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Movimento da Páscoa deve cair este ano, aponta CNC

O movimento no comércio varejista em função da Páscoa, deve cair 2,2% este ano, em relação ao ano passado, a projeção é da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). O período deve puxar faturamento de R$1,62 bilhão significando o menor volume em 13 anos.

A previsão é de uma arrecadação inferior à registrada em 2020. O presidente da CNC, José Roberto Tadros, afirma que os impactos da pandemia na renda da população e o fechamento do comércio às vésperas do feriado explicam a baixa expectativa. “Esse é um segmento que, historicamente, depende de um consumo presencial. Ainda há uma grande dificuldade de adaptação das vendas on-line para a compra de itens como chocolate, ovos de Páscoa e produtos de supermercado, apesar de todos os avanços já feitos pelas empresas”, esclarece Tadros.

Segundo a CNC, entre os fatores para a retração nos índices estão o agravamento da pandemia, redução de importados e comprometimento da renda das famílias.

Economia fragilizada 

A economia tem mostrado uma queda preocupante. Além de minar o índice de confiança do consumidor e impactar o nível de desemprego, a crise pandêmica retrata a baixa expectativa, é o que avalia o  presidente em exercício da Fecomércio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amazonas), Aderson  Frota. “É um medo que prevalecem as decisões de compra”. 

Além disso, ele diz que a propagação da Covid no estado a partir da segunda quinzena de dezembro estendendo-se entre os meses de janeiro e fevereiro,  vitimou as empresas comerciais que precisaram fechar as portas. “Mas independente disso, janeiro é um mês de repor estoque então como nós estávamos de portas fechadas não nos preocupamos com isso mesmo porque também não tínhamos expectativa de vendas”. 

Aderson atribui outros fatores que atrapalham o movimento do comércio como a falta de embalagens para alguns produtos,  também  as dificuldades normais de transportes principalmente neste momento em que a economia está um pouco desarticulada.

Em acordo com as projeções nacionais, o  dirigente prevê  ter uma variação nas vendas do período entre 2% a 3%. “Até porque em conversa com alguns representantes do setor que comercializam produtos nesse nicho eles estão muito pessimistas com o comportamento das vendas que estão fracas em todos os quadrantes da economia estão fragilizadas” 

Baixa importação e renda comprometida

Especificamente sobre o volume de vendas, a queda esperada é menor do que a observada no ano passado (28,7%), mas há baixa expectativa dos varejistas por conta da redução das importações de produtos típicos da data. A quantidade de chocolates importada este ano (2,9 mil toneladas), por exemplo, foi a menor desde 2013 (2,65 mil toneladas). Já a importação de bacalhau (2,26 mil toneladas) foi a mais baixa desde a Páscoa de 2009 (1,43 mil toneladas).

Fabio Bentes, economista da CNC responsável pelo estudo, destaca que a desvalorização cambial de 23%, nos últimos 12 meses, encareceu a importação de produtos típicos. Ele lembra, ainda, que a festa ocorre em um período de maior comprometimento da renda familiar, fora da janela de pagamento do auxílio emergencial.

“O complemento social ajuda a desafogar o orçamento doméstico e, nesse sentido, contribui para o consumo. Além disso, a capacidade de contração de crédito está prejudicada pelo patamar recorde de comprometimento da renda das famílias”, aponta Bentes. De acordo com dados do Banco Central, 28,4% da renda dos brasileiros está comprometida com o pagamento de dívidas – o maior patamar da série, iniciada em 2005. “É o que chamamos de tempestade perfeita”, completa o economista.

Segmentos preveem crescimento 

Na contramão da CNC, outras projeções são bem otimistas, a Abicab (Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas), está otimista em relação à performance do setor para 2021. “As indústrias estão sempre procurando trazer novidades e inovações para os consumidores, acompanhando muito de perto a evolução do perfil do público-alvo para atender suas preferências e necessidades”, afirma Ubiracy Fonsêca, presidente da entidade.  

Com a pandemia já instaurada desde o ano passado, as empresas se planejaram levando em conta diversos cenários possíveis para este ano. “Nossos associados continuam trabalhando com o cuidado de adaptar a sua linha de produção para garantir a segurança de seus colaboradores e consumidores e seguem todos os protocolos de segurança recomendados por órgãos Públicos”, conta Ubiracy Fonsêca, presidente da Abicab. 

As empresas também estão acompanhando os processos de restrição em cada região do Brasil para ajustarem o planejamento de acordo com o cenário, atendendo, assim, a demanda do mercado de maneira segura e responsável. 

Foto/Destaque: Divulgação

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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