Marcelo: A nossa composição de apoiadores tem gente do partido do governador e tem gente do PMDB. Eu sou apoiado pelo José Maia do PMDB, pelo Isper que foi secretário do Braga, pelo Alecrim que foi secretário da administração passada. Porque construir um futuro melhor para acidade de Manaus não tem cor, não tem partido, não tem ideologia e as pessoas simplesmente olham e acreditam que eu na minha maturidade de 43 anos, pessoal, familiar, política tenho condições de guiar a cidade de Manaus num caminho seguro, transformador. Então a minha chapa não é de ninguém, é da cidade de Manaus. Todos que quiserem ajudar a cidade estarão caminhando ao meu lado, porque todos tem algo de bom a oferecer para a cidade.

JC: Por esse ponto de vista, a quantidade de partidos que vem crescendo a cada eleição, tirou o foco da ideologia de cada um deles e a discussão passa a ser a figura do candidato?
Marcelo: Eu acho que não, pelo contrário, o que orienta do ponto de vista ideológico uma candidatura é o programa que ela representa. E o programa que a nossa candidatura representa é o que há de mais consistente para encaminhar um futuro de segurança e de melhoria de condições de vida da cidade de Manaus, isso faz unir pessoas. Existem pessoas que estão acima de partidos, que querem o bem da cidade. Imagina, um homem como Belmiro Vianez, como o próprio Isper quer ajudar a cidade e eu vou dizer não porque é do PMDB, não existe isso. Nós precisamos unir as pessoas e todos que querem o bem dessa cidade.

JC: O senhor foi diretor-presidente da extinta EMTU (Empresa Municipal de Transportes Urbanos), à época foi acusado por uma cooperativa de compactuar um suposto esquema de corrupção na EMTU e que os principais envolvidos trabalharam para o senhor como cabos eleitorais. Conhecendo os meandros do transporte urbano, o que fazer para solucionar esta questão nevrálgica da cidade?
Marcelo: O que aconteceu naquele período é que permaneci por nove meses e fiz o que ninguém fez em quatro anos. O prefeito está há quatro tentando fazer uma licitação para 36 placas de táxi, eu fiz para 136 em nove meses. O prefeito está há quatro anos tentando organizar o sistema de ônibus, nós fizemos uma licitação em nove meses e criamos uma sociedade de propósito específico e que é o mesmo consórcio operacional que eles estão usando hoje. Estão dizendo que era errado, mas agora estão fazendo a mesma coisa. Com relação àquele episódio, está absolutamente, superado por motivo simples o Mistério Público não abriu nem procedimento, que é o órgão fiscalizador. Neste ambiente contaminado, que é a política, qualquer pessoa vai ao Ministério público e diz qualquer coisa a respeito de alguém, mas naquele caso, o órgão responsável pela investigação não abriu nem procedimento porque não encontrou nem indícios de crime. O que aconteceu: eu não consegui em nove meses fazer a licitação do transporte executivo e por isso não permiti que ninguém entrasse sem licitação. Quem estava de fora e queria entrar na marra, não entrou e aí criou aquele fato político. Mas isso é algo absolutamente superado.

JC: Naquele episódio, estava presente e que permaneceu até hoje o diretor-presidente da atual SMTU, Pedro Carvalho. E o sistema continua com os mesmos velhos problemas. Qual o motivo?
Marcelo: O Pedro Carvalho é um homem que merece o meu respeito. Um homem de bem, correto, no entanto, não é um homem desse tempo. Pedro Carvalho é um ótimo técnico que pode contribuir com a questão da cidade, mas que não está preparado para os desafios da modernidade. Está precisando de alguém com mais energia, de alguém mais preparado para os desafios desse tempo, de alguém mais inovador.
Só que tem um ponto, que com ou sem o Pedro Carvalho ou com o melhor técnico do mundo, é insuperável: hoje o SMTU significa menos de 1% do orçamento da prefeitura, o que é uma covardia imputar tudo ao Pedro Carvalho. Com menos de 1% do orçamento da prefeitura nem ele nem o David Copperfield, mágico, vai resolver o problema do transporte coletivo de Manaus. Se o transporte coletivo de Manaus está entre os cinco principais problemas da cidade, ele precisa ter um orçamento proporcional a isso. Não dá para conciliar o maior problema com o menor orçamento. O orçamento da SMTU não permite nem que o Pedro Carvalho e nem que ninguém enfrente a crise que o sistema de transporte coletivo de Manaus passa hoje. Então a primeira medida é robustecer o orçamento da SMTU e óbvio, colocar alguém ali com a cara mais moderna. Repito Pedro é um homem de bem, não é um homem mal-intencionado, mas nós precisamos de alguém com mais energia, mais modernidade e mais conectado com esse tempo.

JC: Por falar em modernidade, o senhor sempre levantou a bandeira da renovação e da juventude, hoje disputa as eleições ao lado de um vice jovem, Josué Neto mas que representa a continuidade. Vai enfrentar os também jovens candidatos Hissa Abrahão 36 anos, o vice do experiente prefeito Arthur, Marcos Rotta. Os demais candidatos estão na faixa dos 48 aos 58 anos, exceto Arthur e Serafim, que já foram prefeitos. Como o candidato vê essa disputa?
Marcelo: No início da campanha, o prefeito pareceu querer dividir a cidade entre os mais velhos e os mais novos, como se só os mais velhos fossem capazes de governar e os mais novos não tivessem contribuições a dar para a cidade. E nós desde o início estamos dizendo que não podemos dividir a cidade nem entre partidos, nem entre gerações, nem entre homens e mulheres. Nós precisamos unir a cidade para que ela ande para frente, com a energia e com o vigor que eu e Josué Neto temos para governar a cidade, hoje, com mais de dois milhões de habitantes.

JC: O senhor já foi defenestrado pelo PCdoB da Senadora Vanessa Grazziotin e pelo ex-secretário Eron Bezerra, depois foi novamente defenestrado pelo PSB do deputado estadual e ex-prefeito Serafim Corrêa e do seu filho vereador Marcelo Serafim, o senhor não tem receio que aconteça o mesmo no PR do deputado federal Alfredo Nascimento nessa parceria com o PSD do senador Omar Aziz?
Marcelo: Eu acho que a pergunta tem um erro na origem e toda a premissa falsa leva a conclusões falsas. Eu saí do PCdoB. Eu pedi desfiliação quando achei que a mudança de rumo do PCdoB não era coerente com as coisas que eu acreditava.
Eu saí do PSB. Saí pela porta da frente, hoje tenho uma ótima relação com o ex-prefeito Serafim e com o vereador Marcelo Serafim. Eu saí do PSB por uma lei da física, dois corpos não ocupam o mesmo lugar ao mesmo tempo. Eu queria ser candidato a prefeito e o Serafim queria também e é legítimo que ele seja. Eu acho que a palavra não é correta e a pergunta não tem nem resposta. Eu saí, no PCdoB numa atitude mais conflituosa, no PSB com algum conflito, mas hoje superado temos uma ótima relação, mas acho que estou seguindo o meu destino e tenho certeza que a atitude do deputado Alfredo, do senador Omar, do deputado Pauderney será sempre colaborativa com a minha administração à frente da prefeitura de Manaus.
JC: Hoje, o senhor com toda essa experiência nas eleições, quem o senhor escolheria para adversário no segundo turno?
Marcelo: Eu não escolho com quem eu vou competir, mas eu ficaria muito feliz se eu pudesse competir no segundo turno com o Serafim. Porque eu acho que a cidade ganharia. Os temas seriam debatidos com mais profundidade, sem demagogia barata, sem soluções fáceis para problemas difíceis. A cidade ganharia e eu ficaria feliz. Eu torço para que ele tire o Arthur do segundo turno, seria bom para a cidade. E, da minha parte, volto a dizer que procuramos apontar um caminho seguro, transformador. Um caminho de mudança para a vida da nossa cidade e pedir que o povo de Manaus me dê uma chance para mostrar que é possível construir uma cidade diferente, uma relação diferente entre as pessoas e seus governantes. Eu tenho a certeza que o povo de Manaus vai se orgulhar muito do prefeito que vai ter.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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