Pesquisar
Close this search box.

Escritórios amplos voltam à tendência

Considerando o novo momento pós-pandemia, a retomada à rotina presencial fez a demanda por imóveis comerciais aumentar. Após o boom do trabalho remoto, o setor vem demonstrando boas perspectivas. A performance de vendas de imóveis comerciais em 2021 foi uma das melhores conforme a Ademi-AM (Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Amazonas), o que ilustra a mudança. 

Muitas pessoas acabaram descobrindo como trabalhar em casa em espaços menores, mas isso não diminui a procura por imóveis comerciais no Estado. Avaliando a tendência local, o Sindimóveis-AM (Sindicato dos Corretores de Imóveis do Amazonas), identificou alta de 15% na demanda por salas comerciais. “Novos negócios surgiram em diferentes segmentos. As pessoas também acabaram buscando espaços maiores. Houve ainda instabilidade no valor do imóvel comercial e também a gente contabilizou uma procura muito boa  mesmo após o trabalho remoto”, afirmou a presidente do Sindicato Márcia Duarte Chagas. Para ela, houve uma tendência muito significativa no mercado imobiliário comercial.  “A busca por imóveis mais espaçosos será uma tendência tanto das famílias, quanto das empresas em 2022. Elas também vão precisar de espaços maiores e melhores”, complementou. 

Dados do Índice Fipezap (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) indicam que  preço médio de venda de salas nesse nicho com até 200 metros quadrados apresentou estagnação de +0,10% em dezembro, enquanto o preço de locação do segmento avançou +0,38% no preço médio de locação.

Em fevereiro, nas cidades monitoradas, o estudo apontou que o preço de venda de salas e conjuntos comerciais de até 200 m² apresentou discreta alta (+0,05%), enquanto o preço de locação do segmento avançou 0,43% no período. Comparativamente, ambas variações apuradas no âmbito do índice comercial permaneceram abaixo da inflação medida tanto pelo IPCA/IBGE (+1,01%) quanto pelo IGP-M (+1,83%).

Considerando que o último lançamento comercial de Manaus ocorreu em 2013, o diretor da Comissão da Indústria Imobiliária da Ademi-AM, Henrique Medina, destacou que o desempenho do mercado foi positivo. “Se nós pensarmos no último lançamento de um empreendimento desse porte, vimos um estoque muito alto, porque de fato nesse tipo de produto não estava vendendo e vinha com vendas sobre oferta muito baixa e a partir do ano passado isso passou a mudar”.

De acordo com Medina, essas unidades passaram a ser vendidas e os incorporadores acabaram reduzindo sobremaneira os seus estoques. “Esse movimento continua este ano. Lógico que o movimento de home office ainda acontece, por mais que a pandemia tenha arrefecido a tendência de trabalho remoto veio para ficar. Mas como a demanda reprimida desses imóveis era muito alta acabou que os estoques que as empresas tinham estão reduzindo bastante”. 

Produtividade

O consultor de carreira, negócios e emprego, Flávio Guimarães defende que a nova modalidade de trabalho trouxe para as empresas a realidade da redução de custos operacionais, mostrando que, dependendo do setor da empresa, não é mais necessário ter uma loja ou um escritório alugado, custos com luz elétrica, telefonia, infraestrutura e outros. “Dentro desse universo, há limitações que não permitirão que o trabalho home office seja executado. Em uma atividade industrial de produção, por exemplo. Considerando isso, a tendência é que muitas empresas transformem os trabalhos de tecnologia e administrativo em geral home office”.

Segundo ele, o  trabalho home office é excelente, entretanto, pode se misturar com afazeres domésticos e familiares, o que pode diminuir significativamente a produção e resultados finais. Dessa forma, há a necessidade de ter um planejamento de tempo apurado e sem desvios de atenção”. 

Ele também mantém a percepção de que a modalidade não deve substituir  o modelo de trabalho presencial, que nunca deixará de existir, independente do avanço diário de novas tecnologias. “O que pode ocorrer, em médio prazo, é as empresas reduzirem o tempo do presencial, fazendo ser uma operação híbrida: metade presencial, metade a distância”, reitera.

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar