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Locadoras de veículos do Amazonas turbinam emplacamentos em 2020

Apesar da pandemia, o número de emplacamentos de veículos novos de locadoras ano passado no Amazonas  registrou aumento 15,5% em relação a 2019. Foram mais de 3 mil  automóveis e comerciais leves emplacados. A frota total do setor totaliza mais de 7.500 veículos entre unidades compradas com veículos seminovos. A informação faz parte do  o Anuário Brasileiro do Setor de Locação de Veículos, organizado pela Abla (Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis).

O resultado positivo é atribuído à dificuldade  que as montadoras estão enfrentando na produção. “A dificuldade na produção de veículos novos resultou no desabastecimento do mercado. As locadoras passaram a atender boa parte desse segmento com soluções de locação e carro por assinatura, o que justificaria o aumento no número de emplacamentos em relação a 2019, somado ainda ao fato de o ano anterior ter sido um ano fraco economicamente”, afirma o diretor regional da Abla no Amazonas, Sidney Reche Galdeano Filho.

Também houve um aumento expressivo de empresas abertas com a CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) de locação de veículos sem motorista, com salto de mais de 60%. “Temos visto muitas empresas do segmento automotivo, como montadoras e concessionárias por exemplo, migrarem para modelos de locação de carro por assinatura, o que justificaria o expressivo aumento de empresas dentro desta classificação”.

De acordo com Sidney, o mercado hoje, conta com  novos players entrando no mercado, para oferecer produtos como a modalidade  Carro por Assinatura  que garante o uso de um veículo novo por um período determinado de tempo, grandes players também vem passando por fusões e consolidações, o que é uma tendência desse mercado, e que ocorreu muito forte nos Estados Unidos e Europa.

O presidente do Conselho Nacional da Abla, Paulo Miguel Jr,  avaliou como um bom resultado e esse número de veículos licenciados no Estado do Amazonas reflete a necessidade das locadoras de veículos serem consideradas atividade essencial no Estado. “Nós estamos atendendo à população e mesmo os contratos de órgãos públicos, que necessitam de frota no período da pandemia, bem como secretarias de saúde, polícias, hospitais, etc”.

Ele considera que o mercado de aluguel no Amazonas está em franco crescimento, talvez fique um pouco penalizado como os demais Estados do Brasil pela falta de entrega de carros pelas montadoras. Mas é um mercado consistente que vem apresentando bons resultados nos últimos anos.

Devido à paralisação de várias montadoras, ele diz que é difícil prever os rumos do setor, mas a estimativa é que o mercado tinha  uma compra de 450 mil carros para 2021, “mas isso vai depender efetivamente da produção”. Além disso, vai influenciar também na idade da frota das locadoras, pois a renovação de carros não será a mesma que anteriormente”.

Upgrade

O proprietário da locadora Lemans, Cacildo Júnior, destaca que as dificuldades de insumos para produção, com a valorização do dólar e  a diminuição da produção na indústria automobilística elevaram os valores dos veículos. O mercado de usados também se valorizou  pela falta dos novos. 

“O setor de locação de veículos compra o ano todo e  foi o maior cliente das montadoras em

2019. Assim, em 2020 conseguimos renovar grande parte da nossa frota devido às dificuldades para aquisição de novos veículos e falta de insumos e mão de obra nas montadoras”. 

Para ele, o mercado de locação com a pandemia tem um espaço especial. Seja para a locação eventual ou pela locação de longo prazo. O período de entrega dos novos veículos está em torno de 120 dias em algumas montadoras, assim os  clientes de veículos novos estão alugando conosco até a chegada dos seus.

“E temos um fator muito importante para o mercado que é o de aluguel de longo prazo (tipo assinatura) pois o empresário hoje que precisar de fluxo de caixa consegue resolvê-lo com facilidade, basta vender sua frota própria e alugar uma conosco.  Assim ele vai ter o dinheiro necessário para seu fluxo de caixa e também não vai mais se preocupar com, IPVA, depreciação, manutenção dos veículos, venda de veículo usado e aquisição de um novo.  E tudo por nossa conta”, garantiu.

Desafio

Segundo o diretor regional da Abla no Amazonas, este ano, o maior desafio do setor de locação de veículos, será realizar a gestão eficiente de sua frota, equilibrando suas margens contra a depreciação de seus ativos que terão o ciclo de locação alongado, frente a falta de veiculos 0km no mercado e prazos muito longos de entrega, além do aumento de preços que vem ocorrendo mensalmente, que podem desequilibrar facilmente as margens já bastante apertada do setor. Por outro lado, as locadoras que conseguirem atuar com eficiência nesse momento vão conseguir usufruir de um forte crescimento de uma necessidade latente por veículos que o mercado vem apresentando.

Números 

O ranking das montadoras traz a Volkswagen no topo da participação na frota total, com 26,3%, seguida pela General Motor com 26,2%. A Ford vem em terceiro lugar com 17,9%, a FCA com 12,2% e a Renault com 8,4% completando a lista das cinco montadoras com mais modelos na frota total do setor de aluguel de veículos no Amazonas.

Dos 3.333 automóveis e comerciais leves comprados no ano passado, 35,8% foram modelos da General Motors. Em seguida, vieram os modelos da Volkswagen com 24,1% de participação nas compras anuais do setor no Amazonas. O terceiro lugar ficou com a FCA com 15,9%. A Ford com 12,2% e a Renault com 6% completam o ranking das cinco montadoras que mais venderam veículos para o setor de locação do Estado em 2020.

Nacional

No país como um todo, apesar da pandemia ter impactado o segmento, o setor de locação de veículos ultrapassou a marca de 1 milhão de automóveis. “Esse recorde foi atingido mesmo diante da dificuldade de comprar e receber carros novos, na medida em que as montadoras sofreram e ainda sofrem com a falta de insumos para retomar seu ritmo normal de produção”, explica o presidente da Abla, Paulo Miguel Júnior. “A preocupação de que não haja carros suficientes para a renovação da frota persiste, inclusive, para este ano de 2021”.

Principalmente em função de tais entraves, as compras de carros novos por parte das locadoras (360.567 unidades) ficaram aproximadamente 33% abaixo daquelas realizadas em 2019, quando o setor emplacou 541.346 automóveis e comerciais leves. Porém, mesmo em ano de pandemia, o total de postos de trabalho nas locadoras subiu de 75.104 para 77.214; e o número de empresas ativas no segmento avançou de 10.812 para 11.053.

Paralelamente a isso, em 2020 foram vendidas 44,6 milhões de diárias de aluguel de carros, ante 49,6 milhões vendidas em 2019. Com isso, o faturamento bruto anual do setor caiu de R$ 21,8 bilhões para R$ 17,6 bilhões, enquanto o faturamento líquido recuou de R$ 19 bilhões para R$ 15,3 bilhões.

Foto/Destaque: Divulgação

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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