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Importação encarece alimentação no Amazonas

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Em 12 meses, o preço médio da cesta básica em Manaus registrou a maior queda do país em fevereiro, apontou o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Segundo os dados divulgados nesta terça-feira (6), a redução foi de 4,90%. Com retração anual de 42,46%, o feijão aliviou o bolso do consumidor manauara e influenciou no resultado.

Por outro lado, na comparação com janeiro, o custo dos 12 itens alimentícios no segundo mês do ano teve uma leve alta de 0,16%. O desembolso para aquisição dos produtos ficou em R$ 357,05. Com o indicador, a capital amazonense ocupa a 14° colocação no ranking das cestas mais caras do país.

De acordo com os dados, cinco produtos apresentaram alta e sete tiveram queda nos seus preços no mês analisado, influenciando o custo total da cesta. A banana, farinha de mandioca e açúcar sofreram reajustes significativos e elevaram o percentual de aumento. O economista e supervisor técnico do Dieese no Amazonas, Inaldo Seixas, destaca que apesar do Estado ter produção local de alguns desses produtos, a demanda não dá conta do mercado interno.

“É preciso comprar de outras regiões, como é o caso da banana, que vem de Roraima. No período analisado pelo Dieese houve problemas de chuvas e cheia dos rios. No caso da cana para a produção de açúcar, o produto está sendo utilizado na produção de etanol que é adicionado a gasolina que teve produçaõ maior. Com isso há aumento nos custos e esses produtos já entram no mercado mais caros, impactando o valor regional”, explicou.

Segundo o levantamento, o preço da cesta básica de Manaus, composta por 12 produtos, teve variação de 0,16% em relação ao mês de janeiro, quando o conjunto de itens alimentícios essenciais custava R$ 356,48. Em fevereiro, a banana (8,80%) foi o produto que apresentou maior alta, seguida da farinha de mandioca (4,32%), do açúcar (3,74%), do pão (1,24%) e do feijão (0,19%). Referente aos que apresentaram queda, o arroz (-3,62%) foi o produto que apresentou maior recuo no mês. Em seguida vem o café (-3,14%), o óleo de soja (-2,82%), a manteiga(-2,37), a carne (-2,25), o leite (-1,86) e o tomate (-0,99).

No mesmo mês de 2017 a cesta custou R$ 375,44, uma variação anual de -4,90, a maior queda de preços do país. Em seguida, aparecem Goiânia (-4,25%) e Belém (-4,10%). Em 12 meses, o feijão (-42,64) foi o item que registrou a maior queda na capital amazonense. No acumulado a taxa foi de -6,50%.

“No ano passado o preço médio da cesta básica em todo país disparou e o feijão chegou a subir mais de 100% só no Amazonas. Volta aquela situação de não termos produção suficiente e quando os preços sobem em outras regiões, o aumento também chega aqui. Mas após três meses seguidos de alta, observa-se que houve um equilíbrio na demanda e oferta dos produtos”, analisa o especialista do Diesse.

Cesta x rendimento x alimentação familiar

A pesquisa aponta ainda que o trabalhador que recebe um salário mínimo comprometeu 40,68%% de seu rendimento líquido (com o desconto previdenciário) para comprar os produtos da cesta básica no período.

Em relação a cesta básica familiar, com produtos para atender o consumo mínimo de uma família com quatro pessoas, sendo dois adultos e duas crianças, o Dieese calcula que o custo ficou em fevereiro em R$ 1.071,15, o equivalente a 1,12 vezes o valor do salário mínimo, fixado pelo governo federal em R$ 954. No mês anterior, o custo da cesta básica para esta mesma família era maior e foi de R$ 1.069,44 e 1,12 vezes o salário mínimo bruto.

Cenário nacional

O valor da cesta básica caiu no mês de fevereiro em 13 das 27 capitais do Brasil pesquisadas pelo Dieese. As maiores reduções foram observadas em João Pessoa (-3,96%), Natal (-3,20%) e Campo Grande (-2,98%). Já as taxa positivas ocorreram em Belém (3,37%) e Fortaleza (2,03%).

A cesta mais cara do país foi a do Rio de Janeiro (R$ 438,36), seguida por São Paulo (R$ 437,33), Porto Alegre (R$ 434,50) e Florianópolis (R$ 425,05)1 . Os menores valores médios foram observados em Salvador (R$ 336,59) e Aracaju (R$ 341,59).

Nos dois primeiros meses deste ano, todas as cidades brasileiras acumularam taxa positiva. As maiores foram observadas em Fortaleza (7,63%), Brasília (7,61%) e João Pessoa (7,47%) e as menores em Aracaju (0,46%) e Goiânia (0,96%).

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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