Foi o mais duro ataque à Zona Franca de um ministro da Fazenda ou da Economia. Em entrevista à Globonews, o ministro Paulo Guedes deixou muito claro que pretende fazer uma ampla reforma tributária, que vai tirar as vantagens comparativas da Zona Franca de Manaus. Na prática, pode ser o fim do modelo instalado no Amazonas pelo Regime Militar, há 52 anos. Considerado o auxiliar mais influente do presidente Jair Bolsonaro (PSL), Guedes afirmou que não vai “ferrar o Brasil para beneficiar a ZFM”. E disse isso em resposta à jornalista Miriam Leitão, que sempre foi uma das mais ácidas críticas do polo industrial local. Ela própria não escondeu certo ar de satisfação ao ouvir as respostas do ministro, que ironicamente afirmou que faria as mudanças e não mexeria na ZFM, citando a inclusão do modelo na Constituição. Mas não precisou falar mais nada para que todos entendessem que estava decretando o fim da diferenciação do Imposto sobre Produto Industrializado e Imposto de Importação para as indústrias instaladas em Manaus.
IRRESPONSÁVEL
Presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, o senador Omar Aziz (PSD) reagiu fortemente às declarações de Guedes. “Ele foi irresponsável. Quem vai querer se instalar aqui agora?”, afirmou. E prometeu não dar vida fácil ao ministro a partir de agora, tecendo críticas até mesmo à reforça da Previdência e chamando-o de “representante dos banqueiros”.
DESAFIO
O senador Eduardo Braga (MDB) também lamentou as declarações de Guedes e o desafiou para um debate público sobre a Zona Franca de Manaus. O senador Plínio Valério (PSDB) também teceu duras críticas ao ministro e vários deputados federais e estaduais se pronunciaram nas redes sociais, todos condenando a fala.
MOBILIZAÇÃO
O governador Wilson Lima (PSC) se disse indignado com as declarações de Guedes e prometeu mobilizar uma frente em defesa da Zona Franca de Manaus. Já o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB) lamentou a falta de sensibilidade do ministro em relação principalmente à importância do modelo para a manutenção da cobertura vegetal do Estado do Amazonas.
SILÊNCIO
Pego no contra-pé pelas declarações do chefe, o superintendente da Zona Franca de Manaus, Alfredo Menezes Junior, não quis dar qualquer declaração sobre o assunto. Ele cumpre agenda em São Paulo. Nos bastidores, comenta-se que passou o dia de ontem em contato com colegas em Brasília, para entender exatamente o que Guedes quis dizer. Mas não ficou muito confortável com a situação.
NOVO “DONO”
O grupo que comandava o PPS no Amazonas “rachou” e começou uma luta sem tréguas pelo controle da legenda. Ninguém ganhou. Em decisão salomônica, o presidente nacional, Roberto Freire, decidiu entregar a direção regional do partido ao deputado estadual Saulo Viana, que agradeceu a deferência e está indicando os novos diretores.
CHEIA
O total de 2.271 famílias residentes nos 15 bairros passíveis de alagação da capital amazonense foi identificado pela Prefeitura de Manaus, durante os seis dias de trabalho da operação “SOS Enchente 2019”. O levantamento contou com a participação de 90 servidores da Secretaria Executiva de Proteção e Defesa Civil de Manaus e da Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc).
PARALISAÇÃO
Em uma Assembleia que contou com a presença de professores da rede estadual de ensino e de outras entidades de classe, o Sindicato dos Peritos Oficiais do Amazonas definiu que realizará uma paralisação de advertência na segunda-feira (22), com o intuito de cobrar do Governo o pagamento da data-base da categoria. O encontro definiu ainda o apoio dos Peritos à greve dos professores, que também lutam por reajuste salarial.
DEVAGAR
Os ensaios dos bois de Parintins em Manaus sempre foram lotados no Sambódromo, mas este ano andam precisando crescer. O público, que passou os últimos dois anos se apertando em espaços bem menores, ainda não se acostumou ao retorno das agremiações ao antigo palco. Neste sábado o Garantido ocupa pela primeira vez o local.
FRASES
“Extinguir o IPI em território nacional é jogar 92% da economia do Amazonas no ralo. Uma catástrofe para a economia do Amazonas e o FIM da principal forma de sustento de 4 milhões de pessoas. Colocar a ZFM em confronto com a Economia Brasileira é uma ignorância com requintes de desconhecimento.” Josué Neto (PSD), presidente da Assembleia Legislativa, atacando declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes
"Quer dizer que o Brasil não pode ficar mais eficiente porque eu tenho que manter (as vantagens da Zona Franca)?" Paulo Guedes, ministro da Economia
