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Ousadias do crime organizado desafiam o poder instituído

Ninguém consegue frear ações do crime organizado. Seus soldados estão presentes nas altas cúpulas dos governos e nas suas instituições, corrompendo autoridades com o poder do dinheiro fácil, além de ameaças de morte. Assim é no Brasil, chegando aos países que fazem fronteiras com as terras brasileiras.

Não importa onde esteja a vítima. Os corsários percorrem milhares de quilômetros para cumprir as execuções. Triste fim teve o promotor paraguaio que foi curtir uma lua de mel num hotel paradisíaco da Colômbia, levando a esposa jornalista com quem havia acabado de se casar.

Mesmo com toda a segurança, dois pistoleiros chegaram em motos aquáticas surpreendendo o promotor Marcello Pecci, referencial de combate à lavagem de dinheiro, a fraudes nos recursos públicos e ainda nas ações contra terroristas. Vivia sempre escoltado. Tinha larga empatia junto ao público. Era rigoroso contra os criminosos, ação que lhe acabou custando a vida.

Porém, Pecci, provavelmente tomado pela alegria e felicidade de desposar a mulher, a jornalista Claudia Aguilera, já grávida, relaxou em sua segurança. Viajou para as terras do paraíso da Colômbia sem levar a escolta que sempre o acompanhava em suas ações no Paraguai.

Para complicar, a divulgação nas redes sociais sobre a sua viagem em lua de mel foi a gota d´água da orquestração do assassinato, fato admitido por um promotor brasileiro, que juntamente com ele deflagrava operações contra os crimes na área de fronteira entre o Brasil e o Paraguai. Há um terceiro suspeito de acompanhar o movimento do promotor, que também estava hospedado no hotel, onde aconteceu o assassinato.

Sorrateiramente, os bandidos chegaram e atiraram nas costas do promotor, matando-o instantaneamente, na praia. Sua esposa e outros presentes não souberam o que fazer. Ficaram estupefatos com tanta violência, que encontrou repúdios de autoridades colombianas e paraguaias.

Marcelo Pecci morreu por defender um mundo melhor para os paraguaios. Sem violência, com respeito às instituições e aos direitos humanos. As barbáries são recorrentes nos países latino-americanos. Ele também estava envolvido nas investigações do assassinato do jornalista brasileiro Léo Veras, na cidade paraguaia de Juan Caballero, em 2020. 

O mandante da morte de Marcelo Pecci seria o brasileiro Waldemar Pereira, o ‘Cachorrão’, líder da facção do PCC no Paraguai, também acusado de mandar matar Léo Veras, segundo investigações da polícia paraguaia.

Em suma, estamos expostos a tanta violência que ameaça a todos. Crianças, jovens, adultos e idosos. Nem a própria polícia está incólume. Os bandidos desafiam o poder instituído, consolidando um governo paralelo que influencia todos os órgãos constituídos. As altas somas de dinheiro são tentadoras, corrompendo até quem está acima de qualquer suspeita.

Um mundo cada vez mais violento. As facções têm suas próprias regras. Punem quem desobedece às normas, a toque do poder das armas e da violência extrema. Há um tribunal específico para julgar ações. Nada de prisão. Os desafetos são executados sumariamente. E não adianta a distância. Eles vão até suas vítimas, matando-as. As mortes foram banalizadas. E ninguém está, hoje, protegido, infelizmente.

Perfil

Mais foco nas potencialidades regionais

Há muito se fala sobre as potencialidades regionais para alavancar o desenvolvimento, principalmente agora em que o Amazonas trava embates acirrados para manter a isenção do IPI. Aos poucos, essa estratégia vem ganhando corpo, convencendo autoridades políticas e empresarias sobre a necessidade da busca de outra matriz econômica que se some às atividades da Zona Franca. Já são 55 anos da existência de um projeto que responde por 98% de toda a arrecadação tributária do Estado. Porém, essas vantagens comparativas vivem constantemente sob ameaças.

Ontem, o governo do Amazonas recebeu uma equipe universitária dos Estados Unidos que veio conhecer de perto as oportunidades de negócios na região. Na pauta, também foram discutidos o intercâmbio tecnológico, a troca de experiências em pesquisas, que fomentem mais empregos e renda, priorizando a exploração sustentável de uma biodiversidade rica em minérios, agregando valor aos produtos da floresta. As possibilidades de novos investimentos são viáveis. Tanto é que a própria Suframa abre oportunidades para treinamento e qualificação, oferecendo cursos específicos sobre a exploração das matérias-primas locais. É hora de investir mais nessas iniciativas como fator de sobrevivência econômica.

Investimentos

A Sieg Capital também manifestou interesse em trazer investimentos para o Amazonas. Ela agencia corporações nacionais e internacionais interessadas em investir em novas tecnologias, inovação e no agronegócio. O objetivo é fechar parcerias com o governo estadual para a viabilização de ações, maximizando iniciativas de potencial econômico. O mundo está voltado para as potencialidades da rica biodiversidade amazônica. No entanto, imbróglios ambientais dificultam a implantação de projetos.

Medidores 

A Amazonas Energia continua lesando o consumidor, segundo a CPI instalada na Assembleia, que investiga as ações da concessionária. Subiu para 57 o número de medidores que registravam o dobro da contagem do consumo, impactando em maiores custos nas faturas. As irregularidades foram confirmadas pelo próprio Ipem/AM, responsável pela fiscalização do setor. Não adianta negar. A empresa tem argumentado que os aparelhos funcionam regularmente. Não é o que se vê na prática.

Presente

Os vereadores de Manaus decidiram afagar servidores. Por unanimidade, eles aprovaram ontem a reposição salarial para recompor perdas acumuladas nos anos de 2020 e 2021, quando o setor público ficou proibido de reajustar salários em razão da Lei Complementar 173, editada durante a pandemia. Estatutários terão recomposição de 10,14% e os contratados sob regime de direito administrativo e CLT ganharão aumento de 10,24%. A decisão é retroativa a 1º de janeiro de 2022. Um presentão.

Preferência

Pesquisas sempre apontam Lula na preferência dos eleitores para a próxima corrida presidencial, tendo Bolsonaro em segundo. Em Manaus, também não é diferente. O petista continua liderando as intenções de voto, enquanto o atual presidente se mantém em segundo. Porém, ainda há muito chão pela frente até o início da campanha eleitoral. Esse cenário pode mudar. Analistas sempre questionam dados pesquisados. Nem todos devem ter credibilidade. Só mesmo as urnas vão dizer tudo.

Execução

A polícia do Amazonas trabalha com duas linhas de investigação sobre a morte do vereador de Tabatinga Olímpio Olavo Guedes Júnior – a primeira como represália a um pedido do parlamentar para a instalação de CPI, que apuraria desvio de verbas na educação da cidade. A outra, em tese a mais plausível, como retaliação de traficantes. Olavo teria envolvimento com tráfico. Ele foi morto a tiros por dois homens que saíram de um carro numa rua de Manaus. O crime organizado age sem fazer barulho. É sutil.

‘Golpe’

A esquerda insiste na possibilidade de um novo golpe no Brasil. Supostas ameaças veladas de Bolsonaro e da alta cúpula das Forças Armadas indicam manobras nessa direção. Situação que não está descartada para acontecer. Estratégias estariam sendo costuradas nos bastidores da política para minar qualquer vitória do ex-presidente Lula nas eleições deste ano. Para muitos, esse alarde não passa de pressões de alas esquerdistas para prejudicar a campanha pela reeleição do atual presidente. Será?

Reconhecimento

Agora, o que intriga é o próprio Bolsonaro reconhecer o governo Lula. Ele admitiu que a população viveu melhor durante a gestão do petista. Para o atual presidente, as medidas de enfrentamento à pandemia, com restrições às atividades econômicas, impactaram diretamente em seus trabalhos no Planalto. “A política do ficar em casa me prejudicou muito”, afirmou. Bolsonaro foi o maior crítico dos planos dos governos estaduais para conter a disseminação da Covid-19. Algo que ainda divide as opiniões.

Agronegócios

O setor de agronegócios dita os rumos da economia no Brasil, responde hoje por pelo menos 45% de todo o PIB nacional. Enquanto isso, a indústria perde cada vez mais espaço e o segmento de serviços sofre com a sequência de crises. Os trabalhadores desses setores enfrentam um dos momentos mais difíceis para conseguir uma vaga no mercado de trabalho. Parece que o País parou mesmo no tempo, exportando apenas comodities, sem produzir praticamente nada em manufaturados. Continua agrário.

FRASES

“Parceria é baseada no desenvolvimento”.

Wilson Lima (UB), governador, sobre interesse de universidade dos EUA na região.

 “Adesão à Otan provocaria retaliações”.

Maria Zakharova, porta-voz russa, alertando Ucrânia, Suécia e Finlândia.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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