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Indústria do Amazonas tem aumento no faturamento em março

Após segurar nas vendas e na produção, no mês anterior, a indústria do Amazonas voltou a avançar também na massa salarial, em março. É o que revelam os números locais dos Indicadores Industriais da CNI, compilados pela Fieam. O crescimento em todas as frentes seguiu em sintonia com o refluxo local da segunda onda, mas também se beneficiou de uma base de comparação erodida pela primeira onda. O acirramento da crise sanitária em todo o país e as incertezas econômicas, contudo, ainda preocupam o PIM.  

Conforme a estudo, o faturamento real da manufatura local cresceu 51,9% na variação mensal, em resultado superior ao do levantamento de precedente (+21,5%). Confrontado com o valor de março de 2020 – já sob os efeitos do começo da primeira onda –, as vendas decolaram 150,8%. No trimestre, o aumento foi de 85,2%. Na média brasileira, houve alta de 2,2% ante fevereiro de 2021 – recuperando mais da metade queda da sondagem passada (-3,6%). O setor subiu 12,7% na variação anual e 7,5%, na acumulada. 

Em sintonia, as horas trabalhadas nas linhas de produção da indústria amazonense avançaram 18,9%, entre fevereiro e março deste ano, fortalecendo o dado positivo anterior (+8,7%). Na comparação com a marca de 12 meses atrás, o subindicador subiu 33,8%, revertendo a performance negativa de fevereiro (-4%). Com isso, o acumulado (+6,5%) também retornou ao azul. Em todo o país, o setor cresceu em todas as comparações (+0,9%, +10,7% e +6,5%, respectivamente). 

Depois da virtual estagnação de fevereiro, a UCI (utilização da capacidade instalada) da indústria amazonense – que trata do percentual de máquinas comprometidas na produção – subiu 3,85% entre o segundo (67,4%) e o terceiro (70%) mês deste ano, o melhor número desde novembro de 2020 (72,6%). Em relação a março do ano passado (78,2%) – e já sob a pandemia – houve um tombo de 10,8%. A UCI do trimestre (68,2%) também perdeu para 2020 (69,2%). Em contraste, o indicador nacional também expandiu na variação mensal dessazonalizada (de 80,7% para 81,1%) e em relação ao mesmo mês do ano passado (76,2%).

Empregos e salários

O dados relativo à mão de obra continua sendo o pior da lista, para o Amazonas, mas já saíram do vermelho. O saldo de contratações das fábricas instaladas no Estado cresceu 1,3%, na comparação com fevereiro de 2021, sem reverter queda anterior (-1,8%).  No confronto com o mesmo mês do ano passado, houve um novo acréscimo de 6%, fortalecendo o trimestre (+7,8%). Em âmbito nacional, houve o oitavo incremento mensal consecutivo (+0,3%), sendo acompanhado pelos respectivos comparativos (+2,1% e +1,1%).

A massa salarial da manufatura amazonense foi comparativamente melhor na variação mensal (+1,8%), embora ainda não tenha revertido a perda anterior (-6,2%). A variação anual (-15,6%), no entanto, reforçou o dado negativo de fevereiro (-9,4%), além de erodir ainda mais o resultado no acumulado do ano (-10,6%). A média nacional também teve acréscimo ante fevereiro deste ano (+2,2%) e apontou dados insatisfatórios nas demais comparações (-4,6% e -2,7%). 

Em texto divulgado pela assessoria de imprensa da CNI, o gerente de Análise Econômica da entidade, Marcelo Azevedo, comemorou os números, embora tenha ressaltado que a base de comparação do ano passado é fraca. “Os dados de março revertem parcialmente as perdas de fevereiro e mostram que a atividade industrial se mantém acima do pré-pandemia. As altas da atividade são expressivas na comparação com março de 2020, quando a indústria enfrentava a necessidade de paralisar suas operações por conta da pandemia”, diz o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.

“Demanda reprimida”

O presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas) e vice-presidente executivo da CNI, Antonio Silva, lembrou que março foi o mês em que as atividades do setor retornaram, após a paralisação dos dois primeiros meses do ano, sendo esperado um efeito de “demanda reprimida”. O dirigente, entretanto, não deixou de considerar o desempenho positivo, diante das dificuldades impostas pela crise que se seguiu à ascensão local da segunda onda.

“A indústria amazonense, malgrado os meses de janeiro e fevereiro, teve um comportamento relativamente estável e apresentou bons números em março. A decisão [do governo estadual] de mantê-la em funcionamento [pelos decretos], mesmo durante o auge da crise, mostrou-se acertada e garantiu o mínimo de atividade produtiva necessária para manutenção salutar da economia”, comemorou.

Diante da resiliência das crises sanitária e econômica geradas pela segunda onda em todo o país, e seus efeitos na cadeia produtiva industrial, Antonio Silva salienta que ainda há necessidade de cautela para os próximos meses. O presidente da Fieam reforça que a cronologia da pandemia segue em estágio diferenciado do local no restante do país e lembra que a produção industrial do Amazonas e seus indicadores são significativamente dependentes do consumo nacional, que se encontra abalado pelo repique da crise da covid-19. 

“Imaginávamos que esse primeiro trimestre representaria uma recuperação dos indicadores, porém, fomos surpreendidos com o agravamento da crise, primeiro em território amazonense, e, posteriormente, em todo o território nacional. Os próximos meses serão essenciais para termos um panorama mais assertivo acerca do cenário macroeconômico”, finalizou. 

Foto/Destaque: Divulgação

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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