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Financiamento de motos ganha impulso

Entidades da indústria e do comércio no Amazonas avaliaram positivamente a medida de “socorro” ao segmento de duas rodas, aprovada na última sexta-feira (14), pelo Banco Central (BC).
Em suma, a nova regra modifica os depósitos compulsórios das instituições financeiras ao BC, barateando para o consumidor o financiamento de motocicletas. Vale lembrar, que o acesso ao crédito foi apontado durante todo o ano por empresários da indústria e do varejo como o principal gargalo do polo.
“Até o momento, todos os esforços para esvaziar os estoques e aquecer a venda de motocicletas estava esbarrando no problema de financiamento do produto. Essa medida nos alegra porque estimula o segmento, barateando esse financiamento, facilitando o crédito, e por consequência, estimulando o setor industrial”, apontou o vice-presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Nelson Azevedo.
De acordo com o dirigente, essa era a medida mais aguardada pela indústria. “Contamos com ela para reativar o polo de duas rodas em Manaus”, comemorou.
O presidente do Cieam (Centro da Indústria do Estado do Amazonas), Wilson Périco, também concorda que a tomada de ação pelo BC tem o poder de alavancar novamente o setor, que este ano apresentou uma série de dificuldades.
A Moto Honda, por exemplo, principal empresa do segmento, liderou o ranking de demissões homologadas pelo Sindmetal (Sindicato dos Metalúrgicos de Manaus) este ano. Entre janeiro e julho, segundo dados mais recentes do sindicato, foram 1.012 desligamentos.
Nas vendas, o recuo foi de 9,09% em relação a igual intervalo do ano anterior, segundo a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).
Sem escoamento o reflexo foi sentido na produção do item que, de janeiro a agosto, recuou 19% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados da Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares).
Em nota, a Abraciclo também aprovou a decisão. “A medida deve auxiliar a retomada da recuperação do segmento de motocicletas, pois 80% das vendas são destinadas às classes C, D e E, que necessitam de uma modalidade de parcelamento para aquisição do veículo”.

Efeitos

Segundo o vice-presidente da Fecomercio-AM (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amazonas), Aderson Frota, para o comércio, o efeito não será imediato. “No caso dos incentivos para automóveis, as vendas só explodiram dois meses após a aprovação da medida. Com as motos, não deve ser diferente. O segmento, e principalmente os bancos, precisam se reorganizar para este novo quadro.
Na análise dele, há uma possibilidade de que devido à contenção das vendas e permanência da demanda pelo produto, haja uma explosão imediata, mas a tendência é de que o consumidor volte aos poucos e com cautela.
“O concreto é que agora, a indústria local sai do sufoco. Vai demorar um pouco para esvaziar os estoques e para que o comércio comece a fazer novos pedidos, mas as contratações não devem tardar e pode ser que alguns reflexos ainda sejam sentidos neste ano, já que existe uma coincidência da aprovação da medida com o período de compras natalinas e pagamento do 13º salário”, explanou.
Nelson Azevedo disse esperar um aquecimento ainda este ano “para, quem sabe”, amenizar parte dos prejuízos”, comentou.
Já Wilson Périco disse não acreditar em uma reversão de impacto dos prejuízos causados, “mas esperamos colher os frutos em 2013”, finalizou.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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