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Elcoteq nega jornada excessiva de trabalho

Uma empresa de manufatura de componentes eletroeletrônicos foi denunciada pelo presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Valdemir Santana, no último fim de semana, por ter submetido à jornada de trabalho excessiva trabalhadores de toda uma linha fabril. O dirigente sindical afirmou que, na busca de atender a demanda de pedidos, a empresa Elcoteq acabou protagonizando um descalabro à saúde do trabalhador.
Santana disse que, após receber a denúncia, na última terça-feira, de um dos funcionários da fábrica, confirmou o excesso de horas ininterruptas de trabalho. O sindicalista não descartou a possibilidade de ter havido coação por parte da alta diretoria da Elcoteq, exigindo a permanência dos trabalhadores por meio de ameaça de demissão. “O que tem acontecido é que o trabalhador acaba pagando o custo da modernização das linhas, o que origina, além do aumento da jornada intensiva de trabalho, redução do período de lazer e um processo de isolamento do trabalhador em relação à família”, explicou.
Santana acrescentou que muitas empresas, como a Elcoteq, têm se valido do fato de os auditores fiscais do trabalho estarem em greve para submeter os operários de regimes trabalhistas específicos a condições inseguras no desenvolvimento da atividade. O dirigente assegurou que o setor de manufatura de eletroeletrônicos no PIM (Pólo Industrial de Manaus) é um dos que mais carece de fiscalização para coibir ações de descalabro junto à classe trabalhadora. “A procura pelo aumento da produtividade com redução de custos impõe diminuição das pausas de descanso e dá maior responsabilidade sobre o produto final. No entanto, as melhorias das condições de trabalho não têm acompanhado estas mudanças na organização das empresas”, apontou Santana.
Procurada pela reportagem do JC, a gerente de recursos humanos da Elcoteq, Delia Peixoto, alegou que a paralisação de três dias de uma das suas linhas de produção, ocasionada pela greve dos auditores fiscais, que resultou na falta de matéria-prima consignada e precisou de horas extras para atender a demanda da empresa-cliente. Segundo a gerente, após reunião com os funcionários, quando ficou acertada a compensação de horas, a empresa decidiu por dar folga de três dias até a chegada dos insumos para a linha de produção. “A nossa compensação de horas foi homologada junto ao Sindicato dos Metalúrgicos e a DRT (Delegacia Regional do Trabalho). Independente disso, a empresa não cobrou a compensação, resolvendo por premiar em horas extras os operários dessa linha”, garantiu a gerente.
O diretor-executivo do Sinaees (Sindicato da Indústria de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares de Manaus), Vito Sasso, afirmou que a greve dos auditores fiscais tem causado graves prejuízos ao setor de eletroeletrônico por conta da retenção de insumos nos terminais de cargas. Segundo o diretor, no último dia 26, o Sindicato obteve uma liminar junto a Justiça Federal abrangendo todas as 50 empresas filiadas para assegurar a liberação das cargas dos quatro principais terminais da capital.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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