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Pressão internacional pesa de novo no Governo

Pressão internacional pesa de novo no Governo

Senadores amazonenses reagiram de forma diferente sobre o pronunciamento do vice-presidente da República, Hamilton Mourão, nesta terça-feira (14), no Senado, sobre a possibilidade de que a BR-319 possa ser utilizada apenas por veículos pequenos, enquanto o tráfego pesado ficaria por conta da hidrovia do rio Madeira. Mourão foi ao Senado falar sobre fundos financeiros destinados à preservação da Amazônia. Dentro dessa possibilidade, segundo o senador Plínio Valério (PSDB/AM) a rodovia perderia parte de sua função que seria para escoar produtos da ZFM (Zona Franca de Manaus). O parlamentar também acredita na possibilidade de que, esse novo entendimento seja por conta de pressão de investidores internacionais. 

“Parece que ele (vice-presidente) tomou conhecimento do quanto é pesado a pressão externa, para não deixar que a gente mexa em nossos recursos naturais. Para manter isso aqui como um jardim botânico. Acho que o general sabia das dificuldades, mas não imaginava que fosse tão forte. É uma coisa muito organizada. A agenda verde é muito forte, muito organizada. É um negócio imperialista mesmo, com duques, com condes, com Rockefeller, com Ford, tudo, grandes fundos, que têm influência no Banco Mundial. Então agora ele topou com a realidade. Vamos insistir na BR-319, porque nós não podemos nos conformar. É como eu digo: Chegamos muito fácil à Venezuela, pela BR-174, mas não chega em nenhum Estado brasileiro. Precisamos resgatar a dignidade dos nossos direitos, além da economia” disse o senador.

Segundo Plínio Valério, que tenta emplacar no Senado uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar as ONGs (Organizações Não Governamentais) na Amazônia, o poder dos investidores internacionais é muito grande. “O poder não é aqui. É lá fora. Se você precisar de dinheiro do Banco Mundial emprestado, financiado, eles pressionam e o Banco Mundial suspende o projeto do empréstimo. Agora essa história de deixar de investir aqui, eu não concordo. O Brasil é o único país do mundo que tem água potável suficiente para fazer seus projetos. Temos minério, temos recursos naturais, o mundo precisa comer, podemos produzir alimentos. Mas a pressão é muito grande. O general ( Hamilton Mourão) está sentindo a barra. Ele está vendo a pressão que eu venho sentindo, por exemplo, para instalar uma CPI para investigar as ONGs na Amazônia”, ponderou o parlamentar amazonense.

Valério também pontuou que embora defenda o direito do amazonense, de ir e vir e o resgate da dignidade da população do Estado a estrada deve cumprir toda a sua função. “Uma BR só para veículos pequenos seria mais para passeio. Não concordo com isso. A BR-319 tem que servir para escoamento dos produtos da ZFM, porque isso ajuda muito na nossa saída econômica. Não sei se o discurso do general foi apenas para aliviar as pressões. Mas não alivia. É engano pensar que cedendo alguma pressão internacional a gente consegue avançar. Há um movimento organizado para a Amazônia, para não nos deixar usar os recursos naturais e progredir. Pode ser que seja estratégia do vice-presidente dizer isso, mas se for assim não resolve não”, garantiu.

Quanto à utilização da hidrovia do rio Madeira, o senador disse que fortalecer e melhorar a hidrovia do rio Madeira ajuda muito, mas não resolve os problemas de logísticos da ZFM. “Não sou especialista. Mas claro que não resolve. Agora ajuda muito. Nossos rios sempre foram nossas estradas, nossas rodovias naturais. Temos que utilizar sim. Ajuda muito, mas não resolve não. Sei das dificuldades para manter uma hidrovia navegável. Assim, temos que responder às seguintes perguntas: ela é navegável o ano todo? Qual o calado? Qual o suporte dela? Está sinalizada? É uma hidrovia de verdade ou só apelido? Isso que temos que verificar”, concluiu.

O senador Eduardo Braga (MDB) disse que a utilização de um modal não inutiliza o outro e que hoje pela hidrovia do rio Madeira já é transportado grande parte de insumos industriais destinados ao PIM (Polo Industrial de Manaus) e para o comércio do Estado do Amazonas, mas que temos que lutar pela pavimentação da BR-319. “Atualmente a hidrovia do rio Madeira melhorou muito, porque o escoamento agora é feito a partir do porto de Humaitá”, explicou o emedebista.

Ao responder a questionamentos do senador Eduardo Braga (MDB), o vice-presidente ponderou:” A BR-319 não como fonte de escoamento do tráfego pesado, que pode andar pelo rio Madeira, perfeitamente, desde que a hidrovia esteja devidamente balizada. Mas a pessoa que quiser sair de Manaus puder pegar um carro e se dirigir ao Centro-Sul do país e não demorar a quantidade de tempo que temos que demorar em um transporte fluvial”, afirmou. Na avaliação do senador Plínio Valério, essa mudança no pensamento do vice-presidente, pode ser reflexo de pressão internacional.

Severo Neto

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