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Preço de produtos natalinos ficam mais caros

Preço de produtos natalinos ficam mais caros

Como já era previsto por representantes de supermercados, os itens que compõem a cesta natalina em Manaus, sofreu uma variação de 84,05%. Os preços constatados para cada versão variaram de acordo com a quantidade, qualidade e itens que compõem cada cesta, sendo a básica, com 19 itens, R$ 49,90 e a Premium, com 24 itens, R$ 89,10.  A comprovação na alta de preços de cestas e aves natalinas considerou todos os produtos listados, independentemente de marca ou valor, faz parte da Pesquisa da Comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (CDC/Aleam).

Foram constatadas variações significativas de preço dos produtos natalinos, entre os quais o do Chester (Perdigão) e o da Ave Supreme (Sadia), cuja diferença de valor chegou a 84,05% e 64,87%, respectivamente, entre os estabelecimentos pesquisados. 

Conforme a pesquisa, o quilo do Chester pode ser adquirido por R$ 12,98 (o mais barato) até R$ 31,21 (o mais caro), enquanto que o da Ave Supreme varia de R$ 14,49 a R$ 23,89. 

Entre as carnes suínas, o pernil com osso chegou a apresentar diferença de 40,65% no preço do quilo comercializado, variando de R$ 29,90 a R$ 27,99. Já o pernil desossado, a diferença registrada foi de 23,55%, sendo R$ 31 o mais barato e R$ 38,30 o mais caro. 

Já o preço do tradicional peru de Natal apresentou uma variação em torno de 20,53%, ficando em torno de R$ 20,98 a R$ 25,89, o quilo, dependendo da marca. 

O acréscimo nos valores dos itens, fez o diretor  da Amase (Associação Amazonense dos Supermercados), e proprietário de uma rede de supermercados, Edilson Rufino, diminuir em até -30% a compra das aves para as festas de fim de ano em relação ao ano passado.  “Infelizmente, quem pretende adquirir as aves natalinas com custos menores somente quando chega próximo ao Natal, período em que os fornecedores liberam as vendas dos produtos em oferta”. 

O representante do setor diz que pagou na ave tipo Chester 13,6% a mais que no ano passado, já no tradicional Peru, houve um reajuste de 11,3%. “Aumento nos custos que serão repassados para o consumidor e devem impactar na ceia de fim de ano”. 

A sondagem da CDC/Aleam foi realizada no período de 3 a 5 de dezembro em dez supermercados localizados nas zonas norte e leste da capital amazonense. De acordo com o presidente da CDC/Aleam, deputado estadual João Luiz (Republicanos), a pesquisa foi realizada com o intuito de subsidiar os consumidores amazonenses no período natalino. 

“Ao percorrer dez estabelecimentos de Manaus, nosso objetivo foi fornecer aos consumidores informações que possam ajudar a orientar as compras neste período de festas e confraternizações”, justificou João Luiz.

Aumentos eram esperados

Para o  gerente de um supermercado na capital, Jean Régis, o aumento já era previsto porque os preços na cesta básica já vinham sofrendo reajuste ao longo dos meses. E que a variação está relacionada com a inflação dos alimentos que vinham seguindo uma tendência de aumento durante o ano.  “Esse comportamento refletiu diretamente nos itens da cesta natalina e com certeza deve afastar os consumidores dos supermercados ou então, muitos terão que se fazer adaptações na lista”. 

Os preços de aves e suínos registraram em outubro as maiores altas desde o início do ano, segundo pesquisa da Apas (Associação Paulista de Supermercados). Na primeira categoria, a inflação chegou a 9,16%. Já os cortes suínos tiveram alta de 8,44%.

Índices que já eram estimados pela entidade e que seriam mantidos neste mês. Impactando  produtos como peru e tender, típicos de fim de ano. O dado vem do IPS (Índice de Preços dos Supermercados), calculado pela Apas e pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), e aponta que a alta na carne de aves foi puxada, principalmente, pelo preço do frango, que subiu 9,51%.

Esse foi o segundo maior aumento mensal para a proteína, atrás apenas da alta de 21% observada durante a greve de caminhoneiros em 2018. Em outubro do ano passado, o produto havia registrado queda de 1,14%.

A regra é substituir 

Na percepção do  economista Eduardo Souza,  o aumento tem relação com o conceito de oferta e demanda e de bens substitutos e complementares.  “Na realidade, por estarmos num período de festividade natalinas esses produtos tendem a ter um aumento significativo porque há uma procura maior por esses bens que passam a se tornar um pouco  mais valorizados”, Além disso, ele explica que a elevação desses preços se dá também por um aumento no valor dos insumos para a produção desses bens, ou seja, por uma série de fatores. “Esse acréscimo está sendo ainda mais acentuado por conta da instabilidade financeira que estamos enfrentando por conta da crise clínica e médica do coronavírus que ainda traz um reflexo muito grande na nossa economia. Somado a crise financeira e a procura pelos bens que está um pouco mais elevada nesse período, por isso tamanha elevação no valor desses itens”. Outro fato analisado pelo especialista, se dá a necessidade em desviar um pouco dessas compras com valores mais orbitantes, há uma procura por bem substituto “se eu posso substituir por produtos que vai me onerar um pouco menos vai haver uma procura maior por estes outros produtos. Então, realmente esses dados têm uma contextualização grande de bens complementares e substitutos”, explicou o economista.  

Cestas natalinas

Segundo o levantamento da CDC/Aleam, em relação ao preço das cestas natalinas, o item foi encontrado em apenas dois estabelecimentos pesquisados, mas em diversas configurações, tamanhos e formatos. Neste caso, não foi possível estabelecer um parâmetro comum para aferir preço médio ou diferença de valor para cada versão apresentada. No entanto, a CDC/Aleam categorizou as cestas natalinas em duas categorias, básica e premium.

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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