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LG concentra ações no PIM e traz otimismo para a indústria

O PIM (Polo Industrial de Manaus) vai ganhar reforço com a ampliação de novas operações da fabricante de eletroeletrônicos LG.  A empresa anunciou que vai concentrar  a produção de monitores, notebooks e TV, após decisão de encerrar as atividades em Taubaté, no interior de São Paulo. 

Na segunda-feira (5), a LG comunicou que decidiu abrir mão  do mercado de celulares. 

O novo plano de expansão da LG vai integrar as linhas de produção de produtos como eletroeletrônicos e eletrodomésticos,  já instaladas  no parque fabril em Manaus. 

Em comunicado, a empresa diz que em virtude dessa decisão, “também fará a transferência da produção de notebooks, monitores e all in one para sua unidade de Manaus, de modo que fortalecemos nossa competitividade comercial em TV / PCs / monitores, com foco na fábrica existente de Manaus e, continuaremos a expandir com profissionais de vendas e serviços relacionados”. 

Conforme a empresa, a decisão de transferir a produção dos itens para o Amazonas foi tomada, depois que o governo de São Paulo decidiu não renovar a isenção de ICMS para o setor.

Nelson Azevedo, vice-presidente da Fieam, considera o investimento uma boa notícia para a Zona Franca de Manaus, que mais uma vez mostra que os incentivos fiscais oferecidos pelo modelo ainda conseguem ser um forte atrativo para novos investimentos. 

“A LG já possui um parque fabril em Manaus e a região oferece mão-de-obra capacitada, do qual a empresa precisa para expandir sua produção. O Polo Industrial de Manaus recebe esses novos produtos da LG de “braços abertos”. 

Em outro aspecto, Azevedo concorda que a decisão foi tomada não apenas em cima da planilha de custos, com a suspensão das vantagens fiscais estaduais. “Trata-se do reconhecimento da capacidade instalada de nossa planta industrial, a qualidade de seus colaboradores e os índices de sustentabilidade que nós oferecemos”. Para ele, não é qualquer planta industrial que gera emprego ao mesmo tempo que impede a derrubada da floresta. “A Organização Mundial do Comércio e a União Europeia já se manifestaram a respeito disso, considerando que nós geramos riqueza sem derrubar as árvores, comprometer os rios e a qualidade de nossa floresta conservada”.

Na avaliação do presidente do Cieam (Centro das Indústrias do Estado do Amazonas), a decisão da fabricante em deixar de produzir aparelhos celulares no mundo, traz impactos às empresas que são fornecedoras da LG, por outro lado, a demanda por esse produto existe e o mercado que era atendido pela fabricante vai ser prestado por outras empresas que atuam no nicho. “Temos que observar a cadeia de produção. Eu tenho certeza que as empresas fornecedoras da LG já estão se movimentando para atender outros fabricantes naquilo vai ser o aumento na demanda para eles. Vamos acompanhar. Nós não tínhamos essa produção em Manaus. Vamos observar  o que essa mudança vai trazer de reflexo para o mercado”. 

Cautela

Dados do Sindimetal (Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas) dão conta que a empresa que já possui um parque fabril em Manaus, concentra 1350 funcionários efetivos, com 105 trabalhadores terceirizados na área de embalagem e aproximadamente 350 funcionários com a mão de obra temporária. 

O presidente do Sindicato, Valdemir Santana,demonstra preocupação em virtude da demissão de mais de mil funcionários da fábrica em São Paulo. Ele diz que apesar de existir a oportunidade de geração de novos postos de trabalhos no PIM, a abertura de mercado pode impactar nos empregos locais. “Temos que  abrir novas vagas, mas não fechando fábrica em outro lugar e vindo para o Amazonas. Nós queremos empregos para todo país e aqui também. Não podemos perder, porque hoje foi lá, mas com essa política de abertura de mercado pelo governo federal o reflexo deve refletir em perdas de vagas no Amazonas. Tem que fazer uma política contrária. Em nenhum país do mundo existe isso. Precisa olhar primeiro para a situação da população interna do nosso país”. Ele acrescenta que não concorda que que desempregue pais de família  por irresponsabilidade do governo federal ainda mais numa época de crise sanitária global.  

Decisão da empresa

Na mesma nota, a LG  destaca que ao longo dos anos a fabricante tem feito vários esforços para garantir a continuidade dos negócios. No entanto, com a crescente competitividade global, bem como em razão dos prejuízos acumulados no segmento de smartphones de 23 trimestres consecutivos e perdas operacionais acumuladas, a empresa decidiu encerrar suas atividades de Celulares globalmente, o que resultará no encerramento desta produção na unidade de Taubaté/SP.

E afirma que vai manter  o compromisso com os seus clientes de smartphones, a empresa permanece com as políticas de garantia deste produto.

Por fim, a empresa informa que apesar da decisão de encerramento desta produção na Unidade mencionada, informa que manterá a comercialização e a produção de outras linhas de negócios no Brasil, gerando empregos e investimentos, além de novas oportunidades ao mercado brasileiro.

Foto/Destaque: Divulgação

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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