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Faturamento do PIM recua 20%

A indústria incentivada da ZFM (Zona Franca de Manaus) ainda se ressente da crise que abalou a economia mundial desde o último trimestre de 2008. O fato refletiu no faturamento do PIM (Polo Industrial de Manaus) em agosto, com queda de 20% ante igual período de 2008. O setor faturou US$ 2.44 bilhões (2009) contra US$ 3.05 bilhões (2008). A informação consta nos Indicadores de Desempenho do polo, divulgados ontem pela Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus).
No acumulado do ano, as indústrias do PIM registraram US$ 14.87 bilhões contra US$ 20.99 bilhões do igual período do ano passado, uma queda de 29,17%. Em reais, a retração foi menor (11,37%) com R$ 31,03 bilhões referente ao período de janeiro a agosto de 2009 enquanto que no mesmo período do ano anterior, o volume movimentado foi de R$ 35,01 bilhões. 
No entanto, o panorama industrial aponta crescimento se comparado mês a mês. Nesse caso, agosto (US$ 2.44 bilhões) cresceu 12,95% em relação a julho (US$ 2.16 bilhões), que também foi superior a junho (US$ 2.02 bilhões), que, por sua vez, desbancou junho (US$ 1.99 bilhão). Agosto registrou o quinto crescimento consecutivo na comparação mensal desde abril.
Na avaliação do superintendente adjunto de Projetos da Suframa, Oldemar Ianck, a recuperação mês a mês do faturamento da indústria é sinal de que as empresas mantiveram a confiança no modelo Zona Franca apesar da crise. “Também contribuíram para essa recuperação, as medidas federais e estaduais para os polos de duas rodas e termoplástico”, ressaltou.
Desde janeiro, apenas abril apresentou queda no faturamento. “Se mantivermos a média superior a US$ 2 bilhões nos próximos meses, podemos fechar o ano com faturamento entre US$ 22 bilhões e US$ 25 bilhões”, calculou Ianck.
O economista Assis Mourão ponderou que se o faturamento do PIM está aumentando gradativamente é porque as vendas estão crescendo. “O grande problema, segundo ele, seria se não estivesse vendendo, porque quando isso acontece a indústria para”, disse, ressaltando que se o faturamento está aumentando significa que o mercado brasileiro voltou a se recuperar. “O PIM depende do mercado nacional, logo se o consumo geral for bem, o PIM também fica bem”, explicou.
Mourão salientou que, a partir de três meses de crescimento do faturamento contínuo pode se dizer que está havendo uma tendência definitiva de crescimento. Porém, ele aponta que os níveis de vendas do ano passado vão ser atingidos definitivamente daqui a alguns meses. “Pelo menos já saímos do fundo do poço”, consolou.

Eletroeletrônicos se destacam, com aquecimento de 12,92%

O polo eletroeletrônico desponta como o segmento em destaque no faturamento ao atingir US$ 1.08 bilhão em agosto, contra US$ 957.43 milhões de julho, resultando em incremento de 12,92%. O polo de duas rodas mantém a recuperação gradual com crescimento de 25,72%. O segmento saltou de US$ 424.69 milhões de faturamento, em julho, para US$ 533.93 milhões em agosto. No acumulado de janeiro a agosto, o destaque é para o setor de bebidas que marcou crescimento de 54,72% sobre o igual período do ano passado. O faturamento do polo de bebidas em oito meses atingiu US$ 95.220 milhões contra US$ 61.542 milhões do mesmo intervalo de 2008.
Dirigentes industriais do PIM avaliam como positivo o atual panorama econômico, que deve se manter em alta até o fim do ano por conta da retomada no ritmo dos pedidos destinados à composição de estoque do grande varejo.
Para o presidente do Sinaees (Sindicato da Indústria de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares de Manaus), Wilson Périco, o PIM tem superado as expectativas face ao panorama de crise financeira global que abalou o país entre o último trimestre de 2008 e o segundo trimestre de 2009 resultando em desarranjo econômico. “As empresas estão voltando à normalidade, aproveitando a sazonalidade do último trimestre do ano para atender a demanda natalina”, amenizou.

Empregos e exportações

Os indicadores industriais fornecidos pela
Suframa apontaram crescimento similar na ocupação da mão-de-obra do PIM, nos últimos meses. Dados fornecidos por 394 empresas do Polo Industrial de Manaus indicam que a indústria somou 91.062 empregos diretos, um aumento de 3,56% sobre julho, que mantinha 87.933 postos segundo informações de 405 empresas. Enquanto isso, as exportações registraram queda de 10,65% em agosto (US$ 62.725 milhões) sobre julho (US$ 76.921 milhões).

Polo poderia estar melhor, avalia Aficam

O presidente da Aficam (Associação das Indústrias e Empresas de Serviços do Polo Industrial do Amazonas), Cristóvão Marques Pinto, defende que o PIM poderia estar com melhor receita, principalmente o segmento de duas rodas, caso as fabricantes de motocicletas adquirissem componentes em Manaus, o que demandaria mais emprego e arrecadação aos cofres do governo. “Fora a Honda e a Yamaha, que são as maiores compradoras de componentes no PIM, uma gama de fabricantes do setor continua importando partes e peças, principalmente as chinesas”, lamentou.
Marques Pinto disse não ser contrário à vinda dessas empresas para Manaus, desde que haja a contrapartida de comprar os componentes fabricados aqui, a exemplo de mola, chicote elétrico, parafusos, retrovisores, peças plásticas, entre outros. “Estão anunciado a vinda de dez empresas de duas rodas para Manaus. Só espero que elas adquiram componentes das fabricantes locais”, disse.
Vale destacar que a aquisição de insumos pelas empresas do PIM encolheu em agosto 25,58% em relação a igual mês de 2008, ou seja, caiu de US$ 1.48 bilhão para US$ 1.10 bilhão. No acumulado dos oito meses, o recuo foi de 38,16% computado o confronto de US$ 11.23 bilhões (2008) e US$ 6.95 bilhões (2009).

Bens de consumo

A produção dos bens de consumo no PIM teve como destaque as mídias CD e CD-ROM que juntas somaram, de janeiro a agosto, 420,501 milhões de intens,  um crescimento de 20,51% sobre as 348,939 milhões de unidades no mesmo período do ano passado. Só a produção de CD totalizou 410,586 milhões no acumulado do ano, contra 337,065 milhões do igual período de 2008, um salto de 21,81%.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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