Na maioria das vezes o empresário interpreta a exportação como algo impossível e burocrático, porém, nem sempre o processo ocorre desta forma principalmente se ele tiver uma assessoria e até mesmo uma trading, que irá mostrar qual o caminho para se vender a qualquer outro Estado brasileiro, ou país, mudando apenas as nomenclaturas dos documentos.
Empreendedores que iniciam, ou que neste momento têm limitações para atingir o fornecimento adequado de seus produtos, devem considerar a exportação como uma solução e não como um problema. É o que garante Camila Silveira, especialista em redes sociais e diretora da Câmara de Comércio Brasil-Angola.
“Hoje, no meu grupo de empresas, tenho setores onde priorizo mais a exportação do que a venda interna no país devido à fácil introdução, incentivos fiscais, redução de impostos e tarifas, entre outras vantagens”, falou Camila ao Jornal do Commercio.
Há anos, Angola, e outros países africanos, têm como principal atividade a exploração de petróleo e diamantes, e acabaram por deixar de lado os demais polos industriais. Devido a isso, produtos básicos, que fazem parte do dia a dia brasileiro, não são facilmente encontrados nestes países e sempre importados, principalmente do Brasil, numa interligação comercial bastante produtiva e construtiva para ambos os lados.
“Temos uma grande frequência de envio de produtos alimentícios, equipamentos mecânicos, peças e até mesmo vestuário e higiene para aqueles países. O que pude notar é que, neste momento de pandemia, houve uma aceleração nos negócios através das redes sociais”, declarou.
Com todas as armas
Para Camila, sites são ferramentas do passado. O mundo digital está numa velocidade surpreendente e tudo que seja estático dentro deste recurso acaba sendo menos utilizado. O site pode ser utilizado como estratégia de branding e funciona como um catálogo estático ou portfólio, mas não como uma ferramenta rápida de geração de vendas, como as redes sociais, porém, é importante entender a função de cada rede social para conseguir alcançar o máximo do que elas podem atingir.
“O Facebook, por exemplo, hoje tem um grande papel de socialização. Ele ‘populariza’ sua existência na mente das pessoas, e conduz sua imagem a uma fama que não traduz sucesso. Já a união do Face com o Instagram conseguem transformar sua existência em sucesso, por isso são responsáveis, atualmente, por 56% das vendas realizadas através das redes sociais”, afirmou.
“O segredo é estar ‘armado para a batalha’ com todas as armas. A associação de Facebook, Instagram, e-mail, WhatsApp e Telegram, em um plano de vendas através de automatizações, que estão disponíveis no mercado, resultam em um crescimento até seis vezes mais rápido do que crescíamos no passado”, completou.
Ainda de acordo com a diretora, a estratégia para se conseguir vender produtos através das redes sociais é interpretá-las como se fossem espaços físicos tradicionais, como uma loja num shopping, e agir exatamente da mesma forma, tendo a preocupação de sempre ter uma ‘vitrine’ atraente, que seriam os feeds de postagens, mostrar o diferencial e as novidades constantemente através da frequência de postagens e exposições, e imaginar como se os outros anunciantes das redes também estivessem fisicamente dentro de um shopping concorrendo entre si.
“Outro recurso fundamental é não estar fora de nenhuma rede. Conseguir integrar todas elas, e a partir daí construir uma única base de dados, pode fazer toda a diferença. É ter uma base sólida para expandir e vender qualquer produto”, ensinou.
Mentoria e especialização
Camila também orienta empreendedores sobre que produto apresentar para conseguir boas vendas: antes é preciso ter ideias que resolvam algum tipo de problema e, dentro dessas idéias, listar os mais inusitados produtos.
“Trabalhar o olhar para estar atento às dificuldades e faltas, depois, traçar uma estratégia de vendas para que o público consumidor perceba que aquela é a solução de que ele precisa antes mesmo desse público se dar conta disso”, revelou.
Segundo Camila, um profissional deve ter plena ciência que investir em sua estrutura física ou profissional, e não ter tempo para se dedicar ao seu marketing, irá torná-lo apenas um ótimo profissional do mercado anônimo, com maravilhosas estruturas, mas sem gerar os lucros esperados.
“Existem dois caminhos a seguir: uma mentoria adequada na área, ou a própria especialização. Não basta mais estudar apenas a própria especialização e não fazer parte desta área tão rápida e inovadora que irá garantir que tudo isto seja visto pelo público”, concluiu.
Atualmente o produto de maior exportação do Brasil para Angola é o açúcar, seguido de carnes de aves, bovina e suína, mas o mercado africano continua aberto aos mais diversos produtos brasileiros.
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