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Negócios inovadores no entorno do PIM

As startups tecnológicas também alavancam o parque industrial de Manaus. Afinal, a capital da Zona Franca de Manaus (ZFM) reúne, hoje, pelo menos, 500 empresas industriais, responsáveis pela geração de 500 mil empregos (diretos e indiretos) no Amazonas, respondendo por, aproximadamente, 98% de toda a arrecadação estadual.

São dezenas (e até centenas) de negócios que chegam para alavancar os mais diversos setores no modelo mais bem-sucedido no Brasil, que, hoje, está na mira da reforma tributária, ameaçando a manutenção dos incentivos fiscais da região, algo primoroso e essencial para a intocabilidade do rico bioma natural.

Startups são empresas que nascem de bases tecnológicas criadas por pessoas com ideias inovadoras, que acreditam no potencial de sucesso dos seus empreendimentos. São organizações empresariais ou societárias, que se caracterizam pela inovação aplicada a um modelo de negócios ou a produtos ou serviços ofertados.

Ainda neste ano, a Osten Group, de São Paulo (SP), fincou bandeira em Manaus, para desenvolver jogos, startups e tecnologias, como o metaverso. Na esteira dessa iniciativa, trouxe, ainda, a Venture Studio, uma máquina de fazer startups.

A empresa explica o raio de sua atuação. “Não fazemos só o aporte financeiro”, afirma Fabiano Nagamatsu, CEO da Osten Moove. “A gente desenvolve a tecnologia com as startups. Por isso, somos um estúdio. Seja um aplicativo, uma plataforma, ajudamos com isso também”, acrescenta ele.

Em Manaus, o negócio em grupo se chama Osten Digital. Ele foi desenvolvido em parceria com o Polo Digital de Manaus (PDM). Inicialmente, a empresa disponibilizou R$ 20 milhões para serem aportados em startups locais, principalmente com foco em Tecnologia da Informação e Comunicação, e em Biotecnologia. 

Desse valor, duas startups já receberam aportes. Outras quatro estão em negociação. O valor do cheque varia conforme as necessidades dos negócios, mas fica entre R$ 500 mil e R$ 1,5 milhão

Segundo o grupo, o próximo passo, agora, é começar a fazer parcerias com outros empreendimentos e investidores, para que o valor disponível para aporte em startups seja de R$ 70 milhões. A ideia é que sejam R$ 20 milhões da Osten Moove e outros R$ 50 milhões de parceiros. 

Motivações

São três os principais motivos que fizeram a Osten Digital investir na Amazônia – o desejo da empresa de apoiar startups que foquem na responsabilidade socioambiental, resolvendo dores da comunidade e gerando empregos locais; a estratégia de descentralizar os investimentos, apostando no Norte e Nordeste do País; e o fato de a região estar no centro de um debate sobre transformação digital.

A Earth Renewable Technologies também se voltou para o Amazonas, ao receber um investimento de R$ 32 milhões da Positivo Tecnologia, por meio do Fundo de Investimento de Participações (FIP). 

Com esse aporte e também com o apoio estratégico da Positivo Tecnologia, a empresa promete viabilizar iniciativas sustentáveis para a produção de materiais de uso cotidiano, como embalagens e sacolas descartáveis, por meio do bioplástico, acelerando os planos de sua produção em Manaus.

No Brasil, apenas 1,2% do plástico produzido é reciclado. De acordo com estudo feito pela Organização Não Governamental (ONG) World Wide Fund for Nature (Fundo Mundial para a Natureza, em português), o País figura como o quarto maior produtor de lixo plástico do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, China e Índia.  

Segundo a empresa, “dentro dos benefícios da operação no Amazonas está a colaboração com instituições de pesquisa locais para o desenvolvimento de novos plásticos compostáveis, e no incentivo da utilização de bioinsumos regionais”.

“Buscamos a evolução contínua dos nossos bioplásticos e incentivamos a bioeconomia local para inserir o Brasil na vanguarda do desenvolvimento sustentável”, afirma Emanuel Martins, CEO da Earth Renewable Technologies, responsável pela unidade que opera em Manaus. 

Sem abrir mão da ZFM

Recém-empossado na Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), o economista Serafim Corrêa, que já foi deputado, e prefeito de Manaus, também é uma das lideranças políticas presentes no grupo seleto em defesa da busca por novas matrizes econômicas na região, somando-se às atividades do modelo ZFM para gerar mais empregos e renda.

Quando se fala em reforma tributária, Serafim vê um grande desafio pela frente, deixando uma interrogação sobre a preservação dos incentivos fiscais que alimentam, hoje, toda a cadeia produtiva da Zona Franca.

“Não podemos abrir mão da Zona Franca de Manaus. Nenhum outro modelo econômico geraria 120 mil empregos diretos e 400 mil indiretos, nem a gama de tributos que tanto os governos federal, estadual e municipal arrecadam aqui nessa região, exatamente em função dos incentivos fiscais. Então, em primeiro lugar, precisamos manter o modelo, estimulá-lo, e torná-lo, cada vez mais, competitivo com o mundo”, ressaltou o secretário. 

Serafim também prevê um futuro promissor para o Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA), que, recentemente, ganhou personalidade jurídica, abrindo o mercado para novos investimentos em tecnologia.

“Temos um plano de atrairmos mais indústrias farmacêuticas para cá. Nós já temos algumas, mas longe daquilo que se pretende, no sentido de melhorar, ampliar os medicamentos fabricados pela Zona Franca de Manaus. No entanto, eu confio muito na ação do CBA, espero que possamos avançar”, disse.

Marcelo Peres

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