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Motoristas de aplicativos protestam contra alta da gasolina

Bastou o anúncio do reajuste nos combustíveis para os  motoristas de app reviverem o pesadelo do impacto da alta nas atividades. Uma das principais, são as jornadas exaustivas de trabalho que forçam os motoristas a trabalharem em dobro.  É nesse aspecto que a categoria pretende ir às ruas nesta quarta-feira (7), a partir das 8h30, reivindicar contra o aumento no preço da gasolina. O protesto deve contar com cerca de 100 veículos. O ato terá concentração na avenida André Araújo, próximo ao Inpa. 

Segundo o representante da Ameap-AM (Associação de Motoristas por Aplicativo de Manaus), Alexandre Matias, os aplicativos mudaram a forma de cálculos e ganhos. “É como se fosse uma alta de preços para os passageiros e menor ganho para os motoristas em plena pandemia ocorreu essa situação. Agora voltamos a um patamar ainda mais complicado com o reajuste nos combustíveis sem a Petrobras ter sinalizado o aumento de 0,16 centavos por litro”. 

Ele diz que na última quinta-feira, houve um aumento do produto de R$5,59 em todos os postos de combustível. “Demosntrando claramente que existe um cartel com alinhamento de reajustes de preços com os donos de postos e agora com mais 0,16 centavos de aumento o que representa quase 0,50 centavos de aumento em uma semana”. 

O motorista por aplicativo gasta por mês uma média de 300 a 400 litros de combustível para rodar de 5 a 7 mil quilômetros, o que incide em perdas para a categoria.

Segundo Alexandre, há quatro anos a categoria vem lutando contra esses reajustes, realizando várias manifestações. Ele diz que o objetivo do ato é que o Procon-AM  (Instituto de Defesa do Consumidor), volte a fiscalizar os postos de gasolina como fazia ano passado.

“Já que a nossa CPI dos combustíveis foi arquivada, não por falta de provas, porque temos ação civil pública aberta há muito tempo em Manaus e nada foi feito. Não houve fechamento de posto de combustível, não houve nenhuma multa e nem houve um retorno substancial para os motoristas por  app, mototaxistas e a população em geral se foi comprovado um cartel ou aumento abusivo isso deveria ser retornado ao bolso do consumidor o qual vai ser seu com nota e pode comprovar que pagou pela gasolina mais cara”, comentou.  

Em março, os recentes aumentos no preço da gasolina trouxeram impactos ainda maiores para os motoristas de apps. A queda no lucro devido ao reajuste do combustível fez aumentar o número de devoluções dos veículos de 30% para mais de 45%. Entre janeiro e fevereiro deste ano, os rendimentos registraram queda semanal de até 38%. 

Uma das preocupações diante do cenário, são o aumento da quantidade de horas trabalhadas, de 12 a 16 horas por dia, para terem o mesmo rendimento de antes com 6 horas de trabalho. 

O reajuste no combustível é um vilão dos motoristas que precisam arcar com as despesas mensais de aluguel e manutenção do veículo e ainda as taxas que precisam ser repassadas para as empresas que giram entre de 9,5% a 45% e variam de acordo com a corrida.

Nota

Questionado sobre a atuação nesse sentido, o Procon-AM informou que o órgão segue realizando ações constantes de fiscalizações nos postos de combustíveis. Inclusive notificando diversos postos da capital, além de realizar semanalmente a pesquisa de preço do combustível. O Procon-AM não tem atribuição constitucional para determinar preços, então o que pode ser feito é a análise desses valores, para verificar se o reajuste está relacionado ao aumento na Petrobras ou se há abusividade.

Em nota o Sindicombustíveis-AM informou que desde que a Petrobras alterou sua política de preços, passando a acompanhar as cotações internacionais dos combustíveis,  a revenda de combustíveis vêm respondendo à imprensa e aos órgãos de defesa do consumidor pelos aumentos. Porém, tanto as altas como as quedas de preços refletem as oscilações do livre mercado.

Informa ainda que os preços da gasolina nos postos de combustíveis estão ligados diretamente aos preços das companhias distribuidoras, ou seja, se elas aumentam,  geralmente, os postos também repassam os custos.  Isto deve-se ao funcionamento da cadeia de combustíveis, que é composta por refinarias, distribuidoras e postos. Pelas regras atuais, os postos não podem comprar gasolina e diesel direto das refinarias, adquirindo apenas das companhias distribuidoras, que são responsáveis por toda a logística do abastecimento nacional em todos os estados brasileiros. As refinarias comercializam a gasolina A (sem etanol anidro) para as distribuidoras. Nas bases da distribuição são adicionados 27% de etanol anidro, que após a mistura torna-se gasolina C, vendida e distribuída para os postos via caminhões-tanques.

A composição de preço da gasolina reúne etanol anidro, impostos, fretes e margens. Vale lembrar que quase 50% dos custos da gasolina são referentes aos tributos. E destaca que os preços dos combustíveis são livres em toda cadeia, do poço ao posto. 

Ainda, segundo a nota, o Sindicombustíveis-AM e a Fecombustíveis (Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes) não interferem no mercado da revenda. Cabe a cada posto revendedor decidir se irá repassar ou não as altas ou quedas de preços ao consumidor, de acordo com as suas estruturas de custo.

O Sindicombustíveis-AM e a Fecombustíveis zelam pela livre concorrência e pela livre iniciativa, em defesa de um Brasil melhor para todos.

Por dentro

A partir de agora, os preços médios de venda de gasolina e diesel da Petrobras para as distribuidoras ficarão de R$ 2,69 e R$ 2,81 por litro, com reajustes médios de R$ 0,16 (6,3%) e R$ 0,10 por litro (3,7%), respectivamente.

Foto/Destaque: Divulgação

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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