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Setor hoteleiro do Amazonas já perdeu 3 mil empregos em 2021

De janeiro a abril de 2021 cerca de 3 mil pessoas foram demitidas na rede hoteleira do Amazonas. O número corresponde ao segmento de hospedagens, bares e  restaurantes, nichos que atendem ao mercado. Segundo o SindHotel-AM (Sindicato dos Empregados do Comércio Hoteleiro do Estado do Amazonas), não há contratações. O segmento amarga prejuízos na ordem de 30% em relação ao número de novas vagas. 

O presidente do SindiHotel-AM, Gerson Almeida, o setor em Manaus não tem absorvido bons  resultados como algo consolidado.  Para ele, o turismo na região deve começar a respirar no segundo semestre de 2022 se houver vacinação em massa até o fim do ano. “Esse setor só vai se recuperar nesse período.

Ele diz que as contratações deveriam começar agora com as flexibilizações das atividades econômicas, porém surgiu no bojo a MP 1045 que prevê redução de jornada/salário e a suspensão de contrato de trabalho, o que prejudica totalmente a mão de obra, limitando novas contratações. “Eu entendo que para o nosso mercado não tem vantagem nenhuma essas novas regras. O governo federal deveria ter estabelecido essas normas de janeiro a abril deste ano. Não reeditar as medidas agora que está totalmente fora do contexto e só vai prejudicar o trabalhador. O que ele deveria fazer era só abrir linhas de créditos para as empresas  por meio do Pronampe”, opina ele. Ele enfatiza que as regras neutralizam a contratação e beneficia as empresas que acabam explorando mais a mão de obra. 

Apesar do setor perder postos de trabalhos, por conta da pandemia, a hotelaria cresceu em demanda no mês de maio. De acordo com o presidente da Abih-AM ( Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Amazonas, Roberto Bulbol, a taxa de ocupação dos hotéis chega a 23% em relação ao volume total de leitos ofertados.

“Considerando os primeiros meses de 2021 tivemos uma leve recuperação. Em abril conseguimos absorver um pouco dessa demanda em torno de 18%”, afirma ele, acrescentando que o fluxo de clientes recepcionados nos hotéis, atualmente, é considerado normal. “A insegurança da população em viajar, por conta da pandemia, consequentemente, gerou reestruturação na malha aérea e afetou diretamente o receptivo no estado. Empresas reduziram a oferta de voos, aumentaram as conexões, interromperam voos internacionais, dentre outras mudanças, que constantemente são anunciadas pelas empresas aéreas”. 

Na opinião dele, embora o setor ainda não tenha alcançado um equilíbrio, já apresenta um  nível bom. “Sentimos um crescimento lento na frequência dos hotéis, uma pequena retomada. Apesar da redução de casos e de óbitos por Covid-19, no estado, nas demais regiões do país a crise é severa e as pessoas têm medo de viajar. Somente a vacinação proporciona segurança ao turista”, disse.

“Sofremos por dificuldade logística e precisamos dos turistas, que só conseguem chegar ao estado por transporte aéreo”, completou.

Buscando o equilíbrio

Segundo o dirigente, desde o período mais severo da pandemia até os dias atuais, para não fechar as portas, os proprietários dos hotéis optam pelas reformas nos prédios e adoção de medidas trabalhistas.

“É difícil manter uma estrutura em funcionamento, sem hóspedes. Alguns optam por reformas, manutenção, fechamento de departamentos dos hotéis, redução de horários dos colaboradores, escala de trabalho, e em último caso, demissões”.

O presidente estima que desde o início da pandemia o setor já registrou redução no quadro laboral de aproximadamente 58% do total de funcionários registrados antes da pandemia.

Há quase um mês, em entrevista ao Jornal do Commercio, Manoel Linhares, presidente nacional da Abih Nacional (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis), Manoel Linhares, comentou que o setor hoteleiro enfrenta um momento muito difícil e desafiador, com muitos meios de hospedagens encerrando suas atividades pelo país inteiro. À época, ele relatou que o segmento tem procurado as autoridades em todos os níveis, mas obtiveram  algum apoio do governo federal que através da Medida Provisória 936 possibilitou a renegociação de contratos de trabalho e a redução de jornada e salários, além da suspensão dos abonos salariais, e com a MP 944 garantiu linhas de crédito para pagar os salários dos colaboradores do setor.

Foto/Destaque: Divulgação

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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