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O estresse é inevitável, mas pode ser controlado

O estresse é inevitável, mas pode ser controlado

Administrar seu próprio negócio pode ser gratificante e rentável, mas nem tudo é um mar de rosas. Além de todas as alegrias e recompensas, há pressões que os tornam muito estressantes. Ainda mais se somarmos a tudo o que tem acontecido nos últimos quatro meses. Para muitos empreendedores, a fonte mais comum de estresse é a carga de trabalho. Por isso que dizem que o segredo do sucesso, está nas horas extras. Aquela historinha de “eu vou ser meu próprio chefe e fazer meu próprio horário” pode não acontecer no início e infelizmente muitos se enganam com a realidade do empreendedor. A pressão é diferente quando você está administrando seu próprio negócio e não trabalhando 40 horas por semana na empresa de alguém.

O estresse aumenta quando somamos o trabalho às responsabilidades em casa. Apesar do papel da organização da família não estar mais inteiramente nas mãos femininas, em muitos casos ainda encontramos mulheres que além das obrigações no trabalho, são responsáveis pelas tarefas domésticas. Obrigações adicionais que aumentam pelas responsabilidades com os filhos. A situação financeira da empresa também pode ser preocupante, iniciar um negócio com uma alta quantia de empréstimo a ser pago é uma bomba-relógio em contagem regressiva para o estresse absoluto. Outro grande potencial, é o desespero para recuperar o dinheiro investido, principalmente porque quando se abre um negócio com poucos recursos, as opções são boletos e parcelas de cartão de crédito e estes geralmente têm cobrança para 15 ou 30 dias e a empresária precisa tomar decisões corretas e rapidamente.

Aproveitar com sabedoria a sua jornada pode diminuir muito o seu estresse.

Quantas pessoas você conhece que passa o dia inteiro, a semana inteira reclamando do trabalho e não faz absolutamente nada para mudá-lo? Nem ao menos tenta se redescobrir no processo. A verdade é que todos nós precisamos de um propósito, um porquê para acordar todos os dias e fazer aquilo que fazemos. Tem uma historinha muito boa que eu ouvi em alguma palestra, que falava sobre uma senhora que trabalhava com serviços gerais na Nasa. Todo dia ela chegava ao trabalho sorridente, era simpática, amorosa e sempre muito feliz cumpria com suas obrigações. Quando questionada sobre a sua função no trabalho, ela respondeu: – Eu ajudo a construir foguetes! Ela não mentiu, manter a limpeza do ambiente é de extrema importância para criar um local agradável para se trabalhar e ela era motivada por saber que, de alguma forma, ela estava construindo foguetes.

Não ter propósito, nos transforma em robôs

Mario Sérgio Cortella, autor do livro “Por que fazemos o que fazemos?

Quando a gente trabalha por trabalhar e só por isso, a gente acaba ligando um piloto automático, fazendo tudo mecanicamente, sem desenvolver nosso potencial e jogando fora uma quantidade de energia muito alta, que poderia ser usada pra construir um futuro muito mais incrível em qualquer outra área. Imagine, novamente, o número de pessoas que você conhece que, todo santo dia, desperdiça seu potencial em algo que não suporta fazer. Mario Sérgio Cortella diz em seu livro “Por que Fazemos o que fazemos?”, que a existência e o reconhecimento do nosso papel é uma forma de não alienar-se — ou seja, não faça algo sem saber o porquê, não seja apenas a ferramenta que produz algo que não é meu /ou não sou eu.

Não sei se vocês já assistiram ao filme Lucy, estrelado pela Scarlett Johansson, é um filme de ficção científica que foi muito criticado pelo “mito do uso de 10% do cérebro” e da tese de que a plena capacidade cerebral por um indivíduo, resultaria em poderes e habilidades sobre-humanas. Uma coisa nesse filme me chamou a atenção, no começo, quando Morgan Freeman fala sobre os “10% do cérebro” que utilizamos, ele nos convida a refletir sobre o mundo que vivemos hoje e como seria se alcançássemos a nossa capacidade plena. Aproveitando esta ideia do filme de forma livre e independente, eu te convido a refletir no quanto este avanço poderia ser muito maior se imaginarmos um mundo em que estamos plenamente satisfeitos na vida, emocionalmente saudáveis e financeiramente estáveis. Isto seria refletido na nossa satisfação pessoal, o que nos colocaria em um ciclo positivo de evolução do nosso comportamento. Ou seja, estaríamos cada vez mais dispostos a trabalhar, a evoluir, a impactar mais pessoas, a querer que mais pessoas tenham acesso a uma vida plena como a nossa e nós estaríamos caminhando para um mundo muito mais desenvolvido.

E aí eu vos digo, de acordo com uma pesquisa realizada em 21 estados do país, no ano de 2018, pelo consultor de carreiras Fredy Machado, para seu livro “É possível se reinventar e integrar a vida pessoal e profissional”, cerca de 90% das pessoas estão infelizes em seus trabalhos. Desse percentual, 36,52% dos profissionais estão infelizes com o trabalho que realizam e, 64,24% gostariam de fazer algo diferente do que fazem hoje para serem mais felizes. Você acredita que só no Brasil 90% das pessoas estão infelizes com o seu emprego? Imagina se esses 90% focassem em algo que realmente os motivassem, que os tirassem da monotonia, do automático, da robotização?! Imagina o mundo incrivelmente evoluído que estaríamos vivendo.

Você entende a complexidade negativa que a insatisfação do indivíduo causa em uma sociedade?

Já é difícil lidar com o estresse sozinho, agora imagina se você é do tipo de pessoa que sai por aí distribuindo estresse pela sociedade, contaminando o ambiente por onde passa com a sua energia negativa. Não seja o tipo de pessoa que desconta toda a sua raiva e todos os seus problemas em cima do seu cliente. Descubra o que está te trazendo esse estresse e reflita se o seu negócio está te fazendo bem ou se está servindo apenas de gatilho para suas frustrações. Empreender já é difícil quando a gente ama o que faz, imagina quando você faz isso sem ter um propósito ou apenas esperando por um dinheiro que ainda não está entrando.

Raquel Omena

é especialista em negócios digitais, editora da coluna Mais Empresárias
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