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Pacote de medidas do governo deve prejudicar setor automobilístico

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A intensa atenção dispensada na última semana pelo Ministério da Fazenda à concessão de crédito e ao prazo de financiamentos aplicados no Brasil tem como objetivo evitar uma futura crise econômica de grandes proporções no país. A avaliação é do presidente da Fecomércio-AM (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amazonas), José Roberto Tadros, que afirmou ser o segmento de automóveis o alvo da possíveis alterações.
O comércio e a indústria de veículos seriam uns dos principais setores atingidos, caso o governo federal implante o pacote de medidas para conter o acesso ao crédito e o tempo-limite de pagamento nos bancos. “Essa crise poderia ser pior que a do setor imobiliário ocorrida nos Estados Unidos, pois enquanto o imóvel se valoriza, o carro está desvalorizado em cinco anos”, explicou Tadros.
Em termos econômicos, o Brasil estaria em uma oposição mais vulnerável em relação aos Estados Unidos, considerando o PIB (Produto Interno Bruto) dos dois países. “Se a maior economia do mundo, que é muito consistente, está vivendo este sobressalto no segmento de imóveis, imagina o Brasil”, disse. Estabelecendo uma analogia entre as duas economias, o PIB brasileiro (US$ 1,4 trilhão) representa apenas 10% do PIB norte-americano (US$ 14 trilhões), segundo Tadros.
As intervenções do governo federal iriam gerar reflexos negativos, porém o dirigente disse que o impacto seria menor se comparado às conseqüências posteriores, como o aumento da inflação do país. “Haveria também uma redução da euforia do consumo, principalmente de carros. Porém, não vai arrefecer os ânimos por completo”, comentou o dirigente.
No ano passado, a indústria automotiva brasileira alcançou recorde de produção, chegando a produzir 2,8 milhões unidades e tornando-se a quinta maior fabricante de veículos do mundo.
No entanto, conforme informações do website Agência Brasil, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, garantiu na última quinta-feira, em São Paulo, que não há pressões e nem preocupações inflacionárias. O relatório trimestral do BC (Banco Central) mostrou que a inflação do país deve ficar em 4,6% em 2008 e 4,4% no próximo ano. A meta fixada pelo governo federal é de 4,5%.
A Agência Brasil confirma, porém, que Mantega se reuniu também no dia 27 com o presidente da Anfavea (Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores), Jackson Schneider, o que confirma o papel de destaque deste segmento no cenário em questão.
O gerente da Solimões Veículos, Paulo Cunha, afirmou que há uma apreensão por parte da categoria em relação a possíveis mudanças nas regras atuais. “Se reduzir o prazo máximo do financiamento de 72 para 36 meses, estimamos que ocorra retração em torno de 30% no volume de vendas”, disse. Conforme o executivo, o forte crescimento da comercialização de carros verificada em 2007 foi decorrente justamente do aumento do tempo de pagamento.
Cunha comentou que a expectativa é que Guido Mantega mantenha sua posição de não restringir o crédito ou estabelecer limite de prazo do pagamento. “O ministro retificou sua posição, ressaltando que a carteira de financiamentos relacionados a veículos está com baixa inadimplência”, concluiu.

Mantega indaga setor

Na última quarta-feira, o ministro da Fazenda participou de uma reunião com o presidente da Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), Fábio Barbosa, para saber se o setor financeiro está concedendo empréstimos de maneira responsável.
A “quebra” de instituições bancárias foi apontada pelo presidente da Fecomércio-AM como uma das possíveis conseqüências caso se mantenha o crescimento no volume de liberação de crédito. “No momento da cobrança, os bancos não teriam nem os créditos a receber nem os bens a retomar”, argumentou. Entretanto, o titular da Febraban garantiu a Mantega que o setor financeiro está preparado para arcar com o incremento do crédito sem colocar em risco o sistema bancário.

Desenvolvimento
econômico

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Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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