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Eucatur vai encerrar rota

A partir do próximo dia 17 de agosto, os quase três mil passageiros que viajam mensalmente de ônibus rumo à Venezuela ficarão sem o serviço oferecido pela empresa Eucatur, única viação que opera a rota internacional terrestre entre o Brasil e o país vizinho. A decisão de encerrar as operações rumo ao Caribe foi anunciada esta semana pela direção da empresa, que tem sede na cidade de Ji-Paraná, em Rondônia. Os principais motivos alegados pela diretoria da Eucatur são os elevados custos na manutenção da linha e a insegurança que domina o outro lado da fronteira.
No escritório de Manaus, o gerente de vendas da Eucatur, Gilmar da Silva Pinto, confirmou a intenção da empresa em excluir a Venezuela como destino, mas ressaltou que por enquanto essa informação ainda está sendo analisada pelos departamentos jurídico e administrativo da companhia.
Questionado sobre possíveis prejuízos com a interrupção do roteiro, Gilmar informou que a empresa já opera no vermelho, e que o cancelamento dessas viagens representa uma tentativa de reverter a situação.
“Analisando pelo lado econômico o prejuízo está acontecendo hoje, com a empresa operando esta rota, não parando”, declarou.

Queda na procura

De acordo com o representante da Eucatur em Manaus, a redução de passageiros amazonenses que viajavam para a Venezuela pela BR-174 chegou a 70% nos últimos cinco anos. O principal fato apontado por ele para esta queda foi a insegurança no percurso terrestre dentro do território vizinho, aliada à desvalorização da moeda venezuelana frente ao real. Na opinião dele, visitar a Venezuela hoje representa um risco muito grande para os brasileiros.
“A segurança pública na Venezuela é pior do que no Brasil. Hoje o brasileiro não tem segurança nenhuma na Venezuela, tanto de carro como de ônibus. Com o bolívar bastante desvalorizado em relação ao real, qualquer brasileiro que tenha R$ 1 mil no bolso, lá na Venezuela esta quantia equivale a R$ 13 mil. Então a perseguição aos brasileiros é muito alta”, enfatizou. Ainda segundo Gilmar, além do encerramento das viagens à Venezuela, é muito provável que a empresa também deixe de operar destinos intermunicipais no Estado de Roraima. Ele denuncia a concessão de autorização para transporte de passageiros à cooperativas ligadas a autoridades roraimenses, o que torna a atividade da empresa inviável naquele Estado.
“Hoje o poder público do Estado de Roraima abriu concessão para táxis e vans lotação em todos os municípios. Cada cooperativa tem um padrinho: ou prefeito, ou é deputado, ou algum político. Essas vans são cooperativas, não pagam impostos, não geram empregos, nem receita. Infelizmente hoje as empresas que querem se instalar em Roraima percebem que não é viável”, afirmou.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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