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Meu coração é tinto e os vinhos têm propriedades terapêuticas. Tá ligado?

Andei lendo que os franceses têm, por tradição, o costume de acompanhar todas as refeições com vinho. Estima- se que, a média anual de consumo no país é de 100 garrafas por pessoa. Além de doenças cardiocirculatórias, estudos provaram que outros dos 200 componentes do vinho podem prevenir ou auxiliar tratamentos de diversos males. O resveratrol, por exemplo, tem a capacidade de neutralizar efeitos tóxicos de proteínas ligadas à doença de Alzheimer. Essa mesma substância também tem propriedades anti-inflamatórias e anticancerígenas capazes de diminuir a incidência de tumores e, até mesmo, de inibir o aparecimento de alguns tipos de câncer, como os de próstata e de esôfago. Tudo confirmado pelos médicos.

Há muito tempo ouço dizer, e leio por aí, que uma dieta de saúde que protege o coração e afasta pra bem longe o perigo do câncer deve incluir uma taça de vinho bom, azeite no pão,  alho no macarrão italiano (ou português) e no arroz.  Já experimentou esse “combo” escoltado por um Suco da Bíblia com personalidade? Olha, o que eu sei é o que pesquisadores de escolas  de medicina mais conceituadas do mundo, meu cardiologista Aristóteles Alencar, e vários outros que têm se manifestado, inclusive pelas mídias, mencionando que a única coisa que pode ser um problema com a dieta acima, para algumas pessoas, é o preço. Com respeito a manutenção da saúde não pode haver melhor combinação. 

Minha gente, lá na França eles têm o Inserm, que equivale por aqui ao Ministério da Saúde, que anunciou há vários anos, os resultados de uma longa pesquisa sobre hábitos alimentares. Foi concluido que o vinho tinto protege o coração, dissipando as plaquetas que provocam coágulos e entopem as artérias. Vocês já ouviram falar no Paradoxo Francês? Seguinte, em 1991, um estudo publicado no British Medical Journal mostrou ao mundo que os franceses eram menos propensos a apresentar problemas cardiocirculatórios do que outras nações de mesmo nível sócio-econômico-cultural. Sedentários e fumantes inveterados, os franceses nunca foram modelos de saúde e, por isso, a pesquisa intrigou a muitos e foi batizada de Paradoxo Francês.

Trocando em miúdos esse paradoxo tem a ver com o fato de que os franceses, comem mais gordura, exercitam-se menos, mas tem 40% menos ataques cardíacos graças ao consumo de vinho tinto. O componente benéfico da bebida é o resveratrol, presente em quase todos os tipos de vinhos tinto. Isso é formidável. Concordas comigo? 

Cultivo hábitos alimentares como parte da minha boa mesa de saúde. O pão com azeite extra virgem, o alho, principalmente no arroz, e macarrão, sempre escoltando um filet au poivre, são iguarias que consumo sempre que possível. Já fui alertado para o alto índice de calorias presente no azeite de oliva extra virgem, por outro lado, o azeite apresenta certos componentes como o ácido linoléico e o ácido oléico, que ajudam o fígado a sintetizar HDL, o chamado bom colesterol, que , de acordo com meu cardiologista, funciona como desentupidor de artérias. Se tiver dúvida, vai em frente, confere com o teu médico essa valiosa informação. Ouve o que ele tem a dizer. Vale a pena.

Tem mais uma coisa. Me estimula saber que as potencialidades do alho na supressão das células cancerosas foram estudadas  nas universidades de Yale e Stanford, ambas de grande tradição cientifica nos Estados Unidos. Lendo os resultados do estudo, fico encorajado ao saber que o alho atua como redutor das taxas de colesterol, mesmo.  E por isso é que continuo por aqui degustando minha tacinha de vinho tinto, ensopando levemente o pão caseiro com azeite extra virgem, em todos os meus momentos de “dolce fa niente”.    Salut!       

Foto/Destaque: Divulgação

Humberto Amorim

Enófilo, curioso, insaciável e infiel apreciador
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