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Manaus na mira de modais elétricos por aluguel

Uma iniciativa positiva vai dar alternativa para quem depende de veículos ou até mesmo do transporte público para realizar trechos curtos. Manaus está na mira da empresa FlipOn, que pretende ampliar o serviço de aluguel de patinetes e bicicletas elétricas na capital. 

A FlipOn desenvolveu um sistema para limitar a área de utilização, uma espécie de “cerca viva”, justamente para controlar melhor a utilização dos patinetes e bicicletas e melhorar a produtividade para o licenciado. O sistema é pensado para ser uma alternativa ao transporte público e, principalmente, para o uso de veículos com motor a combustão. E isso com o uso de veículos elétricos não poluentes “O mercado de deslocamento em um raio de cerca de 5 km de distância no Brasil é gigante. Mesmo com a Covid, e todos os problemas relacionados, estamos em processo de forte crescimento e interesse por parte dos empresários. As pessoas vão preferir se locomover com mais individualidade e ao ar livre”, afirma Maurício Petinelli, diretor comercial da FlipOn.

Segundo Mauricio, a empresa dispõe de estudos recentes que indicam que 30% dos usuários trocam uma viagem curta de automóvel para utilizar o patinete elétrico ou bicicleta. Praticamente a mesma proporção dos usuários em grandes centros urbanos utilizaram um patinete elétrico para se conectar a um transporte público. 

De acordo com o diretor comercial da FlipOn, os patinetes e bikes elétricas vão ficar disponíveis em espaço físico, em estações de aluguel, e podem ser retiradas através do aplicativo da FlipOn. Os licenciados são restaurantes, comércio em geral, hotéis, lojas, empresários. “O licenciado pode ter uma frota própria, de locação, tanto para patinetes quanto bicicletas, integradas com o aplicativo exclusivo da FlipOn. Com a compra de patinetes e bicicletas elétricas da FlipOn e pagar os royalties pela utilização da licença e marca”. 

Petinelli explica que já existem conversas com investidores, em fase adiantada, de interessados em Manaus. “A FlipOn já tem um licenciado em Roraima, que inicialmente ia assumir a operação em Manaus, mas até o momento não avançou. A previsão é até final do ano, mas deve estar em operação em Manaus antes”. 

A empresa sediada em São Paulo já opera em 8 cidades, de diversos Estados brasileiros, e deve chegar a 50 cidades até o final do ano, segundo previsão da empresa. Ela oferece suporte desde a manutenção dos patinetes até o atendimento direto ao consumidor.

“O modelo de negócio é similar à franquia, no qual o investidor, ou o licenciado, opta por um modelo de plano que dá direito a um determinado quantitativo de transportes”, explica ele. 

“O licenciado conta com todo o acompanhamento da FlipOn desde o início da adesão ao negócio, oferecemos treinamentos. Nossa operação é bem regional. Manaus é uma cidade que nos interessa muito porque necessita de alternativas de mobilidade” , complementa. 

O sistema de gerenciamento informa ao licenciado os detalhes da locação, como a localização do veículo, nível de bateria e reporte de problemas.  

Já os usuários dos patinetes devem seguir as regras do Contran (Conselho Nacional de Trânsito), relacionadas ao uso em ruas, calçadas e ciclovias, velocidade permitida e equipamentos de segurança. 

“Acreditamos que a mobilidade urbana é um desafio aos municípios e a FlipOn vai de encontro às problemáticas proporcionando uma alternativa divertida, segura que viabiliza alternativas a curtos trechos”, considerou o diretor comercial. 

Sobre o Investimento 

O formato comum é feito por licenças para locação. Essas licenças de operação são divididas em pequena (investimento base de R$ 36 mil e frota de 58 patinetes e bicicletas), média (investimento de R$ 77 mil e frota de 107 unidades) e grande (investimento base de R$ 388 mil e uma frota de 535 unidades)

Sistema é bem-vindo

O professor da Ufam e doutor em engenharia de transporte Geraldo Alves. avalia sobre aspecto positivo a iniciativa. “Dependendo do custo  que esses sistemas sejam  implantados em Manaus, custos por quilômetros para os usuários é bem-vindo.  Um outro aspecto positivo seria o fato de ter o maior  número de ciclistas e patinetes elétricos nas vias que forçará um aumento ao respeito a esse modo de utilização de transporte. “Hoje já melhorou por conta da pandemia porque temos vários entregadores usando esse tipo de mobilidade. A cidade está mais familiar um pouco mais amiga do ciclista, Isso reflete em maior número de circulação, mais espaço aberto para esse modal de mobilidade urbana. 

Mas ele também lembra que é necessário aumentar a segurança viária por meio de campanhas de conscientização para orientar estes usuários. “As vias são estreitas sinuosas não têm calçada porque boa parte dessas mobilidade onde já está implantada ocorre sob as calçadas e Manaus tem essa defasagem da existência de calçadas, e onde elas existem, são irregulares cheias de degraus o que é incompatível para uso de patentes e bicicletas”. 

O especialista adverte ainda que, seguramente,  a circulação terá que se dar sob o leito carroçario  das vias disputando espaço com os automóveis. Ele diz que alguma coisa precisa ser feita para convencer as pessoas a se encorajar a usar esse modais. “A gente já usa a bicicleta, mas para representar um faturamento compatível com os investimentos certamente seu uso deverá ser bastante ampliado e aí nós vamos precisar melhorar a segurança viária”, reitera ele.

Um outro aspecto importante para o patinete elétrico, segundo ele,  é a qualidade do revestimento asfáltico. O patinete terá de circular do lado direito da via encostado ao meio fio e a maior parte desse lado das ruas, em  via de regra, é  muito ruim cheios de saliências e buracos o que dificulta o uso, principalmente desses produtos. “Talvez se estejam desenvolvendo um patinete com as rodas um pouco maiores ajudaria. Caso contrário, as rodas pequenas são um risco que impacta tremendamente para esses produtos, então será necessário recuperar a primeira faixa de rolamento do lado direito  da via por onde deverá circular esses modais. Isso será um desafio para empresa”, comenta o especialista. 

Foto/Destaque: Divulgação

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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