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Mercado de beleza teme sofrer queda no fim de ano

Mercado de beleza teme sofrer queda no fim de ano

Parte importante do fluxo de movimentação nos salões de beleza nas semanas que antecedem o Natal e o Ano Novo é o otimismo do consumidor, mas diferente do ano passado as boas perspectivas vem com um banho de água fria. O diagnóstico, apontado  por alguns estabelecimentos, faz parte dos efeitos causados pela pandemia num ano totalmente atípico para todos os setores. 

Esta época garante um aumento significativo nos lucros dos negócios de beleza e cria ótimas oportunidades para quem deseja apostar em um novo emprego ou garantir uma renda extra. Contudo, representantes estimam redução de 25% no movimento em relação ao ano anterior. 

“Há um movimento, mas uma movimentação menor. Não poderia ser diferente por conta das preocupações em relação à saúde pública. É claro que existe uma demanda das pessoas que querem se cuidar. Vai ser um ano de reunião com a família de estar próximo de quem realmente é importante. As pessoas querem estar bem consigo mesmas. Existe aquele efeito batom, se sentir bem, se sentir bonita faz bem para auto estima”, diz o CEO Amanda Beauty Center, Beto Pontes. 

Ele explica que há três fatores que impactam no movimento dos salões no cenário pós retomada. O primeiro é a saúde, muitas pessoas ainda se sentem inseguras em sair de casa. Existe também a questão do impedimento de realizar eventos como formaturas, casamentos e festas e o último é que na pandemia muitas pessoas souberam, aprenderam a se cuidar. “Neste último tem dois viés o primeiro é que você pode fazer algum procedimento de salão em casa sem contratar alguém, mas na outra direção ao tentar fazer isso,  a pessoa valoriza ainda mais o trabalho profissional porque percebe-se que o serviço de um profissional quando é bem feito realmente vale cada centavo pago pelo cliente o que traz uma grande responsabilidade para o segmento”. A ideia é que o negócio normalize  a partir da vacina estando disponível a todos.

Sem ânimo de lucro 

O cabeleireiro Evandro Peres, afirma que nem mesmo com o pagamento do 13° salário e o saque do FGTS, apontados por ele, como fatores primordiais para o movimento em relação aos demais meses, devem animar o setor. “O panorama é bem diferente do esperado. Nem os preços acessíveis e o diferencial no atendimento aos clientes estão ajudando.  Percebo um movimento ainda tímido. Na percepção dele, o aquecimento na economia ainda não está acontecendo. “Poucos setores já começam a demonstrar resultados maiores. Mas no nosso, de uma maneira geral, ainda não foi sentido”. 

Ele considera que num ano de pandemia o FGTS vai vir muito mais para pagar dívidas e outras despesas mais relevantes. “O consumo de serviços de beleza não surtiu efeito. 

Com a agenda movimentada, o salão de beleza e estética vegana, Araci Company, tem garantido a segurança dos clientes  e atendendo em torno de dois por hora “o que tem lotado de forma demasiada a nossa agenda, mas não chega nem perto da “lotação” que foi no ano passado em nosso salão”, conta. Ele  concorda que a economia na área da beleza não está aquecida. “Talvez se tudo der certo ano que vem tudo volte ao normal e as coisas melhorem para o setor”, frisou o administrador da empresa Barney Braz. 

Ele destaca que dezembro é o melhor mês para todas as áreas. E que provavelmente no salão que atua o faturamento não chegará nem perto do que tiveram no ano passado  mais de R$ 32 mil, somente no fim de ano. “Vamos ter uma queda brusca.  Estamos prevendo mais da metade do que faturamos ano passado. Mas estamos fazendo nossos agendamentos, estamos com a nossa agenda lotada até o dia 31, porém estamos torcendo e deixando nossas expectativas para que o ano que vem seja melhor que esse”. 

Em matéria veiculada no Jornal do Commercio, o Instituto Embelleze, maior rede de franquias da América Latina voltada para formação profissional em beleza, um cabeleireiro fatura em média R$10.000 durante este período. Já uma manicure profissional consegue alcançar uma marca aproximada de R$5.500, isso representa o dobro dos valores levantados nos demais períodos do ano.

Números 

Os últimos dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), indicam que o volume de serviços no Amazonas cresceu 5,4% no mês de setembro em relação a agosto deste ano. Dados que registram alta pelo quinto mês seguido, colocando o estado na quinta posição entre as outras unidades da federação.No entanto, no acumulado do ano (janeiro a setembro), o índice está negativo (-0,6) em relação ao ano passado. Já no acumulado dos últimos 12 meses, houve alta de 1,3% no volume de serviços do Estado.

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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