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Indústria investe na formação acadêmica

Indústria investe na formação acadêmica

O PIM e a UEA (Universidade do Estado do Amazonas) estão estreitando relações. Na quarta (24), representantes da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas) e do Cieam (Centro da Indústria do Estado do Amazonas) foram apresentados a um balanço da instituição em seus 19 anos de atuação, durante videoconferência. 

Diante do que foi mostrado, as lideranças da indústria incentivada consideram que o fomento à universidade – por meio da tributação estadual do setor – é um investimento com retorno positivo a sociedade e também para o setor. Os dirigentes, contudo, consideram que o processo pode melhorar e querem maior participação decisória na gestão dos recursos, por meio de conselhos.

O mesmo raciocínio se estende a todas as “outras contribuições econômicas” da Sefaz (Secretaria de Estado da Fazenda), que incluem FTI (Fundo de Fomento ao Turismo, Infraestrutura, Serviços e Interiorização do Desenvolvimento do Amazonas) e FMPES (Fundo de Apoio às Micro e Pequenas Empresas e ao Desenvolvimento Social do Estado do Amazonas), entre outras. 

A discussão é antiga e esquentou em 2019, quando o governo estadual se viu forçado a direcionar parte do FTI para a Saúde. Outro episódio que atraiu controvérsia, ocorrido no final do ano, foi a destinação de recursos do FMPES para pagar o 13º do funcionalismo estadual. Para as lideranças do PIM, o Estado deve fazer todos os esforços possíveis para evitar eventuais desvios de finalidade, garantindo a diversificação econômica do Amazonas.

Menos dependência

O presidente do Cieam, Wilson Périco, garante que a UEA é uma das principais obras do Estado e presta um grande serviço à sociedade amazonense, ao focar o desenvolvimento intelectual de todo o Amazonas, já que está presente, física ou remotamente, em todos os seus municípios. “Temos novos desafios, a começar pelo desenvolvimento de capital intelectual para as potencialidades do Estado, para que essas pessoas possam ser abraçadas por futuros investidores. E é nesse sentido que estamos nos aproximando ainda mais da UEA. Temos que compor um conselho que ajude a direcionar da melhor forma os recursos, que não são poucos. Não estamos propondo que sejam focados só na indústria. Podem ajudar o Estado a ser menos dependente da capital e desenvolver atividades também no interior”, frisou.

O dirigente observa que o mesmo raciocínio se aplica ao FTI – que visa desenvolver o turismo e a interiorização da economia do Estado – e FMPES – que fomenta as pequenas empresas. Wilson Périco avalia que ambos terão papel fundamental para “abraçar” outras atividades econômicas e ampliar o leque econômico do Amazonas. “Ambos os fundos também não contam com um conselho atuante. Precisamos que estes sejam estabelecidos e atuem de forma que esses recursos prestem o devido serviço ao nosso Estado. Estamos falando de R$ 1,4 bilhão por ano nessas três rubricas que podem fazer toda a diferença. Nossa intenção é contribuir”, afiançou. 

Sucesso e finalidade

O presidente da Eletros (Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos), Jose Jorge do Nascimento Junior, destacou que considera a UEA é um dos grandes e melhores projetos do Brasil. “Pouca gente sabe que ela é mantida pelo Polo Industrial de Manaus e que seus recursos são oriundos das taxas que as fábricas pagam ao governo. Mas o setor tem muito orgulho de bancar e custear esse projeto. É um ponto positivo da Zona Franca e só existe graças ao modelo”, asseverou. 

O dirigente lembra que a universidade tem na capital, os polos geradores de conhecimento mais próximos ao interesse do PIM e, no interior, o que “o governo entende como necessário ter”. Mas ressalta que o setor entende ser necessário focar. “Sempre procuramos discutir com o governo do Estado e a direção da UEA, no sentido de que sejam oferecidos cursos alinhados com as necessidades da ZFM e com o futuro da indústria, principalmente voltados à engenharia e tecnologia”, reforçou.   

O presidente da Eletros considera, no entanto, que os recursos do FTI e FMPES, pagos também pelas empresas do Polo, devem ser destinados a suas finalidades originais. “Entendemos que o governo Wilson Lima é bem transparente, mas precisamos avançar ainda mais nesses objetivos. É importante que os fundos sejam aplicados realmente no desenvolvimento do turismo, na interiorização e tudo mais. Sabemos que parte também é usado pela Afeam para os pequenos negócios. Teríamos mais resultados positivos para diversificar a economia do Amazonas dessa forma”, encerrou.

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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