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Emprego no interior tem saldo positivo em outubro

Emprego no interior tem saldo positivo em outubro, aponta Caged

Somados, os municípios do interior do Amazonas tiveram saldo positivo de empregos formais pelo sétimo mês consecutivo, entre agosto e setembro. O número de localidades com mais admissões do que desligamentos chegou a 19, um número abaixo do registrado no mês anterior (23). A quantidade total de vagas geradas no mês foi a maior desde julho, ajudando a recuperar as perdas impostas às cidades, pela pandemia. É o que mostram os dados mais recentes do ‘Novo’ Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

Ao mesmo tempo em que Manaus criava 5.569 postos de trabalho celetistas, algumas das cidades amazonenses conseguiram avançar nas contratações, a despeito dos dados mais elevados de covid-19 no interior. Em números globais, as localidades registraram 878 contratações e 778 demissões. O total de postos de trabalho criados em outubro foi de 100, aquém dos contabilizados em julho (+427) e agosto (249), mas superior aos desempenhos de setembro (+44), junho (+68) e maio (+42) – o primeiro dado positivo, desde o início da pandemia.

Embora pouco quase um terço dos municípios do interior tenha conseguido avançar nas contratações, a estagnação foi a marca de outras 18, enquanto as 24 demais amargaram performance negativa, eliminando vagas – contra 12 e 26 no mês anterior, respetivamente. A situação já começa a ficar mais confortável no acumulado que, em sintonia com Manaus (+6.004) entrou no campo positivo, ao gerar 72 empregos formais, dado o predomínio das admissões (8.590) sobre os desligamentos (8.518). 

Contratações concentradas

O impulso da geração veio mais concentrado. Só seis municípios conseguiram saldo positivo de dois dígitos e os demais tiveram pouco mais do que um par de vagas criadas, em média. Em números absolutos, Parintins teve o melhor desempenho, com a criação de 54 empregos, decorrentes de 112 contratações e 58 demissões, gerando alta de 2,02%. Na sequência, os destaques vieram de Iranduba (+43 postos) e Itacoatiara (+40). Em contraste, Humaitá (-42) Maués (-17) e Guajara (-42) lideraram os cortes.

A maior variação relativa, por outro lado, veio de Silves (+64%), seguido à distância por Codajás (+6,80%) e Maraa (+6,52%) – com saldos positivos de 16, 7 e 3 empregos com carteira assinada, respectivamente. Na outra ponta, Careiro da Várzea (-16,67% e -5 vagas), Guajara (-16,67% e -14) registraram as piores retrações proporcionais do mês, em termos de empregos celetistas. 

No acumulado do ano, 29 municípios do interior amazonense ficaram no azul. Os melhores resultados absolutos vieram de Presidente Figueiredo (243 ocupações e +2,36%), Parintins (+63 e +2,36%) e Novo Airão (+57 e +22,18%), enquanto Silves (+173,33% e +26), Maraã (+145% e +29) e Itamarati (+100% e +11) tiveram os maiores avanços proporcionais. 

Em sentido inverso, Manacapuru (-326 e -9,87%), São Gabriel da Cachoeira (-22,73% e -95), Coari (-2,58% e -71), e Boca do Acre (-3,68% e -45) lideraram a lista de destruição de empregos no interior amazonense, nos nove meses iniciais de 2020. Careiro da Várzea (-34,21% e -13) e São Paulo de Olivença (-33,33% e -26) sofreram as maiores perdas relativas. Novamente, Tapauá foi a única localidade amazonense a pontuar estabilidade.

Excluída a capital (385.713), os seis maiores municípios em termos de estoque de empregos com carteira assinada respondem por praticamente metade de todo o volume apresentado no interior do Estado (35.738): Itacoatiara (4.497 ocupações), Manacapuru (3.195), Presidente Figueiredo (2.947), Parintins (2.712), Coari (2.642), e Humaitá (2.053). A metade sofreu variação mensal negativa, no saldo de vagas celetistas. 

Obras públicas

O ‘Novo Caged’ não cruza os dados de empregos dos municípios com as atividades econômicas do Estado. Em números globais, setores mais comuns nas localidades do interior amazonense, como comércio (+1.745 postos de trabalho), serviços complementares (+1.502) e construção (+781) desempenharam bem, mas a agropecuária (-1) ficou devendo. 

Na análise do assessor econômico da Sedecti (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação), Alcides Saggioro Neto, o interior do Amazonas normalmente não apresenta movimentação significativa de admissões e demissões. Uma das raras exceções viria de Presidente Figueiredo, em função das atividades de cultivo de cana de açúcar. O município citado gerou apenas uma vaga em novembro (+0,03%), conforme os dados do ‘Novo Caged’. 

“Um setor que foi grande responsável pelo saldo positivo de vagas celetistas registradas no acumulado até outubro é a construção, que gerou 1.038 postos de trabalho. Perdeu apenas para a indústria. Em Parintins, pode-se atribuir o saldo positivo de 54 empregos registrado lá a ações de governo, uma vez que a atividade de obras de infraestrutura alcançou a criação de 23 ocupações, no período”, informou. 

No entendimento do titular da Sedecti, Jório Veiga, o mercado de trabalho está se acomodando, depois dos efeitos da pandemia, chegando a um ponto de equilíbrio que deve se manter até o surgimento da vacina. O secretário estadual concorda que os projetos recentemente aprovados pelo Codam (Conselho de Desenvolvimento do Estado do Amazonas) também devem contribuir para incrementar postos de trabalho no interior, mas ressalva que isso só virá no médio ou longo prazo.

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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