Com grande atuação parlamentar, o deputado estadual Roberto Cidade (UB) está sempre sob os holofotes no Amazonas, conquistando o seu espaço na nova geração de políticos do Estado. E não é à toa que tenha sido eleito para um novo biênio antes mesmo de terminar o atual mandato na presidência da Assembleia Legislativa.
Aclamado por seus pares no parlamento (e até por setores da oposição), o deputado revela-se um líder nato, hábil negociador, capaz de apagar incêndios quando os ânimos se acirram em plenário, algo que é reconhecido pela atual composição da legislatura.
Recordista em apresentação e aprovação de propostas, com posterior sanção pelo Executivo, o deputado defende um novo viés econômico que se associaria às atividades do modelo ZFM, hoje responsável por pelo menos 98% de toda a receita estadual, gerando renda e mais de 500 empregos diretos e indiretos.
Roberto Cidade não esconde o seu entusiasmo pelo setor primário, incentivando iniciativas em apoio a agricultores familiares que possam diversificar cultivos, capitalizando novos jovens empreendedores.
Para o deputado, é imprescindível a exploração do gás natural. E ainda da jazida de potássio encontrada em Autazes, com capacidade para alimentar a produção de fertilizantes durante 200 anos consecutivos, segundo estimativas de geólogos e de outras expertises.
O deputado vê como positivas as parcerias entre a prefeitura e o governo do Amazonas para a modernização da infraestrutura urbana da capital. O parlamentar falou ainda da reforma tributária, ora em tramitação no Senado, após ser aprovada na Câmara dos Deputados.
Inquirido sobre o tema, ressaltou a mobilização da Assembleia Legislativa em defesa dos benefícios fiscais da Zona Franca. Roberto Cidade deu uma entrevista exclusiva para a edição especial do Jornal do Commercio, alusiva ao aniversário de Manaus.
Jornal do Commercio – Governo e prefeitura têm selado parcerias para grandes obras em Manaus. Como avalia essas iniciativas?
Roberto Cidade – É importante que isso ocorra. Essa junção de esforços acaba por fazer os trabalhos se complementarem e, consequentemente, gerando de forma mais célere e satisfatória as ações de melhoria que a população espera e deseja.
JC – Manaus tem quase 3 milhões de habitantes, apresentando problemas comuns aos grandes centros urbanos do País. Que demandas vê como prioritárias para melhorar as condições da cidade em termos de infraestrutura urbana, na saúde, educação e empregos?
RC – Um dos principais gargalos das grandes metrópoles, assim como Manaus, é a mobilidade urbana. Isso causa desdobramentos importantes e que acabam refletindo diretamente no dia a dia das pessoas e na qualidade de vida na cidade. Essa, portanto, ao meu ver é uma das prioridades, a melhoria na mobilidade urbana. Também é importante que se olhe com atenção para a questão fundiária. Áreas como saúde, educação, geração de emprego e renda, meio ambiente são dinâmicas e também precisam sempre ser reforçadas com ações em diversas frentes para que, de fato, bons resultados sejam alcançados.
JC – O sr. faz parte da nova geração de políticos do Amazonas. E, como tal, tem sido muito atuante em apresentar projetos que possam alavancar o desenvolvimento com foco nas potencialidades regionais, principalmente no setor primário. Que perspectivas deslumbra para fomentar mais empregos e renda na região, em especial no interior?
RC – Para mim é muito claro que o Amazonas precisa de uma matriz econômica além da Zona Franca de Manaus. Não é para abrir mão do nosso modelo econômico mais exitoso, claro que não! No entanto, é indiscutível que precisamos diversificar. Por isso, minha defesa quanto à exploração do gás natural, do potássio e de outras iniciativas que possam ser matrizes nos municípios. Defendo que seja realizado um estudo em cada um dos 61 municípios do interior do Estado para que se identifique o principal potencial dessas localidades, assim seria mais assertivo propor e realizar medidas que resultem numa matriz econômica que agregue para a geração de emprego e renda.
JC – Presidente, o sr. tem sido peça-chave na aprovação de matérias do governo do Amazonas em tramitação na Assembleia Legislativa, conduzindo com habilidade a bancada governista. A que atribui essa bem-sucedida sintonia entre Legislativo e Executivo?
RC – Os poderes são independentes, têm sua própria autonomia. Nosso propósito é colocar o cidadão sempre em primeiro lugar. Naquilo que for para o bem da população e do Estado do Amazonas sempre iremos convergir. Minha conduta é essa na condução da Aleam. A de conciliar, conversar, argumentar e buscar atuar naquilo que favoreça a nossa gente. Além disso, todos os deputados têm garantido seu direito de concordar ou divergir, seja qual for o tema. Esse princípio básico faz com que a nossa presidência tenha o respeito, a compreensão e a boa vontade de todos os pares, que entendem que buscamos alinhamento diante de projetos em benefício da população, resguardando nossa independência e dinamismo próprios enquanto Casa Legislativa.
JC – A reforma tributária gera muitas apreensões à ZFM. Nos últimos meses, praticamente todas as lideranças políticas regionais engrossam bandeiras de luta em defesa dos incentivos fiscais. Qual a participação da Assembleia Legislativa nesse movimento?
RC– A Assembleia Legislativa do Amazonas esteve como protagonista de todas as iniciativas em defesa da Zona Franca de Manaus. Estivemos em Brasília, no Supremo, quando precisamos tratar sobre os incentivos fiscais. Recebemos na Aleam o grupo de parlamentares para fazer-lhes esclarecimentos quando o relatório da reforma tributária estava em fase de elaboração. Nós mantemos, assim como sempre nos mantivemos, vigilantes para não permitir que medidas danosas venham prejudicar a ZFM e sua competitividade. A Aleam sempre estará na trincheira em defesa dos interesses da Zona Franca e da manutenção do modelo econômico mais exitoso desta região.
JC – Deputado, o sr. é um recordista de projetos na Assembleia. São de sua autoria dezenas de matérias que promoveram benefícios à população, seja na questão social, econômica, artes, só para citar algumas propostas aprovadas e sancionadas. Que balanço faz de sua atuação e quais as próximas?
RC–Desde o primeiro dia do nosso mandato, me comprometi em ter uma atuação propositiva, com a apresentação de projetos que possam contribuir com os mais diversos aspectos da nossa sociedade. Assim como foi no começo, será até o fim do nosso mandato. Sempre buscando fazer mais e melhor para que as pessoas sejam contempladas em seus anseios.