O governo abriu mão de fazer poupança pública no Brasil para priorizar o crescimento, afirmou na sexta-feira o ministro da Fazenda, Guido Mantega. “Nossa estratégia foi priorizar o crescimento. Esta visão de gerar poupança para daí vir o crescimento não é verdadeira”, disse.
Estímulo ao consumo
De acordo com Mantega, a economia do Brasil saiu mais rapidamente da crise justamente porque o governo optou por estimular o consumo e não a poupança das famílias.
“Os Estados Unidos estavam comemorando que a poupança familiar cresceu no país, e estão com dificuldades para sustentar uma recuperação. Estimular o crescimento da poupança em momentos de crise leva a economia para o buraco”, disse em evento da FGV (Fundação Getúlio Vargas) em São Paulo.
Ele afirmou também que, no caso da poupança pública, os juros atrapalham. “Em 2008 fizemos 4% de superavit primário – receita menos despesas do governo, sem considerar gastos com juros -, só que pagando uma conta de juros de 6,5% do PIB (Produto Interno Bruto) não dá”, disse. “Nos últimos 12 meses, o governo pagou 5,3% do PIB somente em juros”.
Mantega defendeu ainda que, elevando a renda da população, por meio de incentivo ao emprego e aos investimentos, é possível aumentar a poupança do país. “Se você eleva os padrões de renda, aumenta as condições de fazer poupança”, afirmou.
Recursos do Pré-sal
O ministro comentou ainda a especulação de que os recursos do pré-sal poderiam gerar uma desindustrialização do país -a chamada doença holandesa. “Muita antes de haver desindustrialização, o pré-sal gera industrialização”, disse o ministro.
Segundo ele, a Petrobras é a empresa que mais investe no país. “O pré-sal vai gerar um estímulo industrial ao país desde que o dinheiro da exploração fique aqui”, afirmou.oença holandesa.”