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‘Hidroxicloroquina é eficaz contra a Covid 19’, diz Mário Vianna, do Simeam

‘Hidroxicloroquina é eficaz contra a Covid 19’, diz Mário Vianna, do Simeam

A OMS (Organização Mundial de Saúde) decidiu retomar os testes com hidroxicloroquina. Não faz muito tempo que desistiu da pesquisa. E agora, voltou atrás, surpreendendo a todos. O uso do remédio contra a covid-19 tem causado tanta polêmica que virou uma questão política. Decidiram politizar o assunto. E também  ‘demonizar’ o medicamento que é usado há pelo menos 50 anos contra a malária, lúpus e artrite reumatoide.

E sobre essa questão se debruçam celebridades como o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e até o nosso presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que já demitiu dois ministros da Saúde por não concordarem com suas determinações a favor do remédio.

Para muitos especialistas, a droga é uma das esperanças contra a doença que já vitimou mais de 2 milhões de pessoas em todo o mundo. Isso incluindo o número de casos e o total de mortes, que cresce a cada dia. 

Mas será que realmente o remédio é eficaz contra a covid-19? Muitos argumentam que os efeitos colaterais, em vez de curar o paciente, acabam matando por arritmias cardíacas. Os prós e contras sobre a eficácia se dividem entre cientistas, médicos e outros pesquisadores.

Estudiosos que antes alertaram sobre os perigos do uso da substância contra o coronavírus acabaram se retratando junto à comunidade científica mundial. Alegaram que seus estudos são incipientes, incompletos. E são incapazes de assegurar que a droga é realmente uma ameaça aos pacientes de covid-19. Essa nova divulgação foi que norteou a decisão da OMS.

Contundente, combativo e rápido nas respostas, o médico Mário Vianna, presidente do Simeam (Sindicato dos Médicos do Estado do Amazonas), engrossa a lista dos defensores da hidroxicloroquina. Ele é um crítico contumaz dos que se opõem ao uso do remédio. E garante que a droga é muito eficaz no tratamento ainda na fase inicial da covid-19. 

Acometido do novo coronavírus, Mário Vianna conta que ele mesmo fez uso do remédio e se “sentiu muito bem”. O médico ainda está em convalescença em casa. Sua esposa também contraiu a doença. 

O médico falou com exclusividade ao Jornal do Commercio sobre o uso da hidroxicloroquina, abordando também suas impressões em relação às medidas de controle da covid-19 e ainda das ações de enfrentamento à doença no Amazonas e no Brasil como um todo.

Jornal do Commercio – A OMS voltou atrás nas medidas sobre o uso da hidroxicloroquina. E retomou os testes com a droga. Essa decisão se baseou na retratação dos pesquisadores junto à comunidade científica mundial, descartando os perigos contra os pacientes de covid-19. Como o sr. avalia essa questão?

Mário Vianna – A OMS está muito politizada. É como a ONU (Organização das Nações Unidas). E também não tem autonomia. Apenas faz recomendações sobre assuntos em termos de saúde. Não manda em nada. Há um bloco mais à esquerda que se opõe ao uso da hidroxicloroquina. E já existe até um conluio interno sobre esta questão. Seus sucessivos erros nas abordagens sobre o tratamento contra o novo coronavírus atingiram proporções tão grandes que levaram o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a retirar a ajuda milionária que destinava para o organismo.

 JC – Então….é uma questão de ideologia?

MV – Sim, sem dúvida. A OMS não manda em …….nenhuma. Está completamente desnorteada em suas ações. Não pode proibir nada. No começo não recomendou o uso de máscaras e depois voltou atrás. Vive com medo dos Estados Unidos e da China. Basta observar o que vem acontecendo com a hidroxicloroquina. Em tempos de guerra, o que vale é a observação clínica. Devemos lançar tudo para salvar vidas. O remédio é usado há pelo menos 50 anos contra malária, lúpus e artrite reumatoide. O problema é que demonizaram o uso do medicamento contra o coronavírus. Eu peguei covid-19 e tomei a droga. Me senti muito bem. A minha esposa também teve a doença e fez uso. É um remédio barato que poderia estar ao alcance de todos. Mas agora está mais difícil encontrá-lo em drogarias, com exceção dos hospitais. Intransigentes, alguns Estados não deixam aplicar essa prescrição médica. É um atentado contra a vida.

Debate sobre hidroxicloroquina está carregado de peso ideológico

JC – O médico David Uip, que contraiu a covid-19 e se recuperou, esquivou-se ao ser questionado se fez uso ou não da hidroxicloroquina. Saiu pela tangente. Qual a sua opinião sobre isso?

MV – Davi Uip pende mais para a esquerda. Uma questão meramente ideológica. Mas o médico das estrelas, o cardiologista Roberto Kalil Filho, admitiu publicamente que usou o medicamento contra a doença. Então, está comprovado que a hidroxicloroquina tem eficácia contra o coronavírus. Claro, existem os efeitos colaterais que ameaçam mais os pacientes que têm comorbidades –diabéticos, hipertensos, cardiopatas etc. Qualquer medicação tem seus impactos no organismo –até uma cibalena pode matar uma pessoa ao ser ingerida. Então, devemos avaliar a fase do tratamento e prescrever a dose mais adequada, de acordo com o caso.

JC – Como o sr. chega a essa conclusão favorável sobre o uso da hidroxicloroquina?

MV – Com muita segurança. Veja, por exemplo. De 65 mil italianos que usavam hidroxicloroquina para tratar lúpus e artrite reumatoide, só 20 deles contraíram Covid-19, constatou uma pesquisa. Então, a droga tem um grande efeito contra a doença. É transparente essa eficácia. 

JC – O governo do Amazonas autorizou a reabertura gradual das atividades econômicas no dia 1º. O sr. não acha que foi precipitado relaxar o isolamento social num momento em que a curva da Covid-19 ainda está crescendo na região?

MV – Sou muito objetivo em minhas respostas e não fala sobre questões quando foge de minha área. Avalio que o governo e a FVS (Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas) analisaram muito bem a situação ao decidir reabrir as atividades gradualmente. E espero que tanto os empresários e a população em geral respondam satisfatoriamente às medidas de prevenção do novo coronavírus.

Aglomerações são vistas em áreas comerciais da cidade

 JC – E quanto às aglomerações observadas no primeiro dia de reabertura do comércio e de shoppings?

MV – Realmente, é uma situação que preocupa. A população brasileira é muito relaxada, inconsequente. É uma questão cultural. A nossa cultura é mais permissiva. Nem todos se preocupam em usar máscaras e seguir os outros cuidados sobre prevenção à saúde. Diferente do japonês, que aprende desde cedo a tirar os sapatos, a roupa e tomar um banho em seguida quando volta da rua pra casa. Falta mais conscientização. Se não houver uma maior consciência por parte de todos, podemos dificultar mais ainda o controle do avanço do coronavírus no Estado. 

JC – A que o sr. atribui essa proporção tão alarmante a que chegou a pandemia de coronovírus no Amazonas, deixando um cenário de mortes, angustia, muito sofrimento e tristeza ?

MV – A sucessivas gestões mal-sucedidas. E ainda à corrupção que desviou milhões da área de saúde no Estado. O sistema já vivia uma situação de completo caos. E, com o coronavírus, se agravou ainda mais. Hoje, não temos praticamente hospitais de referência no Amazonas. O 28 de Agosto e o João Lúcio são apenas prontos-socorros. Trabalham com muitas dificuldades porque acumulam funções que deveriam ser feitas por unidades mais preparadas para isso, com suporte de profissionais e materiais adequados, específicos. Então, o que se vê é angustiante – lotação, pacientes morrendo nos corredores, com os médicos sem ter as mínimas condições de trabalho. Os doentes de Covid-19 são enviados para esses prontos-socorros, unidades de pronto-atendimento e outras para atendimento básico, que não foram capacitadas para prestar esse tipo de assistência. O coronavírus exige um tratamento diferenciado. O problema é que nossa medicina é muito voltada para urgência e emergência.

Há mais ou menos um ano, formei uma comitiva formada por médicos e empresários e fomos para uma audiência com o então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, para falar da situação precária da saúde no Estado…..   

JC – Não lhe surpreende o fato de o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta ser contra o uso de hidroxicloroquina?

MV – Sim, num momento ele foi a favor e, posteriormente, recuou. Não sei por que razões o ex-ministro diz ser agora desfavorável……

JC – Existem tantas especulações sobre a origem do novo coronavírus que alguns cientistas chegam hoje a acusar a China de ter fabricado o micro-organismo em laboratório. Como avalia essa polêmica?

MV – Não sou muito de aderir a teorias de conspiração. Mas hoje chego a admitir que o novo coronavírus pode ter sido mesmo criado em um laboratório na cidade de Wuhan, na China, onde surgiram os primeiros casos de Covid-19. Não duvido mais disso. Em meus muitos anos de medicina, nunca vi um vírus tão letal, com uma composição tão diferente, tão complexa, que espalhasse tanto terror e morte pelo mundo afora. Eu, que tive a doença, posso falar muito bem. As dores são intensas, tão intensas, que pensei que iria morrer. É muito sofrimento.

Lembro aqui o relato do cientista japonês Tasuko Honjo, ganhador do Nobel de Fisiologia em Medicina em 2018, que disse ter provas de que a China teria criado o coronavírus em laboratório. E ressaltou que a academia poderia retirar o seu prêmio se o que ele afirmou não fosse verdade. (nota da redação: posteriormente, o cientista divulgou que a notícia veiculada não passava de fake news).

JC – Como podemos controlar o avanço da pandemia? Parece que a saúde se mostra impotente contra o novo coronavírus, não só no Amazonas como também no resto do País.

MV – Tem que fazer como a China, a Coreia do Sul, entre outros países que conseguiram controlar parcialmente a doença. Só fazendo a testagem das pessoas para conter o avanço da pandemia. O problema é que os testes são muito caros. Eu mesmo paguei 250 reais para fazer o meu teste. E ainda entrei na fila. Como um pobre pode fazer hoje um teste, se está desempregado, vive mal, e ainda vai gastar parte do auxílio emergencial que recebe do Bolsonaro? Ele vai passar fome. Tem que testar, testar e testar. Só assim, poderemos sair bem-sucedidos da pandemia.

JC – O sr. tem uma estimativa de quando essa pandemia vai acabar?

MV – Ninguém sabe ainda. Existem só especulações. É um novo vírus que desafia a todos, as autoridades de saúde, os cientistas e governos em todo o mundo, pois se conhece ainda muito pouco sobre ele. O que podemos fazer é reforçar as medidas de prevenção e evitar uma nova onda de reinfecção. Sinceramente, acho que o pico da doença já atingiu no Amazonas. E vamos continuar usando máscaras, álcool em gel, lavar sempre muito bem as mãos. Todos devem redobrar as medidas preventivas contra o vírus.

Marcelo Peres

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