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Manaus tem maior alta de preços de imóveis no país

O preço médio do metro quadrado dos imóveis de Manaus emendou uma terceira rodada mensal de elevação, entre maio e junho. O valor subiu 2,14% na variação mensal, passando de R$ 5.275 para R$ 5.388, novamente na maior alta do país. A capital amazonense, contudo, avançou com menos ímpeto do que no mês anterior (+2,18%), o que não impediu de bater com folga a média brasileira (+0,57%) –que foi recorde. Os dados são do Índice FipeZap, estudo mensal da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) que acompanha as flutuações do mercado imobiliário de 50 cidades brasileiras.  

O incremento mensal (+2,14%) fez Manaus se manter na primeira colocação do ranking das 16 capitais analisadas pelo indicador –que tomou como base 1.440 anúncios imobiliários locais. Vitória (+1,60%) novamente aparece em um distante segundo lugar, seguida por Brasília (+1,49%), Curitiba (+1,47%)e Goiânia (+1,40%). Florianópolis (+1,26%), Maceió (+0,81%), Fortaleza (+0,72%), Porto Alegre (+0,64%), Recife (+0,54%), Salvador (+0,41%), Belo Horizonte, São Paulo (ambos com +0,40%), João Pessoa (+0,32%) e Rio de Janeiro (0,15%) completam a lista, sendo que o único dado negativo veio de Campo Grande (-0,94%). 

No acumulado do ano, a capital amazonense (+5,57%) subiu da sétima para a quinta posição, suplantando o número brasileiro (+2,17%). Maceió (+8,16%) lidera a lista, enquanto Vitória (+7,18%), Florianópolis (+6,54%) e Curitiba (+6,09%) também aparecem à frente de Manaus. Abaixo desse patamar estão Goiânia (+4,93%), João Pessoa (+4%), Brasília (+3,64%), Porto Alegre (+2,77%), São Paulo (+2,21%), Salvador (+1,75%), Recife (+1,43%), Rio de Janeiro (+1,05%), Belo Horizonte (+0,59%), Fortaleza (+0,49%) e Campo Grande (+0,37%). 

Em 12 meses, Manaus (+13,29%) caiu do segundo para o terceiro maior percentual de elevação de preços entre as capitais, sendo superada apenas por Maceió (+14,27%) e praticamente empatada com Vitória (+13,30%). Completam a lista Curitiba (+11,08%), Brasília (+10,48%), Florianópolis (+9,47%), Goiânia (+9,22%), João Pessoa (+8,89%), Recife (+5,13%), Porto Alegre (+4,90%), Fortaleza (+4,66%), São Paulo (+4,41%), Salvador (+4,38%), Campo Grande (+3,22%), Belo Horizonte (+2,89%) e Rio de Janeiro (2,29%).

Na média nacional, o Índice FipeZap (+0,57%) acelerou ante maio (+0,48%), abril (+0,30%) e março (+0,18%), na maior elevação desde agosto de 2014 (+0,68%). Mas, ainda ficou aquém do IPCA do mesmo mês (+0,58%), aguardado pelo mercado, na pesquisa Focus do BC (Banco Central). No semestre, os respectivos percentuais foram +2,17% e +3,82%. “Caso a expectativa se confirme, a relação entre a variação acumulada do Índice FipeZap e da inflação ao consumidor apurada pelo IBGE resultará em um recuo de 1,58% do preço médio de residencial, em termos reais”, assinalou o texto da pesquisa. 

Bairros em alta

O bairro Adrianópolis (R$ 6.247), na zona Centro-Sul, se manteve com o metro quadrado mais caro de Manaus. O bairro Ponta Negra (R$ 6.093) –na zona Oeste –se segurou no segundo lugar –, sendo seguido novamente pelos bairros Nossa Senhora das Graças (R$ 5.751), Aleixo (R$ 5.593) –ambos na zona Centro-Sul –e Dom Pedro (R$ 5.264) –zona Centro-Oeste. Todos registraram aumentos, no acumulado de 12 meses (+4,7%, +15,3%, +12,1%, +21,9% e +19,4%, na ordem).

Na sequência está o Centro (R$ 5.008), que também alcançou a maior alta proporcional da lista (+26,2%). Completam a lista do Índice Fipezap os bairros Chapada (R$ 4.290), Parque 10 de Novembro (R$ 4.489), Flores (R$ 4.143) –os três na zona Centro-Sul –e Compensa (R$ 4.169) –na zona Oeste. Os reajustes anualizados foram de +9,6%, +4,8%, +21,9%, e +10,8%, respectivamente.

Embora tenha registrado a maior alta, o preço médio do metro quadrado de Manaus (R$ 5.388) está 29,61% aquém da média nacional (R$ 7.655), com preço próximo a cidades médias, a exemplo de Campinas (R$ 5.411), Santos (R$ 5.378) e Vila Velha (R$ 5.322). Está em 12º lugar entre as 16 capitais brasileiras listadas pelo FipeZap, tendo ultrapassado Salvador (R$ 5.340) e se mantido à frente de Goiânia (R$ 4.721), João Pessoa (R$ 4.692) e Campo Grande (R$ 4.327), e logo atrás de Maceió (R$ 5.724). O metro quadrado mais caro do Brasil ainda está no Rio de Janeiro (R$ 9.545), seguido por São Paulo (R$ 9.529) e Brasília (R$ 8.336). 

“Preços descalibrados”

Em entrevista anterior à reportagem do Jornal do Commercio, o diretor da Comissão da Indústria Imobiliária da Ademi-AM (Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Amazonas), Henrique Medina, lembrou que o segmento imobiliário se manteve aquecido durante a pandemia e as quarentenas, em virtude da busca de imóveis com espaços maiores e em condomínios fechados. Em paralelo, a demanda também tem inflado a inflação dos insumos, ajudando a precificar para cima os preços dos imóveis e inviabilizando alguns lançamentos de padrão mais baixo.  

O dado mais recente do Sinapi (Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil) aponta que custo da atividade no Amazonas pontuou 1,54% de expansão, entre maio e junho, praticamente dobrando o patamar anterior (+0,85%), embora tenha perdido de longe para o número brasileiro (+2,46%). Assim como ocorrido nos meses anteriores, o indicador do IBGE foi puxado pelos dispêndios com materiais (+2,05% e R$ 829)

Medina reforçou, contudo, que o valor do metro quadrado da cidade ainda é um dos mais baixos do Brasil, em razão da predominância de produtos de padrão econômico, apesar de os custos de construção ainda serem mais elevados do que os da maior parte dos Estados. O dirigente admitiu que os valores dos terrenos em outras regiões podem custar mais caro, mas ressalvou que os preços dos imóveis de Manaus estavam “descalibrados” em razão de alguns dos incorporadores terem trabalhado com valores “abaixo do padrão”, por necessidade de desovar estoques. 

Foto/Destaque: Divulgação

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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