Franceses prometem injetar R$ 164 mi no PIM

Um grupo de cinco empresários franceses anunciou investimentos na ordem de US$ 164 milhões no Amazonas a partir de março de 2010, quando pretendem concretizar negócios na área metalúrgica, química e de duas rodas. Entre os investimentos, destacam-se a instalação de linhas fabris das motos Bihr e da gigante química La Roche-Posay, que pretende criar uma linha de cosméticos com insumos amazônicos.
A missão integrada pelo vice-presidente da FCIF (Fédération de Commerce et d’Industrie Française), Dominique Marvant e pelo secretário-geral Jean-Marie Roustit, asseverou que os novos investimentos serão aplicados em até três anos e vão gerar, inicialmente, 600 empregos diretos e pelo menos 800 indiretos no PIM (Polo Industrial de Manaus) a partir de meados do segundo semestre de 2010.
Marvant afirmou que o interesse dos empresários em investir no polo de duas rodas e óleos essenciais surgiu a partir da visita feita pelos empresários franceses a Manaus, capitaneados pela FCIF no ano passado, onde prospectaram parcerias com o setor de usinagem e estamparia. O executivo ressaltou que a visita à capital amazonense serviu aos interesses dos dois países, já que para estabelecer parcerias, exportações e investimentos foi necessário conhecer um pouco do mercado brasileiro e dos incentivos fiscais que a região oferece. “A Amazônia tem despertado o interesse de muitas empresas francesas, devido à média de crescimento industrial mensal que vem continuamente apresentando e por conta dos gráficos, de uma economia estável, em franca expansão”, declarou.
Marvant informou que a Amazônia é vista como um alvo importante para projetos industriais voltados à geração de matrizes e produtos ecologicamente corretos. O executivo revelou ainda que o polo industrial pode receber, ainda em 2010, subsidiárias dos grupos Servier (farmacêutica) e L’Oréal (cosméticos). “Não podemos adiantar muito, mas saímos de Paris com a garantia de que empresas francesas vão injetar milhões de dólares nos próximos quatro anos. Com a proximidade da Copa do Mundo na Amazônia, isso significará a criação de empregos diretos importantes para a economia nesse período”, asseverou.
Embora tenha evitado traçar detalhes sobre os investimentos e parcerias já consolidadas no PIM, o representante da La Roche-Posay, Fréderic Dubois, deu a entender que a multinacional pretende trazer uma linha fabril voltada para o refino de óleos essenciais. Segundo o representante, a indústria servirár-se da manufatura de óleos e gorduras vegetais nas comunidades ribeirinhas do Alto Rio Negro, de onde seguirá a matéria-prima de fixadores para fragrâncias, cosméticos e fitoterápicos. “Nossos químicos já avaliaram o potencial das essências extraídas da copaíba, andiroba, cupuaçu, maracujá, muru-muru, castanha-do-Brasil, buriti, urucum, açaí e patchuli-da-Amazônia. Agora é investir na produção em massa das comunidades ribeirinhas”, considerou.