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Governo pode fechar o ano com superávit acima da previsão

Economia de recursos para pagar os juros da dívida pública, o superávit primário poderá fechar o ano acima da previsão oficial de R$ 13,5 bilhões, disse ontem o secretário do Tesouro Nacional, Paulo Valle. Ele afirmou que vários fatores ajudarão as contas públicas neste ano.

O secretário citou o pagamento de dividendos da Petrobras à União, os contingenciamentos recentes feitos para cumprir o teto de gastos e o empoçamento de recursos em ministérios. Problema que afeta principalmente emendas parlamentares, no empoçamento, os órgãos são obrigados a empenhar (autorizar) verbas, mas não conseguem gastar nem remanejar as dotações.

Na semana passada, o Relatório Bimestral de Receitas e Despesas tinha projetado superávit primário de R$ 13,5 bilhões para este ano, o primeiro resultado positivo anual desde 2013.

De acordo com o relatório, o superávit poderia ficar em R$ 37,5 bilhões não fosse o pagamento de cerca de R$ 24 bilhões referente ao acordo entre a União e a prefeitura de São Paulo para extinguir a ação judicial que questionava a posse do aeroporto Campo de Marte. Segundo Valle, o resultado deverá ficar mais próximo de R$ 37,5 bilhões do que dos R$ 13,5 bilhões anunciados na semana passada.

Para o secretário do Tesouro, o Brasil está “muito bem posicionado” no cenário econômico para atravessar as eleições. Segundo Valle, o país está combinando bons resultados fiscais com eficiência na política monetária. Isso porque as contas públicas deverão fechar o ano com superávit primário, enquanto o Banco Central aumentou os juros mais rápido que as economias avançadas e está conseguindo segurar a inflação.

Segundo Valle, após sair na frente no ajuste de sua política monetária e com bons resultados fiscais, o Brasil viverá um cenário positivo para investimentos depois da definição sobre os ajustes de juros nos Estados Unidos. “A dívida pública é uma ‘não preocupação’, tanto que o Brasil deve fechar o ano com queda no endividamento, menor até que em 2019, enquanto a dívida de outros países continua crescendo após a pandemia de covid-19”, declarou o secretário.

Valle ressaltou que o Tesouro Nacional tem um confortável colchão de liquidez para gerenciar a dívida pública. Ontem (28), o órgão divulgou que essa reserva, em torno de R$ 1,1 trilhão, consegue cobrir 10 meses de vencimentos da dívida pública brasileira.

Segundo o secretário, o Brasil atrairá investimentos estrangeiros após as eleições. “Há muita volatilidade no mercado externo, mas é consenso que o Brasil saiu na frente, está bem posicionado”. Ele disse ter se reunido recentemente com investidores na Inglaterra e afirmou que o investidor estrangeiro está menos preocupado que o investidor brasileiro em relação ao quadro fiscal do país. Segundo ele, “há muita pergunta de eleição, mas nada de diferente [do habitual]”. Apesar disso, afirmou que acredita que, passada a eleição, haverá boas condições de investimento no Brasil.

Nota abre Perfil

Taxa de rejeição pode fazer diferença

Bolsonaro e Lula têm, respectivamente, uma alta taxa de rejeição, algo que pode fazer grande diferença em um eventual segundo turno entre os dois presidenciáveis, segundo o cientista político Breno Rodrigo. O antipetismo ainda influencia o eleitor, tendo ainda como agravante o ‘lavajatismo’, liderado pelo então juiz Sérgio Moro, também candidato ao Senado. Portanto, uma segunda fase na briga pela Presidência da República esconde muitas surpresas, avalia o especialista. Ontem, a última pesquisa Datafolha apontava Lula com 50% dos votos válidos, contra 36% de Bolsonaro, sinalizado um possível desfecho em uma fase posterior.

No campo estadual, o governador Wilson Lima (UB) continua liderando as intenções de voto a dois dias do primeiro turno das eleições, que acontecem no próximo domingo, dia 2 de outubro. Amazonino Mendes (Cidadania) e Eduardo Braga (MDB) estão empatados tecnicamente, mas o senador tem grandes chances de continuar na luta para decidir a disputa pelo governo do Amazonas. Dois cabos eleitorais de peso influenciam diretamente o eleitorado amazonense – o prefeito David Almeida, que apoia Lima, e Lula, que se aliou a Braga na corrida pelo Palácio Rio Negro. É uma briga de gigantes cujo desfecho está nas mãos dos eleitores. E que vença o melhor que atenda, realmente, às expectativas da população.

Retrospectivo

No Amazonas, o voto retrospectivo de eleitores no interior fortalece a campanha de Lula, avalia Breno Rodrigo. Ao contrário, o petista tem alta rejeição em Manaus, o que favorece a campanha de reeleição de Bolsonaro. A capital reúne o maior colégio eleitoral do Estado. Mesmo assim, o líder petista vem liderando a preferência do eleitorado amazonense, segundo as últimas pesquisa de opinião, a dois dias do primeiro turno, no próximo domingo. Mas a disputa continua acirrada.

Incerteza

O senador Omar Aziz (PSD) continua à frente de Arthur Neto (PSDB) e do Coronel Menezes (PL), mas nada garante que será reeleito. Nesse cenário, os eleitores costumam decidir a escolha depois de votarem para governador e presidente, sinalizando, portanto, ainda um cenário incerto para apontar quem, realmente, ficará com a única vaga pelo Senado do Amazonas no pleito deste. Omar leva vantagem por exercer atualmente o mandato, tendo maior visibilidade junto ao eleitor.

Câmara

Marcelo Ramos (PSD) e José Ricardo (PT) estão praticamente reeleitos, segundo projeções. Porém, Bosco Saraiva está na berlinda. Eleito colado à imagem de Bolsonaro nas eleições em 2018, o Delegado Pablo (UB) praticamente não tem chances de continuar com o mandato por mais quatro anos. Entre os novos postulantes neste ano, Vanessa Grazziotin (PC do B) e o vereador Amom Mandel (Cidadania) são nomes fortes, tendo grandes possibilidades de vencer. Há muitas expectativas.

Destempero

Candidato ao governo, Eduardo Braga é conhecido pelo destempero. Não foram poucas as vezes em que foi flagrado em situações de completo desequilíbrio. No último debate com outros postulantes ao cargo em uma rede de TV local, não titubeou em revidar descontroladamente ao ficar sob fogo cruzado. A mesma coisa foi vivenciada pelo governador Wilson Lima, que disputa a reeleição, mas ele adotou uma postura mais ponderada, ao contrário do senador. Política exige muita habilidade.

Compra

Alguns candidatos do Amazonas recorrem a fraudes para conquistar votos. A PF flagrou dinheiro em espécie para (possivelmente) corromper eleitores em municípios do interior. Ontem, o irmão de um candidato a deputado federal foi flagrado com R$ 85 mil. Foram apreendidos também pelo menos 87 cheques, com valor de R$ 120 cada, que iriam para Coari. Anteriormente, agentes federais também apreenderam R$ 61 mil que estavam com uma irmã de uma candidata a deputada. Infelizmente, não há conscientização sobre a importância do voto, a maior arma do eleitor.

Mobilização

O TSE faz uma ação conjunta para combater irregularidades nas eleições deste ano. Tropas das Forças Armadas já foram mobilizadas para garantir segurança em vários Estados, inclusive no Amazonas, principalmente na tríplice fronteira, próximo de Atalaia do Norte, onde recentemente houve o assassinato do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereiro, que tiveram ainda os corpos desmembrados. O tribunal quer promover tranquilidade ao pleito. E até pelos meios cibernéticos.

Repercussão

Repercutiu entre lideranças políticas e empresariais o acidente na BR-319, onde uma ponte desabou, causando a morte de quatro pessoas, ferindo 14. Pelo menos 19 vítimas continuam desaparecidas. Inspeções apontaram que a estrutura já apresentava rachaduras. Mesmo assim, não houve iniciativas para fazer uma pronta intervenção, que seria crucial para prevenir o desastre, culminando em mortes. No Brasil, é assim. As providências só são tomadas depois que acontece a tragédia. Até quando vão vilipendiar a vida das pessoas? E o poder público deve ser responsabilizado.

Guerra

Manaus já convive com uma guerra entre facções criminosas. São tantos os crimes que acontecem diariamente. Pessoas morrem nas ruas e até em casa, sem que a polícia consiga combater a proliferação da violência desenfreada. Parece que o Brasil já perdeu a luta contra a criminalidade. Ela impera nos presídios, aliás, em todos os nichos da população brasileira. E no Amazonas também não é diferente. Quando eles querem (os bandidos), deixam a todos reféns, espalhando o terror. Uma lástima.

FRASES

“As pessoas votaram em Bolsonaro para se livrar do PT”.

Breno Rodrigo, cientista político, ao avaliar o cenário eleitoral.

“Pesquisa nunca venceu eleição no Brasil”.

Jair Bolsonaro (PL), presidente, ao comentar dados eleitorais.

Nelson Azevedo

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