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PIB do Amazonas mostra concentração da produção de bens e serviços

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Do total de 62 municípios do Amazonas, 54 fecharam 2017 no azul, apesar da crise. A lista inclui municípios de maior participação no valor do PIB estadual, como Iranduba, Manacapuru e Coari. Divulgados nesta sexta (13), os dados foram trabalhados em conjunto pelo IBGE, pela Suframa e pela Sedecti (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação).

A má notícia é que a soma de bens e serviços produzidos no Amazonas ficou concentrada. Os cinco municípios com os maiores PIBs do Estado responderam por uma participação de 84,9, em 2017, sendo que esse número praticamente não se moveu em relação a 2016 (85%). É necessário recuar até 2002 (88,1%), no início da série histórica, para verificar alguma desconcentração no número. 

Os dados de PIB per capita ajudam a explicar melhor a situação. O do Amazonas foi de R$ 22.936 – contra os R$ 22.145 de 2016. Os maiores números do interior foram para Itacoatiara (R$ 19.817) e Tapauá (R$ 18.897), bem distantes do desempenho capital (R$ 34.363). No lado oposto, os piores resultados ficaram em Barcelos (R$ 5.784), Santa Isabel do Rio Negro (R$ 5.160) e Ipixuna (R$ 4.942).

Tapauá foi o município amazonense que teve o maior crescimento proporcional no PIB (+56,87%) de 2017, chegando perto de R$ 338,82 milhões. A expansão se deve, conforme o IBGE, ao desempenho da agropecuária, cujo valor adicionado bruto disparou de R$ 91,63 milhões (2016) para R$ 206,63 milhões (2017).

Entre os 13 municípios do Estado que tiveram aumento acima de 12% na comparação com 2016, contudo, somente mais um teve seu desempenho alavancado pela agropecuária: Amaturá (R$ 80,79 milhões), que avançou 21,92% no mesmo período. O Amazonas colocou dois representantes no grupo das cem localidades com maiores valores adicionados pelo setor: Manacapuru (17º) e Itacoatiara (56º). Em contrapartida, a cidade amazonense de menor participação na atividade foi Ipixuna (0,21%).

Os demais municípios do Amazonas com maior crescimento do PIB apresentaram maiores evoluções de valores acumulados na indústria, caso de Coari, Humaitá, Iranduba, Manacapuru, São Paulo de Olivença, Tefé e Urucurituba. Também houve maior evolução nos valores da administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social para Anamã, Autazes, Beruri e Boa Vista de Ramos.

O IBGE destaca que, no caso do PIB de Coari (R$ 405,49 milhões), houve oscilação (+12,85%), em razão da instabilidade na produção de combustíveis. Na comparação entre 2015 e 2016, por outro lado, Coari esteve entre os municípios com maiores perdas (-49,8%), e de 2016 para 2017.

Oito municípios fecharam no vermelho em 2017. Os destaques foram Codajás (-28,76%), seguido por Presidente Figueiredo (-18,72%), Atalaia do Norte (-14,83%) e Rio Preto da Eva (-14,11%). O desempenho negativo se explica principalmente por retrações no valor adicionado pela agropecuária nas quatro localidades. No caso de Presidente Figueiredo, houve influência também no encolhimento de 56,17% da produção de combustíveis.

Disparidades e dependência

Na análise do supervisor de disseminação de informações do IBGE-AM, Adjalma Nogueira Jaques, a despeito das disparidades entre os municípios entre si e a capital, os números da pesquisa trazem mais boas noticias para o Amazonas do que o contrário, já que a maioria esmagadora das localidades teve crescimento do PIB e 13 delas ficaram com elevações acima dos 10%.

“Tapauá e Amaturá foram influenciados pela agropecuária. Coari voltou a crescer e junto com Manacapuru e Tefé tiverem bom desempenho na atividade industrial. Ainda predomina a dependência econômica à administração pública entre os municípios do Estado. Mas, é alentador ver que vários entre os grandes, estão indo em outra direção, buscando crescer na indústria e na agropecuária”, ponderou.

O titular da Sedecti, Jório Veiga, demonstra otimismo e dá como exemplo  projetos bem sucedidos no interior neste ano, como a implantação do Darpe (Distrito Agroindustrial de Rio Preto da Eva), ação intergovernamental, com projeção gerar 10 mil empregos, a partir do primeiro semestre de 2020. Outro exemplo vem de Humaitá, onde as empresas Zagaia Agro e Sanfran Energy pretendem instalar um centro de produção agropecuária e cadeias integradas de serviços envolvendo logística, armazenamento e geração de energia fotovoltaica, com investimento de R$ 350 milhões e geração de 12 postos de trabalho. 

“Expandir a atividade econômica para as cidades do interior sempre foi um grande desafio, mas as expectativas nunca foram tão promissoras, com projetos já em andamento em Rio Preto da Eva e Humaitá. Para as demais regiões esperamos desenvolver oportunidades de negócios baseados na bioeconomia”, encerrou.

O IBGE-AM esclarece que a defasagem de dois anos na divulgação dos resultados se faz necessária porque os cálculos do PIB dos Municípios dependem dos resultados das Contas Nacionais e Regionais, de dados provenientes de outras pesquisas do IBGE e também do acesso a dados administrativos de outros órgãos.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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