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Problemas do sistema de transporte são debatidos

A novela do transporte coletivo de Manaus ainda reserva longos capítulos. Quem pensava que com a nova licitação feita pela prefeitura o folhetim teria menos drama, ficou decepcionado. Agora que o processo licitatório terminou com a confirmação de nove empresas ganhadoras, entra em cena o que mais interessa à grande massa: o aumento da tarifa, que deverá ser realizado logo após o início da circulação dos novos ônibus.
E a população, ao contrário do que alguns vereadores da CMM (Câmara Municipal de Manaus) vem discursando na tribuna da Casa, está preocupada com o valor, que tirará uma fatia maior de seus contados salários.
Um dos parlamentares que levantou a tese do não interesse da população na questão da passagem de ônibus, ontem, 15, na CMM, foi o vereador Jéferson dos Anjos (PV). Segundo ele, a população não reclama do aumento, e sim da precariedade do sistema.
“Eles não querem saber se é legal ou não, esse discurso é vazio”, falou Anjos, que foi parabenizado por seu colega e fiel defensor do Executivo, vereador Wilker Barreto (PHS).
Quem não concordou com a opinião dos parlamentares foi a dona de casa Maria do Socorro, que recebeu a notícia do provável aumento com preocupação. “Os verdadeiros trabalhadores desta cidade têm sim interesse no aumento da tarifa. Como não teríamos, se somos nós os reais atingidos por esses desmandes? Os políticos possuem carro e motoristas particulares, nós precisamos utilizar esses péssimos ônibus e pagamos um absurdo de tarifa se quisermos nos locomover. Esses políticos são uma vergonha”, desabafou.
Para o vereador Mário Frota (PDT), a melhoria da qualidade dos coletivos é apenas uma desculpa usada pelos empresários para elevarem cada vez mais o valor da tarifa. Segundo Frota, o método também foi utilizado na gestão do ex-prefeito Serafim Corrêa (PSB). “Eu participei da primeira reunião, fiquei muito preocupado e alertei o Serafim. Disse a ele para ter cuidado porque eles [os empresários], estavam prometendo 500 ônibus novos e eu não acredito nesse pessoal. Portanto, tome cuidado, porque eles estão prometendo e depois não vão cumprir a promessa da colocação dos 500 ônibus novos em Manaus”, lembrou.

Prefeitura realiza Fórum

A SMTU (Superintendência Municipal de Transportes Urbanos) deu início na manhã de ontem, ao I Fórum de Debates e Estudos Técnicos sobre o Valor da Tarifa do Transporte Coletivo Urbano de Manaus. O assunto abordado no primeiro dia da discussão que vai até sexta-feira, 18, foi a composição de custos por quilômetro e divulgação de dados operacionais para o cálculo da tarifa.
As discussões terão continuidade nesta quarta-feira 16, com a apresentação de planilhas de custos variáveis e de custos fixos como depreciação de veículos, máquinas, instalações, equipamentos e bilhetagem. “Vamos discutir exaustivamente e de maneira transparente todos esses custos. Só assim chegaremos a uma tarifa justa, técnica, capaz de remunerar o sistema e dentro da realidade da nossa população”, afirmou Marcos Cavalcante, superintendente da SMTU. O último dia de reuniões está reservado para a elaboração de um documento no qual constará o resultado das análises e a recomendação para o valor de uma tarifa técnica que cubra os custos do sistema. O valor a ser praticado deverá constar no contrato que deve ser assinado pelo prefeito Amazonino Mendes com as empresas vencedoras da licitação de transporte coletivo urbano, no próximo dia 22 de março. De acordo com o superintendente da SMTU, Marcos Cavalcante, a nova tarifa entrará em vigor somente com a chegada dos ônibus novos, como determina o edital de licitação.
Foram convocados para o Fórum de Debates representantes da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas, Fundação Getúlio Vargas, Ministério Público, Tribunal de Justiça do Estado, Câmara Municipal de Manaus, Diretórios Centrais dos Estudantes, Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário Coletivo Urbano de Manaus, Tribunal de Contas do Estado, Ordem dos Advogados do Amazonas, Conselho Regional de Economia.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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