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Negócios devem se ressignificar

Negócios devem se ressignificar

A pandemia do novo coronavírus trouxe a necessidade de adaptação de forma acelerada para vários segmentos do mercado, mesmo que ainda não haja elementos concretos que digam quais serão as próximas diretrizes. Neste momento, o varejo local, já acostumado a driblar diferentes cenários, pode unir tecnologia aos novos modelos de negócios para experimentar o melhor dos dois mundos e atingir outros patamares.

Alexandre Quintella, professor da ESPM e especialista do mercado varejista e de bens de consumo, explica que o empreendedor local deve pensar coletivamente para ter novos insights ou ressignificar conceitos. “O pequeno varejo pode se inspirar em clusters industriais criando um núcleo local de desenvolvimento de negócios complementares entre si. Esse núcleo passaria a representar uma vantagem competitiva perante grandes redes varejistas na medida em que atenderia seu mercado consumidor local de forma realmente personalizada. A personalização não seria apenas uma estratégia de marketing. Seria uma prática efetiva”.

Para o especialista, o que permite esse movimento é a tradição do varejo de bairro e sua detenção do conhecimento do foco do cliente. “A condição de entender mais assertivamente as expectativas estreita a relação entre empreendedores e clientes e faz com que haja uma fidelização ímpar entre ambos, que não pode ser alcançada, em plenitude, por grandes redes varejistas ou até mesmo em operações de e-commerce, das mais simples às mais sofisticadas”, afirma. Em um cenário onde, com receio de uma contaminação em massa, os consumidores passaram a aderir de forma mais contundente aos comércios locais, essa é uma oportunidade de ouro.

Estratégia do varejo local

Entregar valor e segurança para o cliente deve ser o principal objetivo. Quintella afirma que “‘os sobreviventes’ da pandemia não serão necessariamente os mais tecnológicos, afinal a tecnologia não é a ‘bala de prata’. Por isso, os que melhor tratarem e surpreenderem o cliente sairão na frente“.

Cada empreendedor deve identificar, no núcleo do comércio local, como seu produto pode se posicionar como complemento do outro e, de maneira articulada, oferecer uma proposta de valor única. Dessa forma, o movimento do varejo local deve ser para unir os competidores e organizá-los como uma grande empresa que tenha visão, missão e valores em torno de um propósito que encante os clientes.

“Deve-se ter em mente que o comerciante é quem fideliza o consumidor através de suas atitudes e que tudo gira em torno de um propósito. Temos que lembrar que pessoas sempre compram de pessoas, ou seja, quem vai interagir com o cliente –do dono da loja ao vendedor –deve acreditar muito no negócio que representa”, afirma Alexandre.

Outro ponto importante é entender que o cliente pós-pandemia é inseguro, tanto física quanto economicamente. Por isso, deixar claro quais medidas de higiene estão sendo tomadas na loja e não tolerar “escorregões”, além de mostrar que o cliente está fazendo a escolha certa ao comprar o produto, principalmente pelo custo-benefício, são forma de atender ao consumidor mais exigente.

Por fim, é preciso entender que a adoção da tecnologia é um caminho sem volta e cada vez mais acessível. “Pode ser uma tecnologia que facilite a vida do cliente –do e-commerce aos meios de pagamento sem toque -, que assegure uma experiência seamless de consumo. Além disso, tecnologias de gestão comercial e financeira serão muito úteis para garantir a continuidade do negócio em um ambiente cada vez mais competitivo e complexo”.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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