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Imóveis de alto e médio padrão voltam a movimentar o mercado

Os imóveis de médio e alto padrão voltam a sobressair com forte tendência tanto no país quanto no Amazonas. Esse dinamismo na performance do segmento é confirmado no  Indicador Abrainc-Fipe do último trimestre móvel de 2021 que  aponta cenário positivo para o segmento.

O vice-presidente da Ademi (Associação das Empresas do Mercado Imobiliário no Estado do Amazonas), Hélio Alexandre, afirma que o movimento no mercado é evidente. Essa propensão é motivada depois que os estoques de produtos acabaram e as pessoas viram a necessidade de voltar a comprar. “Em Manaus, nós tivemos um lançamento da construtora Capital com empreendimento padrão médio alto com renda a partir de R$6.500. Eu acredito que teremos lançamentos imediatos de imóveis nesse padrão. Várias incorporadoras  pretendem investir nesses imóveis nos próximos meses”. 

Ele diz que não só no mercado de novos, mas também no mercado de usados já é possível observar essa comercialização e com grande procura. “O mercado está começando a se encaixar. Os juros e financiamento encontram-se razoavelmente estável, os bancos estão dispostos a financiar. Eu acredito que o mercado vai avançar no volume de vendas no segmento alto, médio alto, baixo e ano que vem vai encontrar o seu equilíbrio novamente”, avalia Hélio Alexandre. 

A diretora-executiva da construtora Capital, Taisa Pi, reforçou que a empresa aproveitou a oportunidade para lançar o empreendimento já que foi constatado uma procura por imóveis nesse segmento. “Essa tipologia que a gente está trazendo não tem hoje em estoque disponível, então tem demanda”, enfatizou Taisa Pi. 

Segundo ela, passada a fase de grandes investimentos ligados à faixa de imóveis econômicos, o segmento de alto padrão está voltando a seduzir construtoras e incorporadoras. Após lidarem com grandes estoques de imóveis de alto padrão, agora quase inexistentes, empresas identificam uma demanda crescente neste segmento na capital amazonense. 

Os lançamentos dos imóveis de alto padrão -cujo preço supera R$ 10 mil por metro quadrado em algumas localidades de Manaus, devido a acabamento, exclusividade e localização -não aconteciam há pelo menos 6 anos e concentram-se em bairros específicos da capital, como Adrianópolis e Ponta Negra.   

Ela destaca que a construtora Capital, que tradicionalmente oferece esses imóveis, lançou o Place de La Concorde, na última semana. O grupo, inclusive, tem projetos de lançamentos na capital do Pará com imóveis de alto padrão. 

Em 2020, o segmento no grupo Capital representou um crescimento acima da média local, 36% enquanto o mercado cresceu 16%. 

Primeiro semestre positivo

De acordo com Rodrigo Oliveira,  diretor de Vendas do Grupo Vivere Propriedades e Imóveis, um dos fatores responsáveis que justificam o avanço nessa demanda é uma questão estrutural. Ele diz que os custos da construção tem subido bastante e com a pressão dos reajustes não tem sido simples viabilizar negócios com preços nas faixas mais econômicas. “Essas linhas de créditos que o governo oferece acabam sendo um problema. É aí que as faixas de maior valor naturalmente sofrem um pouco menos com essa pressão sob o ponto de vista do crédito”. Outro motivo citado por ele é que claramente o cliente de renda mais alta volta a participar mais do mercado de consumo. “Na medida em que os estoques de móveis prontos foram acabando, a oferta foi sendo cada vez mais limitada e esse tipo de produto hoje é mais escasso. Então, a oferta controlada, o consumo represado, juros historicamente baixos, fizeram o consumidor voltar ao mercado”. A pandemia também antecipou a reflexão por boa parte dos clientes que precisam de outro imovel “. 

Os lançamentos dos produtos de médio e alto padrão, devem manter-se como opção de consumo. Conforme Rodrigo,  60% dos lançamentos nos próximos meses devem ser nesta linha.

“Sem dúvida houve crescimento na demanda. Na medida em que tinha pouca oferta e a gente passou a ter  lançamentos de empreendimentos de médio e alto padrão, o mercado foi um pouco mais forte do que no mesmo período do ano passado, que basicamente tinha produto econômico. Eu arrisco em dizer que há entre 30% e 40% de crescimento na demanda”. 

Ânimo

Para as companhias, o ânimo se apoia nos indicadores de mercado, taxa Selic de 4,25%, além de uma quantidade de linha de financiamento disponível que permite a compra de imóvel de médio e alto padrão.

Foto/Destaque: Divulgação

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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