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INPA, USP e MIT criam o AmIT, um Instituto para soluções  inovadoras em favor da Amazônia

No último levantamento, perto de 500 pesquisas e programas de extensão atuantes na Amazônia foram registrados pela USP. Dessa vez, com a criação da AmIT, Instituto de Tecnologia da Amazônia, uma sigla que mistura Tecnologia, Inovação e Biodiversidade, a expectativa de resultados com excelência se amplia pela mobilização de seus atores.   

Por Alfredo Lopes

BrasilAmazoniaAgora

Nesta quarta-feira, sob a coordenação do cientista Adalberto Luís Val, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, um grupo de pesquisadores expande mais um conjunto de atividades que a Universidade de São Paulo desenvolve na Amazônia. No último levantamento, perto de 500 pesquisas e programas de extensão foram registrados pela instituição. Dessa vez, com a criação da AmIT, Instituto de Tecnologia da Amazônia, uma sigla que mistura Tecnologia, Inovação e Biodiversidade, a expectativa de resultados com excelência se amplia pela mobilização de seus atores. É alvissareira a presença do MIT, o lendário Instituto de Tecnologia de Massachusetts, uma referência mundial avançada de inovação. Adicionalmente, o grupo conta com o apoio do pesquisador e climatologista da USP, Carlos Nobre e da especialista em programas ambientais, Maritta Koch-Weser.

Desenvolvimento de pesquisa e inovação na Amazônia é tudo de mais urgente que precisamos. O projeto é inovador com estratégias de atuação em redes de inteligência colaborativa e coalizões criativas para o desenvolvimento das soluções orientadas para alguns problemas da Amazônia. A equação que reúne as potencialidades imensuráveis da floresta com o desafio da prosperidade social sustentável, por mais desejável que pareça, se depara com obstáculos de toda ordem.

Nas premissas dessa iniciativa – que considera o desafio de um programa sustentável da Amazônia – ganha destaque o  “empoderamento social, com a conservação das florestas e dos rios, com a restauração e o uso racional de áreas desmatadas e degradadas, para conceber novas estratégias de inclusão social e geração de renda que fortaleçam as cadeias de valor da bioeconomia”. E essas cadeias de valor precisam do rastreamento que o sistema NFe possibilita, ou seja, a geração de notas fiscais dos produtos daí resultantes.

A proposta do AmIT pressupõe o traçado do rio Amazonas e seus afluentes como um conjunto de artérias de desenvolvimento sustentável para gerar acessibilidade, mobilidade, flexibilidade e conectividade. Bertha Becker, em seus últimos projetos, imaginou este cenário de integração. Há pouco mais de um ano, sob a batuta do engenheiro Augusto Rocha, a UFAM esteve com pesquisadores locais em Boston, no MIT, para debater a infraestrutura necessária à mobilidade e à inovação tecnológica na Amazônia. Dizer que sinapse das conexões da natureza e do conhecimento interagem por conta própria pode ser um sofisma, mas alguns fatos demonstram a lógica aí imanente. Salta aos olhos que precisamos apostar nessas conexões em múltiplos planos quando o objeto desafiador do conhecimento se chama Amazônia.

A ideia é que o AmIT funcione com “constante troca de saberes locais e soluções tecnológicas avançadas para os principais problemas que a sociedade amazônica enfrenta”. De acordo com os coordenadores do estudo, a missão do AmIT é de contribuir para o desenvolvimento socioambiental da região e para a melhoria da qualidade de vida da população amazônica, por meio da transformação do conhecimento científico e tradicional em inovações tecnológicas sustentáveis a serviço da Amazônia e do planeta.

O pré-estudo de viabilidade do AmIT, contou com o apoio do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA), do Programa Amazônia 4.0 e do Instituto Arapyaú. Eis uma oportunidade para aplicar parte dos recursos gerados para inovação tecnológica na direção de qualificar as instituições locais, os pesquisadores e seus esforços para levar ao mercado as soluções que a biodiversidade oferece. É preciso multiplicar parques tecnológicos para a Amazônia com os recursos recolhidos pela indústria para interiorização do desenvolvimento, fomento de micro e pequenas empresas, e que a Universidade do Estado do Amazonas, mantida pelo Polo Industrial de Manaus possa integrar-se neste desafio não apenas mapeando e inventariando demandas e oportunidades, mas debruçando sua massa crítica para criar soluções de infraestrutura ajustadas às peculiaridades regionais da  geomorfologia, cultura, necessidades e habilidades. Todas as iniciativas em favor da evolução do conhecimento e expansão de oportunidades, portanto, serão bem-vindas, desde que sejam transparentes, justas e viáveis e que nos encontrem atentos e fortes.

Alfredo Lopes

Escritor, consultor do CIEAM e editor-geral do portal BrasilAmazoniaAgora
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