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Mapeamento vai aprimorar cadeia comercial em Manaus

Com a proposta de identificar as várias faces do comércio nas seis zonas geográficas de Manaus, entidades representantes da iniciativa pública e privada reuniram-se na manhã de ontem para dar início ao projeto de mapeamento econômico do varejo.
Reunidos na sede da Fecomercio (Federação do Comércio do Estado do Amazonas), governo e empresários discutiram proposições e parcerias que facilitem a aplicação da pesquisa até meados do segundo semestre, que vai traçar em poucos meses o perfil da base econômica, a distribuição espacial e as áreas de concentração do comércio varejista.
Se de um lado, o objetivo da Seplan (Secretaria de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico) é criar políticas públicas para beneficiar as atividades comerciais, por outro ponto os empresários preferem acreditar que o projeto de ­mapeamento, além de reduzir o número de empresas informais na capital, possa atrair novos associados e facilitar parcerias comerciais entre grandes e ­microempresas.
O gerente de projetos do Departamento de Políticas para o Setor Terciário da Seplan, Nilson Pimentel, disse que a criação do mapeamento econômico mostra a importância na geração de emprego e renda que o comércio tem sobre a economia do Amazonas. Embora não tenha entrado em detalhes sobre a questão, o representante deixou entender que as informações coletadas no mapeamento econômico do comércio varejista poderão facilitar ao governo formular políticas públicas para o setor, como o reordenamento da atividade nos bairros.
“O avanço das atividades do comércio nos grandes eixos perimetrais é algo marcante quando confrontado com o crescimento urbano desordenado da capital. Queremos descrever de forma genérica, entre outras coisas, as características estruturais, distribuição e a localização dessas empresas nesses eixos comerciais da capital”, revelou.
O vice-presidente da indústria e energia da ACA (Associação Comercial do Amazonas), Dahilton Pontes Cabral, teceu elogios ao analisar o projeto de mapeamento, dizendo que ele dará ideias precisas sobre o cenário varejista local. Informações sobre concentração de capital (aquisições e associações), retração de crédito, queda nos investimentos e na produção, falência das pequenas empresas nos bairros, desemprego, queda no valor dos salários, além da falência das pessoas físicas (redução do consumo) estão entre as expectativas do executivo sobre o projeto. “Além disso, o conhecimento do mercado possibilitará o aumento do quadro associativo, além, é claro, de uma base de sustentação para um período de longo prazo. Daí a importância dessa radiografia sobre o comércio de Manaus”, considerou o dirigente.
O empresário Jorge Façanha, atuante no segmento atacadista, considerou que a partir do levantamento, o interesse das grandes empresas poderá convergir para a criação de redes de compradores nas zonas da cidade. “Já pensou uma loja que pudesse revender os produtos de um grande varejista do centro com a mesma qualidade no atendimento e serviços? Isso possibilitaria, por exemplo, que os clientes não mais se deslocassem para o centro da cidade, desafogando as filas nos supermercados”, sintetizou.
Na opinião do economista-chefe da Fecomercio, José Fernando Silva, a redução do número de empresas informais é uma questão que preocupa as principais entidades da iniciativa privada por conta da concorrência desleal de quem não paga impostos.
Por outro lado, avaliou o especialista, o alto índice de empresas informais evidencia a dificuldade atual de se produzir e sobreviver na formalidade. “Esta situação é fruto de uma ambiência hostil ao empreendedorismo, em que há excesso de tributação e burocracia. Hoje, o risco de viver na informalidade é menor do que se formalizar. O governo tem apertado tanto a empresa formal, que os empresários estão preferindo permanecer na informalidade para fugir da burocracia e das altas taxas de impostos”, finalizou.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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