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Governo de volta à guerra contra o vírus em 2021

Governo de volta à guerra contra o vírus em 2021

O ano de 2021 começa com um grande desafio tanto para o governo do Amazonas como para a prefeitura de Manaus – o controle da pandemia, que já no final de 2020 deu mostras de uma possível segunda onda do novo coronavírus.

O cenário trágico que se viu no primeiro trimestre do ano passado voltou a assustar a partir de meados de dezembro. Hospitais lotados na capital, com quase 100% de sua capacidade ocupada, nas redes públicas e privadas de saúde. Temendo ficar sem atendimento, a população começou a entrar em pânico, um remake do filme que se viu no primeiro trimestre de 2020.

Já no  final de dezembro, pelo menos 11 redes hospitalares de Manaus divulgaram nota fazendo um apelo às pessoas para redobrarem os cuidados básicos de prevenção à Covid-19. As unidades já tinham esgotado praticamente todos os seus recursos para receber novos pacientes.

Desesperado, o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSL), baixou um decreto proibindo o funcionamento do comércio e de outras atividades econômicas por 15 dias – de 26 de dezembro a 10 de janeiro. Só os serviços essenciais foram autorizados a funcionar durante esse período.

Não adiantou muito.  Manifestantes ocuparam as ruas exigindo que o Estado revisse suas decisões. Pressionado, Wilson Lima permitiu uma abertura parcial das atividades, mas com restrições de horários.

“Estamos fazendo tudo para controlar a epidemia, principalmente nas zonas norte e leste de Manaus, onde as pessoas são muito indisciplinadas e não seguem, geralmente, as regras de proteção contra o coronavírus”, justificou o governador Wilson Lima ao justificar a decretação das medidas com base em estudos da FVS (Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas) que mapeia o nível de contaminação na capital e nos municípios do interior do Estado.

Só num dia, no final de dezembro, Manaus chegou a registrar pelo menos 22 mortes de pessoas vítimas de Covid-19, um número que não se registrava desde junho. Com o relaxamento das medidas, bares, restaurantes, comércio, shoppings, passaram a ser novamente os principais focos de contaminação devido a grandes aglomerações, segundo avaliam médicos infectologistas.

“As pessoas deveriam ter mais consciência. A pandemia não passou. É preciso redobrar as medidas preventivas com uso de máscaras, distanciamento de pelo menos 1,5 metro”, orienta o médico infectologista Nical Layson. Segundo ele, atendimentos médicos, odontológicos, só devem ser realizados com agendamento. “Isso vale também para todas as situações de risco”, acrescenta.

Segundo o governo do Amazonas, a vacinação deve acontecer entre meados de janeiro até o fim de fevereiro. O problema é que a aprovação de uma vacina ainda depende da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). E até lá, continuam as controvérsias sobre qual o melhor produto que garanta, realmente, eficácia contra o novo coronavírus.

“Ninguém deve ficar preocupado. Pra quê essa pressa. A vacinação vai chegar na hora certa. A vacina vai ser distribuída em todo o território nacional”, ressaltou o ministro da Saúde, Eduardo Pazzuelo. “Todas as regiões vão receber o imunizante simultaneamente”, salientou.

Vacina é a grande esperança para os brasileiros em 2021

Reforma tributária exigirá muita ‘quebra de braço’

Considerada uma grande ameaça à sobrevivência da ZFM (Zona Franca de Manaus), a reforma tributária exigirá muita ‘queda de braço’ do governo do Amazonas nas discussões em torno da pauta no Congresso Nacional, segundo analistas econômicos.

Pensando nisso, o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSL), tem reunido lideranças empresariais e políticas para reforçar as medidas em torno da defesa do modelo incentivado de desenvolvimento.

“É um momento delicado, crucial, que deve ser avaliado por todos os segmentos da atividade econômica e da sociedade em geral porque as vantagens comparativas é que sustentam esse projeto econômico que é a principal receita do Amazonas”, avalia o governador do Estado. “Todos devem reunir esforços”, acrescenta.

O economista Ailson Rezende, um estudioso da ZFM, diz que o jogo de interesse é grande no Congresso, o que dificultará a mobilização da bancada parlamentar amazonense em Brasília.

“Nossos parlamentares devem estar sempre bem munidos de informações convincentes para mostrar que a Zona Franca não é prejudicial ao Brasil. O problema é que muitos políticos apenas gritam, alardeiam, sem conhecimento de causa em seus discursos”, avalia.

Segundo o presidente do Cieam (Centro da Indústria do Estado do Amazonas), Wilson Perico, as indústrias da Zona Franca vêm desenvolvem estudos junto com a FVG (Fundação Getúlio Vargas) que servem de subsídios para os parlamentares na luta em  defesa do projeto econômico.

‘Municiando parlamentares’

Wilson Perico ressalta que essa iniciativa vem sendo feita com os próprias recursos das empresas instaladas na região, sem qualquer participação financeira da prefeitura de Manaus e do governo do Amazonas.

“Eles (os gestores) deveriam também engrossar essas medidas diante das ameaças da reforma tributária. Não existe outro interesse da indústria que não seja manter esses benefícios fiscais, hoje principal motor que alimenta a receita do Amazonas, proporcionando essa maior inclusão social na região”, ressalta Wilson Perico.

Contra qualquer tipo de renúncia fiscal, o ministro da Economia, Paulo Guedes, é visto como a principal ameaça contra a ZFM. Extremamente liberal, ele defende a fusão de impostos, criando a CBS (Contribuição Social sobre Operações com Bens e Serviços (CBS). PIS/Cofins seriam fundidos em um único tributo sobre bens e serviços. A alíquota geral do tributo seria de 12%, proposta nociva à ZFM.

Lideranças empresariais e políticas demonstram insegurança quanto ao futuro da ZFM. Para muitos, não há como prever se realmente o atual governo, marcado por polêmicas de toda ordem e conflitos diretos com o Congresso, manterá intocável o modelo de desenvolvimento.

O próprio vice-presidente da Fieam (Federação das Indústrias do  Estado do Amazonas), Nelson Azevedo, admitiu que a situação é preocupante. “O ministro Paulo Guedes sabe que a Zona Franca proporciona mais benefícios ao  País do recebe. Esse modelo tem quer ser mantido intocável”, avalia.          

Marcelo Peres

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