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Imóveis de Manaus seguem encarecendo em julho

O metro quadrado dos imóveis de Manaus emendou uma quarta rodada mensal de elevação nos preços médios, entre junho e julho. A variação mensal avançou 1,14%, passando de R$ 5.388 para R$ 5.449. O valor avançou menos do que no mês anterior (+2,14%), fazendo a capital amazonense cair no ranking nacional. Mas, bateu com folga a média brasileira (+0,64%) –que apresentou novo recorde. Os dados são do Índice FipeZap, estudo mensal da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) que acompanha as flutuações do mercado imobiliário de 50 cidades brasileiras.  

O incremento mensal (+2,14%) fez Manaus recuar da primeira para a sétima colocação do ranking das 16 capitais analisadas pelo indicador –que tomou como base 1.440 anúncios imobiliários locais. Vitória (+2,74%) passou para o primeiro lugar, sendo seguida por Curitiba (+1,79%), Goiânia (+1,75%), Florianópolis (+1,60%), Brasília (+1,59%) e Fortaleza (+1,18%). Já Porto Alegre (+0,98%), Maceió (+0,74%), Recife (+0,59%), São Paulo (+0,42%), João Pessoa (+0,33%), Belo Horizonte (+0,23%), Rio de Janeiro (0,21%) e Campo Grande (+0,07%) tiveram variações inferiores à da capital amazonense. O único dado negativo veio de Salvador (+0,09%).

No acumulado do ano, a capital amazonense (+5,57%) baixou da quinta para a sexta posição, também suplantando o número brasileiro (+2,82%). Vitória (+10,12%) lidera a lista, enquanto Maceió (+8,96%), Florianópolis (+8,25%), Curitiba (+7,99%), Goiânia (+6,80%) também aparecem à frente de Manaus. Abaixo desse patamar estão Brasília (+5,29%), João Pessoa (+4,35%), Porto Alegre (+3,78%), São Paulo (+2,64%), Recife (+2,03%), Fortaleza (+1,68%), Salvador (+1,66%), Rio de Janeiro (+1,26%), Belo Horizonte (+0,82%) e Campo Grande (+0,44%), em uma lista sem retrações. 

Na variação anualizada de 12 meses, Manaus (+14,14%) se manteve com o terceiro maior percentual de elevação de preços entre as capitais brasileiras, sendo superada apenas por Vitória (+15,83%) e Maceió (+14,62%). Completam a lista Curitiba (+12,84%), Goiânia (+10,84%), Florianópolis (+10,70%), Brasília (+10,12%), João Pessoa (+8,71%), Recife (+7,60%), Porto Alegre (+5,41%), Fortaleza (+5,40%), São Paulo (+4,45%), Salvador (+4,05%), Campo Grande (+3,41%), Rio de Janeiro (2,62%) e Belo Horizonte (+2,51%).

Na média nacional, o Índice FipeZap (+0,64%) acelerou ante junho (+0,57%), maio (+0,48%), abril (+0,30%) e março (+0,18%), na maior elevação desde agosto de 2014 (+0,68%). Mas, ainda ficou aquém do IPCA do mesmo mês (+0,94%), aguardado pelo mercado, na pesquisa Focus do BC. No acumulado de sete meses, os respectivos percentuais foram +2,82% e +4,74%. O dado anualizado do indicador também apresentou um aumento médio dos imóveis em todo o país (+5,13%) abaixo da inflação oficial anteriormente aguardada pelo mercado (+8,97%).

Bairros em alta

O bairro Adrianópolis (R$ 6.369), na zona Centro-Sul, se manteve com o metro quadrado mais caro de Manaus. O bairro Ponta Negra (R$ 6.144) – a zona Oeste –se segurou no segundo lugar –, sendo seguido novamente pelos bairros Nossa Senhora das Graças (R$ 5.870), Aleixo (R$ 5.782) –ambos na zona Centro-Sul –e Dom Pedro (R$ 5.389) –zona Centro-Oeste. Todos avançaram em relação a junho, além de registrar aumentos em 12 meses (+1,7%, +16%, +17,7%, +23% e +18,1%, na ordem).

Na sequência está o Centro (R$ 4.622), apesar de ter apresentado redução ante a cotação do levantamento anterior (R$ 5.008). Completam a lista do Índice Fipezap os bairros Parque 10 de Novembro (R$ 4.525)  na zona Centro-Sul –, Compensa (R$ 4.387) –na zona Oeste –, Flores (R$ 4.184) e Chapada (R$ 4.050), –ambos na zona Centro-Sul. Os reajustes anualizados foram de +11,2%, +5%, +16,8%, 17,3% e -1,1%, respectivamente.

A despeito da nova alta, o preço médio do metro quadrado de Manaus (R$ 5.449) está 29,25% aquém da média nacional (R$ 7.702), com preço próximo a cidades médias, a exemplo de Campinas (R$ 5.423), Santos (R$ 5.393) e Vila Velha (R$ 5.399). Segue em 12º lugar entre as 16 capitais brasileiras listadas pelo FipeZap, à frente de Salvador (R$ 5.336), Goiânia (R$ 4.804), João Pessoa (R$ 4.708) e Campo Grande (R$ 4.330), e logo atrás de Maceió (R$ 5.766). Após meses de liderança, o Rio de Janeiro (R$ 9.565) perdeu a primeira posição no ranking do metro quadrado mais caro do Brasil para São Paulo (R$ 9.569), enquanto Brasília (R$ 8.469) se mantém em um distante terceiro lugar. 

“Hora de comprar”

O presidente do Creci AM/RR (Conselho Regional de Corretores de Imóveis dos Estados do Amazonas e Roraima – 18ª Região), Paulo Carvalho Mota Júnior, observou, em depoimento anterior à reportagem do Jornal do Commercio, que os valores de metro quadrado seguem alinhados com a flutuação de demanda e oferta, com a maior procura de incorporadores por áreas para lançar novos empreendimentos e maior necessidade de negociação, para não elevar o preço final do produto. A pandemia e a necessidade de ficar mais em casa, por outro lado, teriam feito as pessoas buscarem imóveis maiores e melhores. 

O diretor da Comissão da Indústria Imobiliária da Ademi-AM (Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Amazonas), Henrique Medina, lembrou, igualmente em entrevista anterior à reportagem do Jornal do Commercio, que o segmento imobiliário e a demanda das famílias por reformas domiciliares se mantêm aquecidos, com impactos na inflação dos insumos e na precificação de imóveis. O dado mais recente do IBGE aponta que o custo da atividade no Amazonas pontuou 0,84% de expansão, entre junho para julho, sendo puxado pelos dispêndios com materiais (+1,37%).

Medina lembrou que o valor do metro quadrado da cidade ainda é um dos mais baixos do Brasil, em razão da predominância de produtos de padrão econômico, apesar de os custos de construção ainda serem mais elevados do que os da maior parte dos Estados. O dirigente acrescentou ainda que os preços dos imóveis de Manaus estiveram algum tempo “descalibrados”, em razão da necessidade de incorporadores “desovarem estoques”, mas avisa que a tendência do mercado é de alta e que “a hora de comprar é agora”. 

Foto/Destaque: Divulgação

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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