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Juma Ópera qualifica setor hoteleiro no Centro de Manaus

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No próximo dia 2 de fevereiro, domingo, o centro de Manaus ganhará um belo hotel, o Juma Ópera, na rua 10 de Julho, bem ao lado do Teatro Amazonas. O hotel se torna ainda mais belo por ter sido instalado num antigo casarão, de 1897, que estava abandonado e foi totalmente restaurado.

Interessante é que as instalações do Juma ocupam quatro casarões, dos quais foi mantida a fachada original. Após a entrada principal, as dependências do hotel se espalham pelos demais casarões, com recepção, quartos, suítes, sala para reunião, academia, restaurante, bar e piscina.

Da esquerda para a direita, de quem segue a Dez de Julho, o primeiro casarão pertenceu à pianista Ivete Ibiapina; no segundo, a parte central do hotel, funcionou o vice-consulado americano. Pesquisas mostram que, de 1913 a 1943, o vice-consulado esteve lá; o espaço entre o segundo e o terceiro casarões era ocupado pelo jardim do território americano e agora funcionará o restaurante; do terceiro e quarto casarões ainda não se sabe a história.

O Juma Ópera está sendo construído pelo empresário paulista Fábio Fonseca, um apaixonado pela Amazônia e pelo calor de Manaus. Às vésperas da inauguração do hotel, ele e o filho Caio já estão morando no prédio supervisionando os últimos detalhes das obras.

“Construí o Juma Ópera para servir de base de apoio na cidade para meu outro hotel, o Juma Amazon Lodge, que existe há 20 anos, nas florestas do município de Autazes. Quando o Tropical Hotel ainda estava funcionando, os turistas ficavam hospedados lá, antes de ir para o Juma Amazon. Agora ficarão hospedados aqui, e depois seguem pro hotel de selva”, falou Fábio.

Ivete Ibiapina

E como vida de empresário no Brasil não é fácil, com Fábio não foi diferente. Ele demorou exatos dez anos desde que comprou o casarão do antigo vice-consulado, até a inauguração do hotel no próximo mês.

“Quando comprei o casarão, minha intenção era construir um hotel três estrelas, com oito quartos. Um hotel de passagem dos hóspedes por Manaus para o Juma Amazon, mas aí meus agentes de turismo nos Estados Unidos e Europa disseram que se eu estava ao lado do Teatro Amazonas, um dos teatros mais famosos do mundo, por que não construir logo um cinco estrelas?”, contou.

Fábio, então, comprou o casarão do lado esquerdo. Com isso, o hotel passou a ter capacidade para mais 30 quartos. Enquanto isso, o empresário ia a bancos viabilizando empréstimos para tocar o negócio.

“Não é fácil. Cada vez que você precisa mudar uma vírgula no contrato inicial, o banco diz que não pode, aí ficamos amarrados sem conseguir que a coisa ande naturalmente”, reclamou.

Por três longos anos as obras chegaram a ficar paradas. Sem conseguir liberação imediata de dinheiro nos bancos, o empresário resolveu recolocar os trabalhos em andamento com dinheiro do próprio bolso.

Há dois anos Fábio comprou uma das residências mais icônicas daquele trecho da Dez de Julho. O casarão onde morou a pianista Ivete Ibiapina.

“Nele, deixara de funcionar uma escola de música mantida pela Secretaria de Cultura. Como a casa ficara vazia, me ofereceram e eu comprei para lá construir três suítes, mais uma sala de reuniões”, revelou.

No espaço do antigo jardim do vice-consulado, agora funcionará o Ópera Restaurante, que servirá tanto aos hóspedes quanto a clientes externos.

No quarto andar do terceiro casarão foi construída uma piscina, tendo próximo um bar.

O quarto e último prédio ainda vai sofrer restaurações para se unir aos demais com espaço para convenções e quartos.

Theodore Roosevelt

O Juma Ópera inaugurará com 41 apartamentos, todos com vista para o Teatro Amazonas, e investimento da ordem de R$ 30 milhões.

“Colocamos diversas modernidades no hotel. Vários dos seus ambientes são revestidos com cerâmicas que imitam tijolinhos. Estas cerâmicas têm, em sua composição, vidros reciclados”, falou Caio Fonseca.

“Os vidros de todas as janelas são acústicos. Quando elas estão fechadas, não se consegue ouvir nenhum barulho externo”, garantiu.

“Os menores quartos têm 22m2 enquanto as suítes são imensas, possuindo mais de 60m2”, adiantou.

Outro detalhe importante pensado por Fábio e Caio foi a retirada de toda a fiação elétrica e de telefone que passava pela frente do hotel. A fiação, agora, é completamente subterrânea, deixando o Teatro inteiramente livre para ser admirado por quem estiver no estabelecimento.

Enquanto aguarda a inauguração de seu hotel, Fábio, amante da história, vasculha, principalmente no acervo do Jornal do Commercio, o passado do prédio. Logo na recepção, uma grande foto de Theodore Roosevelt com Cândido Mariano Rondon.

“Descobri que Roosevelt esteve aqui, em 1913, visitando o vice-consulado”, explicou.

Mais de cem anos depois, outros americanos de peso estão chegando para se hospedar no hotel. São os jazzistas que irão se apresentar no 10º Festival Amazonas Jazz. Mas esta é outra história.        

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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