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Governo espera contratar todos os trechos da BR-319 em 2022

O Ministério da Infraestrutura projeta contratar os trechos de recuperação da rodovia BR-319 (Manaus – Porto Velho) até o final de 2022. A informação foi concedida pelo titular da pasta, Tarcísio Gomes de Freitas, durante reunião com o senador Plínio Valério (PSDB-AM), ocorrida nesta semana. O cronograma, contudo, depende da liberação da licença prévia ambiental pelo Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis), mas o ministro garante que o processo já está “bem encaminhado”.

Tarcísio de Freitas comemorou o fato de as máquinas já estarem trabalhando nos primeiros 52 quilômetros do lote ‘Charlie’. E a próxima etapa é a contratação das obras para os outros cerca de 400 quilômetros, do chamado ‘trecho do meio’, para o próximo ano. Vão ser feitas obras de recuperação das áreas degradadas e deves ser construído um cordão de proteção ambiental. O ministro diz que está havendo “o máximo de interação” do Ibama com a área técnica e lembra que tem recomendado à empreiteira responsável que “nessa obra não podemos errar” porque será “o exemplo de sustentabilidade”. 

“A BR-319 é uma saga que resolvemos enfrentar e as máquinas já estão lá, trabalhando. Esse ano vai ser de preparação de leis, das obras de arte, para o ano que vem a gente vir com o asfalto. A gente está indo muito bem, trabalhando de forma estreita com o pessoal do meio ambiente, para fazer da BR 319 uma vitrine de sustentabilidade. O pessoal vai ver que podemos fazer obras de infraestrutura, sem danificar o meio ambiente”, asseverou.

O ministro e o senador concordaram que, do ponto de vista ambiental, a melhor coisa que está se fazendo, é a pavimentação do trecho do meio da BR-319.  Plínio Valério alertou, no entanto, sobre o excesso de peso de carretas, o que estaria danificando trechos já recuperados. Em resposta, Tarcísio de Freitas ordenou a assessoria que se mude o procedimento e que se tenha balanças funcionando 24 horas para evitar a burla na pesagem das cargas.

“Sonho de décadas”

Durante a reunião, o senador amazonense reforçou também que a repavimentação da rodovia que liga Manaus ao resto do país é “uma luta de décadas”. Plínio Valério destacou ainda que a crise de oxigênio vivida pelo Estado em janeiro e fevereiro deste ano, no auge da segunda onda de covid-19, jogou luz sobre a “ferida do isolamento”, dadas as dificuldades de logística para a chegada do insumo hospitalar. O tema, inclusive, também foi mencionado pelo parlamentar no plenário nesta semana, durante o retorno dos trabalhos presenciais na casa legislativa.

“Onde a gente vai, em Manaus, tem cobrança sobre o isolamento da cidade do resto do país. A BR-319 vai nos devolver a dignidade. De Manaus se vai para a Venezuela, com rodovia asfaltada, mas não se vai para o [restante do] Brasil. Os manufaturados da Zona Franca de Manaus só são transportados por via aérea ou fluvial. Isso encarece os produtos demais. Eu digo sempre: se não sair agora com vocês, que tem conhecimento da nossa realidade, não sai nunca mais. O sonho de décadas está se realizando”, comemorou.

“Luta antiga”

Procurado pela reportagem do Jornal do Commercio, o senador Eduardo Braga (MDB-AM) também se mostrou otimista em relação ao andamento do projeto de revitalização da BR-319. O político, que também foi interlocutor frequente do ministro para pleitos envolvendo a BR-319 e outras frentes de infraestrutura de transportes do Amazonas, salientou que, não apenas o Amazonas, como também todo o país, necessitam dessa “importante rodovia”. 

“A BR-319 é um patrimônio do Brasil e é essencial para o desenvolvimento do nosso Estado. Fico esperançoso em ver movimentos favoráveis do ministro Tarcísio, da Infraestrutura, nessa luta, que é antiga. Ele nos dá, a cada dia, notícias importantes sobre o processo de pavimentação da estrada para que ela seja transitável todos os anos”, declarou.

Fim de novela

Já o presidente da Associação dos Amigos e Defensores da BR-319, André Marsílio, assinalou que a BR-319 vive “uma situação muito atípica” e que não é fácil prever em que tempo vai acabar “a novela da licença ambiental” para que as obras possam ser efetivadas. Ele lembra que essa mesma licença já foi “reprovada quatro vezes” e que, mesmo na hipótese de aprovação, ainda será necessário aguardar a realização de audiências públicas para debater o conteúdo dos estudos de impacto ambiental, para que o sinal verde para a repavimentação dos 405 quilômetros em questão seja dado. 

“Independentemente da parte burocrática, acreditamos que a novela esteja chegando ao fim e que a licença deve ser aprovada ainda neste ano. E que os 52 quilômetros do lote C sejam repavimentados, até porque as máquinas estão lá para fazer todo o processo de terraplanagem e ajuste que tem de ser feito, até chegar na comunidade do Igapó-açu. Até porque o processo já chegou a fases muito mais avançadas do que nas outras vezes e está havendo maior sintonia entre o Ibama e o Dnit [Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes]”, afiançou.

O presidente da Associação dos Amigos e Defensores da BR-319 ressalva, entretanto, que a empresa que faz a manutenção no trecho entrou no ano passado e ainda não está fazendo o trabalho da forma correta. “Acreditamos que, agora, no verão, eles já terão mais expertise. É preciso um trabalho melhor, para que a trafegabilidade seja garantida o ano todo e a gente não tenha as surpresas que tivemos neste inverno”, concluiu.

Foto/Destaque: Divulgação

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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