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Faturamento do PIM segue em recuperação em abril

O faturamento do PIM desacelerou na passagem de março para abril, tanto em dólares, quanto em reais. O desempenho se manteve acima dos patamares do ano passado, quando a indústria incentivada passava por paralisações programadas por falta de insumos e de capacidade de desovar estoques, em meio à primeira onda de covid-19 e medidas de isolamento social em praticamente todo do país.

As vendas do Polo desaceleraram 9,56% entre março e abril, de US$ 2.51 bilhões para US$ 2.27 bilhões, embora tenham sido 266,37% superiores à marca de 12 meses antes (US$ 685.10 milhões). Contabilizado em reais, o decréscimo mensal foi de 14,14% para os resultados do Polo Industrial de Manaus, com R$ 12,26 bilhões (abril) contra R$ 14,28 bilhões (março), e houve expansão de 229,57% ante o mesmo mês de 2020 (R$ 3,72 bilhões). 

O quadrimestre segue positivo para ambas as moedas. O faturamento escalou 36,64% em moeda norte-americana (US$ 8,74 bilhões) e decolou 59,91% na conversão em divisa nacional (R$ 48,21 bilhões). É o que revelam os dados mais recentes dos Indicadores de Desempenho do Polo Industrial de Manaus, divulgados pela Suframa, nesta sexta (9). 

A Suframa destaca que o resultado em reais sofreu influências positivas dos crescimentos acumulados dos segmentos de bens de informática (R$ 13,04 bilhões e +96,33%) e eletroeletrônico (R$ 10,55 bilhões e +39,01%). Os subsetores termoplástico (R$ 4,44 bilhões e +89,20%), metalúrgico (R$ 4,32 bilhões e +52,07%), químico (R$ 4,07 bilhões e + 54,97%) e mecânico (R$ 3,37 bilhões e +81,41%) também tiveram destaque. 

Em dólares, 20 dos 26 subsetores do parque fabril de Manaus listadas pela Suframa avançaram na mesma comparação, quantidade maior do que a de março (15). Responsáveis por perto da metade das vendas do PIM, os polos eletroeletrônico (US$ 1.91 bilhão e 21,89% de participação) e de bens de informática (US$ 2.36 bilhão e 27,05%) cresceram 18,70% e 68,03%, respectivamente. Já o polo de duas rodas (US$ 1.02 bilhão) aumentou sua fatia no faturamento global do PIM de 10,59% para 11,66%, e avançou 14,88% sobre o mesmo acumulado de 2020.

Produtos e empregos

Assim como ocorrido nos dois meses anteriores, os principais resultados das linhas de produção vieram dos bens de informática e eletroeletrônicos. Um dos destaques veio dos tablets, com 552.885 unidades fabricadas e crescimento de 245,96%. Outros desempenhos positivos foram registrados em celulares (4.479.414 e 34,98%), microcomputadores portáteis (267.805 e 69,56%) e microcomputadores desktop (25.187 e +79,13%).

O segmento de duas rodas, que vem apresentando retomada gradativa, cresceu 20,70% na produção de motocicletas, motonetas e ciclomotores, com 363.348 unidades produzidas. As bicicletas elétricas tiveram 24,15% de alta, com produção de 223.526 unidades. Outros itens também tiveram saldo positivo, como home theaters (39.512 unidades e +197,64%); rádios e aparelhos reprodutores e gravadores de áudio portátil (252.288 e +102,36%), condicionadores de ar split system (2.465.030 e +60,82%) e forno micro-ondas (1.551.263 e +56,87%).

A performance foi menos significativa, no entanto, no ritmo das contratações. Em abril, o PIM registrou média de 100.560 postos de trabalho, entre trabalhadores efetivos, temporários e terceirizados. O desempenho ficou aquém das marcas de março (103.278), fevereiro (102.352) e janeiro (102.872), embora tenha sido 11,72% melhor do que o apresentado 12 meses antes (90.006). 

A média mensal de mão obra do parque fabril de Manaus, no primeiro quadrimestre deste ano, foi de 102.265 postos de trabalho, sendo 8,26% superior ao acumulado do mesmo período de 2020 (94.464). Foi também o melhor número desde 2016, (86.161), embora ainda tenha ficado distante do patamar de 2015 (105.015). O saldo acumulado pela indústria incentivada nos três meses iniciais deste ano foi de 1.997 vagas, dado o predomínio das contratações (10.624) sobre os desligamentos (8.627).

Diferencial nos insumos

Em texto divulgado pela assessoria de imprensa da Suframa, o titular da autarquia federal, Algacir Polsin, salientou que, a despeito da fraca base de comparação conferida pelos meses de março e abril do ano passado, que aparecem com dados de produção e de faturamento comprometidos pelos impactos econômicos da primeira onda,  ainda há outros indicativos que apontam o crescimento real do desempenho do PIM. 

“Estamos mantendo uma média acima dos 100 mil empregos em 2021, além de apresentarmos aumento de quase 60% no volume de aquisição de insumos do Polo Industrial de Manaus. Isso demonstra sinais da retomada do crescimento econômico, que deverá ocorrer em consonância com a imunização da população contra a covid-19”, finalizou.

Curva de recuperação

Em texto anteriormente divulgado por sua assessoria de imprensa, o presidente da Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares), Marcos Fermanian, assinalou que os números de abril comprovam a recuperação do setor e que, depois de um primeiro bimestre “bastante difícil”, a produção de motocicletas apresenta curva de recuperação e está bem próxima ao patamar de 2019.

Segundo o dirigente, o setor ainda trabalha para atender a demanda reprimida da pandemia e para recuperar parte do atraso registrado no primeiro bimestre, em virtude da segunda onda. Marcos Fermanian diz que o volume produtivo segue o ritmo esperado, mas não descarta a possibilidade revisar para cima a projeção anual (1,06 milhão).

“Demanda reprimida”

Em entrevista a respeito do desempenho da indústria amazonense no período, o presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Antonio Silva, já havia asseverado que o Polo Industrial de Manaus mostrou força no período, mesmo diante das dificuldades decorrentes da segunda onda em Manaus. Segundo o dirigente, ainda há demanda reprimida para ser atendida pelo PIM, o que pode ser visto pelos números dos setores de bens de informática e eletroeletrônicos.

“A indústria do Amazonas, mesmo durante o período mais acentuado da pandemia, conseguiu apresentar indicadores razoáveis, e, após a reabertura gradual, vem apresentando constantes números positivos. O cenário futuro, dada a demanda reprimida ocasionada pela pandemia, é positivo. Devemos observar, todavia, a questão inflacionária e o fornecimento de insumos, que podem impactar negativamente na operação fabril”, concluiu.

Foto/Destaque: Divulgação

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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