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Indústria do AM eleva vendas, mas desacelera na produção em maio

A indústria do Amazonas recuperou o ritmo no faturamento e nas horas trabalhadas, em maio, após os decréscimos amargados em abril. Mas, voltou a emendar um novo mês de decréscimos nos empregos e na massa salarial, além de desacelerar no uso da capacidade instalada do setor. O parque industrial amazonense ficou acima da média nacional apenas nos dois primeiros quesitos. É o que revelam os números locais dos Indicadores Industriais da CNI, compilados em parceria com a Fieam.

Conforme a estudo, o faturamento real da manufatura local encolheu 24,9% na variação mensal, em resultado muito acima do capturado no levantamento precedente (-15,4%). Confrontado com o valor de maio de 2020 – ainda sob os efeitos do começo da primeira onda –, as vendas decolaram 478,4%. Em cinco meses, o aumento foi de 179,2%. Na média brasileira, a elevação mensal não passou de 0,7%, e os incrementos anual (+29,1%) e acumulado (+18%) também foram mais baixos. 

Em paralelo, as horas trabalhadas nas linhas de produção da indústria amazonense subiram 3,4%, entre abril e maio deste ano, em desempenho igualmente superior ao dado anterior (-12,1%). Na comparação com a marca de 12 meses atrás, o indicado já se apresenta 111,9% superior, reforçando o acumulado para uma alta de 34,3%. Em todo o país, o setor foi na direção contraria na variação mensal (-1,8%) e cresceu nas demais comparações (+27,4% e +15,1%, respectivamente). 

Já a UCI (utilização da capacidade instalada) da indústria amazonense – que trata do percentual de máquinas comprometidas na produção – voltou a entrar em campo negativo (-1,78%), entre o quarto (80%) e o quinto (78,6%) mês deste ano, após colher seu melhor resultado de 2021 no mês anterior. Em relação a maio do ano passado (72%), houve expansão de 9,17%. Na média do acumulado do ano, ficou 1,5 pontos percentuais abaixo da marca do mesmo intervalo de 2020, segundo análise da Fieam. O indicador nacional também encolheu na variação mensal dessazonalizada (de 81,9% para 81,6%), mas ficou acima de maio de 2020 (71,1%).

Empregos e salários

Os dados relativos à mão de obra emplacaram o quarto mês seguido com dados negativos para o Amazonas. O saldo de contratações das fábricas instaladas no Estado caiu 0,6%, na comparação com fevereiro de 2021, em desaceleração mais amena do que a anterior (-1,4%). No confronto com o mesmo mês do ano passado, houve um novo acréscimo de 5,6%, fortalecendo o acumulado dos cinco meses iniciais (+8,2%). Em âmbito nacional, houve novo incremento mensal consecutivo, embora novamente modesto (+0,5%), sendo acompanhado pelos respectivos comparativos (+6% e +2,6%).

Já a massa salarial da manufatura amazonense foi novamente pior na variação mensal (-2,6%), reforçando o recuo de abril (-1%). A variação anual (+47,1%), por outro lado, saiu do vermelho, mas não foi suficiente para tirar o acumulado do ano (-1,1%) do campo negativo, a despeito da fraca base de comparação. A média brasileira foi negativa no confronto com abril deste ano (-0,8%), mas conseguiu avança na comparação com maio de 2020 (+13%) e no aglutinado do ano (+1,3%). 

Em texto divulgado pela assessoria de imprensa da CNI, a economista da entidade, Maria Carolina Marques, aponta que o crescimento de 0,5% no emprego da indústria de transformação brasileira, registrado em maio, já é o décimo consecutivo, e a “variação mensal é forte para o indicador”, sendo “observada pela última vez em 2010”. Sobre a oscilação no faturamento, a economista salienta que “já se pode afirmar que o indicador assume uma tendência de queda, pois as altas não têm compensado as retrações e o indicador se encontra 3,3% menor que em janeiro de 2021”.

“Fase de aquecimento”

Diante dos números de maio, o presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas) e vice-presidente executivo da CNI, Antonio Silva, ressalva que a retração no emprego se deu no comparativo com o mês anterior, de abril, mas foi “uma queda pequena”, mantendo o indicador “praticamente estável”. O dirigente considera que situação similar é observada no tocante à massa salarial e lembra que algumas indústrias ainda estão sofrendo pontualmente com a questão de fornecimento de matéria-prima, o que acaba impactando na utilização da capacidade instalada.

“Em linhas gerais, os números estão dentro do esperado. A indústria vem apresentando indicadores salutares frente às dificuldades enfrentadas. Trata-se de um período paulatino de retomada. O mercado ainda se encontra em fase de aquecimento e o abastecimento deve ser normalizado até o final do ano. Nossa expectativa é de que o segundo semestre seja um período de recuperação, a partir da vacinação e da mitigação da pandemia”, finalizou.

Foto/Destaque: Divulgação

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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