Pesquisar
Close this search box.

Confiança dos lojistas de Manaus fica acima da média

Lojistas de Manaus tem confiança acima da média nacional

Em sintonia com as melhoras nos indicadores locais de vendas, a confiança dos lojistas de Manaus avançou pela terceira vez seguida, na passagem de setembro para outubro. Puxada pela percepção do momento presente, o índice de alta superou a média nacional e manteve o indicador no nível de satisfação, com novo aumento nas intenções de contratar, mas nem tanto nas de investir. Os dados são do Icec (Índice de Confiança do Empresário do Comércio), medido pela CNC.

O indicador da CNC registrou 120 pontos em Manaus, ficando 13,9% acima da marca de setembro (105,4 pontos), mas ainda abaixo do nível de abril (126,2 pontos). No confronto com outubro do ano passado (135,2 pontos), foi mantido um decréscimo de 11,3%. No Brasil, o índice cresceu 10,5% e alcançou 103,1 pontos, voltando ao patamar de otimismo após seis meses de baixa. No comparativo anual, por outro lado, houve queda de 15,1%.

Apurado entre os tomadores de decisão das empresas, o levantamento avalia condições atuais, expectativas de curto prazo e intenções de investimento. Pontuações abaixo de 100 representam insatisfação, enquanto marcações de 100 até 200 são consideradas de satisfação. A Confederação Nacional do Comércio sondou 6.000 empresas de todas as capitais do país – 164 delas, em Manaus. 

Assim como ocorrido em setembro, nenhum dos nove subíndices do Icec apresentou queda. Em uma inversão da dinâmica registrada nos meses anteriores, os melhores índices de crescimento se deram na avaliação das condições presentes da economia (+48,2%), do comércio (+37,9%) e das empresas (+37,1%), em detrimento de suas respectivas estimativas – +3,3%, +0,7% e +0,7%. 

As perspectivas, no entanto, tiveram as pontuações mais elevadas registradas na sondagem, tanto no que se refere à economia brasileira (160,2 pontos), quanto ao setor (161,6 pontos) e à empresa (165,1 pontos). Em contrapartida, as percepções relativas às condições atuais da economia (94,3 pontos) continuam na zona de insatisfação, assim como ocorrido com o nível de investimentos das empresas (79,3 pontos) e os estoques (74,7 pontos) – que avançaram 23,5% e 2,6%, na ordem.

A maioria dos entrevistados (43,3%) considera que a situação atual da economia brasileira “piorou um pouco”. Em seguida estão aqueles que dizem que “melhorou um pouco” (39,6%), os que avaliam que “piorou muito” (10,4%) e os que garantem que “melhorou muito” (6,7%). Os números vieram melhores do que os de setembro – 34%, 24,5%, 36,6% e 5% respectivamente. A percepção de piora foi novamente mais acentuada nas empresas com mais de 50 empregados e que vendem bens não duráveis.

Há mais otimismo nas avaliações sobre as condições atuais do setor e da empresa, onde a maioria acha que “melhorou um pouco” (46,2% e 45,5%, na ordem). Em setembro, a percepção dominante era de que o panorama presente era “um pouco pior” (40,6% e 46,2%). Companhias de menor porte lideram o otimismo em ambos os casos, assim como aquelas que trabalham com bens duráveis (sobre o setor) e não duráveis (sobre a empresa). 

Contratações sem aportes

Em relação às expectativas para a economia, a opinião majoritária é de que vai “melhorar um pouco” (45,7%), seguida pelos que acreditam que vai “melhorar muito” (44,1%). O otimismo é maior para o setor (45,1% e 45,3%, respectivamente) e à empresa (44,5% e 47,6%). Em todos os casos, a satisfação é maior entre as companhias com mais de 50 trabalhadores e no segmento dos semiduráveis.

Assim como em setembro, a reversão do pessimismo decorrente da crise da covid-9 é mais evidente nas intenções de contratar do que nas de investir – onde ainda há ceticismo e insatisfação, apesar da melhora. A maioria absoluta (59,7%) diz que o contingente deve “aumentar pouco”, seguida, de longe, pelos que avaliam que pode “reduzir pouco” (18,9%). Em contraste, a percepção dominante em Manaus é que o nível de aportes de capital no próprio negócio vai ser “um pouco menor” (45,4%) ou “um pouco maior” (25,5%). Em ambas as situações, as estimativas negativas se limitam às empresas menores.

Recuperação e sazonalidade

No entendimento do o assessor econômico da Fecomércio AM (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amazonas) e coordenador local da pesquisa, José Fernando Pereira da Silva, os números da pesquisa da CNC apontam para um panorama de retomada gradual, com viés de alta para as festas de fim de ano, embora o economista não arrisque cenários para 2021. 

“O indicador voltou ao patamar de otimismo, com crescimento de 14,5 pontos. Isso sinaliza que o varejo do Amazonas está se recuperando de uma forma bastante positiva, e muito acima das perspectivas que tínhamos nos meses anteriores. Os dados também mostram claramente que teremos uma retomada muito boa de vendas e que, por ocasião da melhor sazonalidade do ano, o Natal será altamente positivo para o setor”, comemorou.    

Custos e otimismo

Em texto distribuído pela assessoria de imprensa da CNC, a economista da entidade responsável pela pesquisa do Icec, Izis Ferreira, ressalta que a percepção menos pessimista dos empresários, em nível nacional, quanto à economia pode ser explicada pelos resultados recentes dos indicadores de atividade, a exemplo do IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), que cresceu pela quarta vez seguida em agosto.

A economista chama a atenção para o fato de que a proporção de empresários que afirmaram ter pretensão de aumentar o quadro de funcionários cresceu novamente e que todos os componentes da pesquisa parecem seguir a chamada retomada em V ou U, com exceção dos estoques. “Isso pode indicar que o comerciante enfrenta dificuldades conjunturais, seja por pressão de custos, com preços em geral e câmbio, ou por algum desequilíbrio de oferta e demanda, em função de mudanças temporárias do comportamento dos consumidores”, analisou.

No mesmo texto, o presidente da CNC, José Roberto Tadros, avalia que a percepção dos comerciantes é cada vez mais otimista, sobretudo com a proximidade das festas de fim de ano. “Mesmo no contexto de pandemia, as perspectivas são de melhor desempenho do varejo no último trimestre, que será favorecido pelo aumento do faturamento com datas como a Black Friday e o Natal”, finalizou. 

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar