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Indústria é promissora, mas falta mão de obra qualificada para a ZFM

Especialistas já alertaram que a falta de mão de obra qualificada no Amazonas impacta negativamente nas fábricas da Zona Franca de Manaus (ZFM). Porém, há um esforço concentrado de instituições para promover a formação exigida pelas indústrias do modelo incentivado.

Porém, formar um time de profissionais de primeira linha, não é algo tão fácil. São muitos investimentos para bancar tantos desafios. No entanto, nada é impossível. Com muito empenho, governo e a iniciativa privada fazem contínuas parcerias para corrigir essa deficiência no mercado de trabalho, atendendo aos requisitos determinados pelas mais de 500 indústrias que operam na capital do Estado.

Por enquanto, grande parte do pessoal utilizado pela indústria 4.0 vem de fora. Sobram vagas. Nem todos os candidatos a um emprego de muita qualificação se enquadram no perfil exigido.

Ao contrário de antes, a quarta revolução da indústria é movida pela Inteligência Artificial. Ou seja, as máquinas passaram a pensar tal qual os seres humanos, exigindo pessoas altamente qualificadas para interagir nas linhas de produção.

Aos poucos, instituições de ensino superior, como a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) absorvem e desenvolvem novas tecnologias para atender às necessidades do modelo ZFM.

“Os novos postos garantem uma remuneração gorda. Um profissional com formação de última geração fatura alto, tendo ainda gratificações para estadia, alimentação e tratamento de saúde, dentário, extensivo a seus familiares”, diz Maurino Ferraz, chefe de uma empresa especializada em captar profissionais para trabalhar em indústrias da Zona Franca.

Bioeconomia

Já com personalidade jurídica, uma questão que levou mais de 30 anos para ser consolidada, o novo Centro de Bionegócios da Amazônia (CBA) funcionará como uma instituição que vai desenvolver novas tecnologias a serem absorvidas pelos mais diversos setores da indústria local, principalmente agregando valor aos insumos regionais.

“A bioeconomia é uma alternativa para adensamento e diversificação da economia do Amazonas”, avalia o empresário Nelson Azevedo, vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), ao deslumbrar um futuro promissor para a cadeia produtiva local.

Porém, ele faz uma observação, aliás muito pertinente. “Mas nada poderá gerar a curto prazo o que a ZFM tem alavancado nos mais de 50 anos de atuação, prosperidade que transformou a capital do Estado, estendendo os benefícios para outros municípios da região”, acrescenta o líder industrial. “Outras matrizes irão se somar às atividades da Zona Franca”, afirma.

Empenho no ensino

Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e outras instituições de ensino investem pesado para qualificar ainda mais a mão de obra. O Governo do Amazonas, por meio da Secretaria Executiva do Trabalho e Empreendedorismo (Setemp), órgão vinculado à Sedecti, abriu mais de 858 vagas para cursos de qualificação, que serão oferecidos em parceria com o Instituto Tecnológico Educacional do Amazonas, na região.

No total, seis modalidades de cursos estão sendo ofertadas presencialmente. Segundo a gerente de qualificação da Setemp, Etiane Valente, a parceria com o Instituto Tecnológico Educacional da Amazônia (Iteam) é fundamental para o aumento de cidadãos devidamente capacitados e para o aumento da geração de emprego.

“O objetivo é oferecer ainda mais oportunidades para toda a população, assim aumentando as chances de inserção no mercado de trabalho”, disse ela.

Segundo a Setemp, de janeiro a agosto de 2023, foram oferecidas mais de 9 mil vagas em cursos de qualificação, em parceria com centros de ensino voltados para a capacitação de pessoas. No decorrer do ano, a estimativa é disponibilizar mais cursos de qualificação para a população, segundo o órgão.

A UEA também inaugurou a Unidade de Desenvolvimento Docente e Apoio ao Ensino, na Escola Superior de Ciências da Saúde. A meta é aprimorar o processo de aprendizagem a partir da capacitação, aperfeiçoamento e qualificação docente dos cursos da ESA, realizando a integração e o desenvolvimento de diferentes estratégias educacionais, ressalta a instituição.

Segundo o reitor da UEA, André Zogahib, a unidade recém-inaugurada cumprirá um papel importante no incentivo à pesquisa, realização de trabalhos coletivos e a implementação de políticas de saúde.

Mecanização no setor primário

O setor primário também aperfeiçoa técnicas de cultivo no Amazonas, substituindo, aos poucos, técnicas rudimentares pelos recursos da mecanização e ainda absorvendo tecnologias de última geração

Segundo a Embrapa, a cafeicultura tem perspectivas promissoras e vislumbra novos desafios para alavancar os negócios no segmento.

Everton Cordeiro, chefe-geral da Embrapa Amazônia Ocidental, disse que parcerias têm sido importantes para o avanço do cultivo de café na região no Amazonas.

Durante dez anos, disse ele, foram vários projetos sendo executados no Estado em projetos de pesquisa, a maioria financiados pela Fapeam, envolvendo instituições como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Ufam, Ifam, Idam e Sepror.

Na corrida pela qualificação, foi necessária também a transferência de tecnologia e de ações para levar os resultados das pesquisas a técnicos e produtores, como cursos de capacitação, além de ações de assistência técnica. Esse apoio especializado tem recebido bom feedback de associações de produtores, prefeituras, Organizações Não Governamentais e de empresas privadas.

Marcelo Peres

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