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Especialistas dão dicas de como administrar os seus gastos

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Faz 75 anos, com o fim da Segunda Guerra Mundial, que se encerrou no planeta uma situação parecida com esta que estamos vivendo agora quando as sociedades estão sendo abaladas em todos os sentidos, com muitas pessoas morrendo, países parando, desemprego, fome, e miséria se aproximando. Felizmente, diferente daqueles tempos, cidades não estão sendo destruídas e não em seis anos, como foi na guerra, mas em alguns meses, tudo terá passado. Mas o estrago na economia está sendo feito, e vai demorar para as coisas se normalizarem.

Se até as grandes empresas já fazem previsão de retração, a situação das pequenas e do trabalhador pessoa física é ainda mais complicada. Quem trabalha com comércio já está com as portas fechadas. Quem é autônomo, se vê sem serviço. Já quem tem carteira assinada está sendo obrigado a tirar férias ou está perdendo o emprego.

“Em um cenário assim, a tendência é se desesperar e agir por impulso, o que é um perigo”, garantiu Victor Loyola, empresário do mercado financeiro e cofundador da Consiga+, empresa de crédito consignado privado.

Para Victor, as pessoas devem aproveitar este período que estão em casa, e se planejar financeiramente.

“Não temos a cultura de educação financeira aqui no país. Muita gente não sabe quanto ganha e quanto gasta. Esse pode ser um momento para colocar tudo no papel e entender, de fato, como será possível encarar os próximos meses, que podem ser difíceis”, aconselhou.

Deve servir de lição

A ordem, segundo Victor, é gastar menos para fazer o dinheiro render mais. Manter, a princípio, somente as despesas essenciais tais como alimentação, saúde, e limpeza. Lazer, somente on-line.

“Os mais otimistas consideram o mês de abril e os mais pessimistas incluem o mês de maio para a tempestade passar. Em ambos os cenários, o retorno será gradual, com os grupos de risco ainda em confinamento em um primeiro momento”, avisou.

Nessa hora, para Victor, cartão de crédito nem pensar e quando os R$ 600, do Governo Federal estiverem na mão, focar somente nos gastos essenciais.

“Estes dias de quarentena devem servir de lição. Quem não foi capaz de construir uma reserva de emergência em cima do seu orçamento mensal, está neste momento em situação mais incômoda. É importante pensar nisso após a retomada”, enfatizou.

Alimentos são prioridade

Para o economista e escritor Osiris Silva, ficar o mês de abril todo em casa, sem trabalhar, é complicado.

“É uma questão difícil. A quarentena induz, automaticamente, aumentos de despesas domésticas, como água e luz, alimentação, conta de telefone. Mas, reduz drasticamente outros gastos, como combustíveis, passagens de ônibus, táxis, idas a shoppings e seus inevitáveis gastos com lanches e um sem número de compras por impulso, agora obrigatoriamente postergadas”, lembrou.

Osiris faz um alerta em especial para aqueles trabalhadores com renda limitada. “Devem envidar todo o esforço para, ao contrário, reduzir, na medida do suportável, ainda mais as despesas e evitar endividamentos com cartões de crédito, cheques pré-datados, empréstimo de familiares e amigos, de efeitos danosos no período pós isolamento social”, ensinou.

Para Osiris, o primeiro item a ser cortado é o cartão de crédito, ou usado no limite absoluto de seu orçamento doméstico.

“Alternativamente, use, quando inevitável, suas reservas, o dinheiro guardado debaixo do colchão, seus caraminguás, plenamente consciente da necessidade de endividamento zero”, afirmou.

Quando receber os R$ 600, de ajuda do Governo Federal, “aplicar basicamente em alimentos, ou na compra de algum item de extrema necessidade, um calçado, uma roupa, um livro para os filhos. Esqueça supérfluos”, disse.

Ainda de acordo com Osiris, não podem ser cortadas despesas com alimentação, as contas obrigatórias de água, luz, impostos, prestações do carro, quando existir, ou de eletrodomésticos. Mas quanto a estes podem ser negociados com a concessionária ou a loja de eletrodomésticos. 

“Devem ser cortadas, ou contidas, adiadas para o day after, todas os demais gastos domésticos”, alertou.

Osiris dá dicas até sobre o que fazer, para passar o tempo durante a quarentena.

“Na minha casa o que fazemos, basicamente: assistir filmes, ler bastante e trocar ideias com amigos via redes sociais. Mas, por favor, fuja de fofocas, fake news e se envolver em discussões estéreis, sem fundamento”, pediu.

“O momento, penso eu, é de priorizar, sobre os escombros da pandemia, a necessidade de reconstruir um mundo melhor, socialmente mais justo e igualitário, mais próximos de Deus”, finalizou.

Fonte: Evaldo Ferreira

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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